Em defesa do Intercidades
A bancada do PS inviabilizou no dia 15 o projecto de resolução do PCP onde o Parlamento recomendava ao Governo a manutenção do serviço Intercidades Lisboa-Évora e Lisboa-Beja, «qualificando-o em termos de oferta e de adequação de horários aos interesses dos utentes e das populações».
No texto, que teve os votos favoráveis do PCP, PEV e BE, optando PSD e CDS/PP pela abstenção, afirmada é a preocupação quanto a notícias que dão conta da intenção da CP de suprimir o serviço Intercidades e integrar as respectivas ligações no serviço regional, medida que aguardaria apenas pela decisão do Governo.
O que justifica o legítimo descontentamento existente, como assinalou o deputado comunista João Oliveira, «porque os alentejanos têm sido enganados por este e por outros governos do PS».
É que depois de em 2006 ter sido inaugurada com pompa e circunstância a ligação Intercidades Lisboa-Évora, o Governo, a REFER e a CP anunciaram o encerramento da linha ferroviária entre Bombel e Évora, atribuindo a medida à necessidade de fazer obras, com a consequente suspensão daquele serviço Intercidades.
Ora não só as obras poderiam decorrer sem necessidade de suspender o serviço, como o PCP defendia, como melhor se percebe agora a verdadeira intenção que a ele esteve subjacente: acabar com o serviço Intercidades entre Lisboa e Évora, integrando-o na ligação regional, objectivo aliás previsto no plano de actividades da CP para 2011.
Daí que o PCP preconize outro caminho – tal como está no seu projecto de resolução – ou seja, o de recusar a solução advogada pelo Governo, mantendo o serviço Intercidades Lisboa-Évora e Lisboa-Beja, no interesse dos utentes e das populações.