Breves Greve Geral

Muitos médicos

A adesão à greve geral foi aplaudida de pé e decidida por unanimidade pelos delegados ao 7.º Congresso da Federação Nacional dos Médicos, realizado a 23 e 24 de Outubro, e o pré-aviso foi formalizado no início da semana passada, pela FNAM e pelos seus três sindicatos. O presidente da federação, Mário Jorge, citado pelo Diário de Notícias, disse esperar a adesão à luta de muitos profissionais, até porque «somos o sector que há mais tempo tem a progressão bloqueada, quer em termos de concurso quer a nível salarial».

 

Militares revoltados

A s associações de Sargentos (ANS) e de Praças (AP) exprimiram em comunicados a indignação e a revolta dos associados perante as medidas do Governo e reafirmaram o apelo à participação nas acções decididas a 14 de Outubro, na Casa do Alentejo. A primeira é, no dia 9, terça-feira, o magusto do nosso descontentamento, a partir das 18 horas, frente ao Ministério da Defesa. Para dia 23, à mesma hora, está marcada uma vigília junto à residência oficial do primeiro-ministro. No dia da greve geral, 24 de Novembro, a ANS e a AP apelam à permanência dos militares nas unidades até ao arriar da bandeira.

«De novo nos vêm com a ladainha de que é preciso ainda mais sacrifícios, sem nos explicarem onde gastaram as verbas que economizaram a partir de 2005 com o aumento do tempo de serviço, com a redução das contagens de tempo, com o fim da ADMA, ADME e ADMFA, com a redução das comparticipações de medicamentos e actos médicos, com as alterações na fórmula de cálculo das pensões, com os 28 meses de congelamento das progressões, com vários anos sem actualização anual dos salários, e todos os restantes roubos com que têm sacrificado as nossas famílias» - afirma a ANS, num comunicado sobre a reunião que teve, a 25 de Outubro, com o secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrello.

 

Na Internet

No sítio www.grevegeral.net, a CGTP-IN divulga notícias de expressões de apoio e compromissos de participação (quer de estruturas sindicais, filiadas ou não na central, quer de plenários de trabalhadores), e materiais de esclarecimento e propaganda (como o Manifesto e o cartaz nacional, perguntas e respostas sobre o direito à greve, normas a observar no dia 24, ou um «Guião dos Piquetes de Greve»).

Ali se esclarece, por exemplo, que «estão abrangidos pelo pré-aviso de greve geral da CGTP-IN todos os trabalhadores, independentemente da natureza do seu vínculo profissional, desde que sejam trabalhadores por conta de outrem, que prestem serviço no território nacional, em empresas e serviços públicos ou privados, seja qual for a natureza jurídica da entidade empregadora, independentemente de serem ou não sindicalizados nos sindicatos da CGTP-IN ou membros de sindicatos não declarantes da greve geral».

 

Mais adesões

O aumento do desemprego e a destruição do aparelho produtivo no distrito de Braga estão a provocar «rupturas sociais de graves dimensões», alertou, dia 29, a união sindical da CGTP-IN no distrito, considerando que, entre outros, estes são motivos que estão a mobilizar os trabalhadores para aderirem à greve geral de 24 de Novembro.

O desemprego já atinge «o maior número de pessoas jamais visto no distrito», recordou a União dos Sindicatos do Distrito de Braga, acrescentando que «o encerramento e insolvência de empresas arrasta centenas de trabalhadores para reformas antecipadas miseráveis», tendo diminuído o valor médio das pensões no distrito. A aumentar estão os «novos pobres», actualmente, mais de 24 mil pessoas que equivalem a um aumento na ordem dos 20 por cento, em apenas um ano.

«Apoiar e participar na greve geral para protestar e lutar» foi o apelo feito aos trabalhadores, a 26 de Outubro, pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Celulose, Papel, Gráfica e Imprensa.

Reunidos em plenário, a 21 de Outubro, também os trabalhadores da EMEL decidiram, por unanimidade, participar na greve geral, tendo-se manifestado «incrédulos e indignados com o roubo na remuneração e no subsídio de refeição». O plenário também aprovou um Caderno Reivindicativo, posteriormente entregue à administração.

Dar «todo o apoio possível» à greve geral será o propósito da Confederação Europeia dos Sindicatos, cujo secretário-geral, John Monks, salientou a importância da unidade das centrais sindicais portuguesas.

Os três sindicatos de bancários, filiados na UGT também anunciaram a adesão, bem como o SINAPOL (PSP) que avançou com um pré-aviso para os dias 19 e 20 de Novembro, além de ter confirmado a adesão ao protesto geral.

 

RTP está na luta

Os 40 jornalistas da RTP que participaram no plenário de 27 de Outubro, promovido pelo Sindicato dos Jornalistas, em Lisboa, decidiram aderir à greve geral de 24 de Novembro, «como forma de luta contra o corte nos salários e de outras cláusulas de expressão pecuniária que o Governo pretende impor».

Repudiando «a política de gestão da empresa que tem contribuído para a degradação das condições de vida dos trabalhadores», a resolução aprovada reclama uma «defesa intransigente do serviço público de rádio e televisão de Portugal».

Para hoje, o SJ tem marcada uma assembleia geral extraordinária nas sedes do sindicato no Porto, em Lisboa e no Funchal, a partir das 20.30 horas, e na sede da União dos Sindicatos de São Miguel e Santa Maria da CGTP-IN, às 19.30 horas, onde os associados analisarão a actual situação económica e social e definirão medidas a tomar pelo sindicato.

 




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