O PCP condenou a anulação do concurso de ligação da rede de alta-velocidade ferroviária entre o Poceirão e Lisboa, bem como da construção da chamada Terceira Travessia sobre o Tejo. Estas medidas inserem-se, para os comunistas, na política de «cortes no investimento público contrária aos interesses nacionais que o Governo PS tem vindo a concretizar».

Num comunicado do seu Gabinete de Imprensa de dia 17, o PCP acusa o Governo de protelar, com esta decisão, a resposta a uma «justa exigência de mobilidade das populações de ambas as margens do Tejo por via de uma terceira ponte», assumindo ainda – e de forma «inacreditável» – que um investimento da «dimensão da ligação à rede de alta velocidade ferroviária da Europa possa deixar de fora a capital do País».

Lembrando que estas decisões tiveram o apoio de PSD e do CDS-PP, os comunistas consideram que tais medidas se inserem na política que, «a pretexto do défice das contas públicas, rouba nos salários, corta nas prestações sociais, aumenta os preços, privatiza empresas públicas e reduz o investimento público». Tudo isto, lembram, com «consequências trágicas» na estagnação económica e no aumento do desemprego e ao mesmo tempo que aos grandes grupos económicos são garantidos lucros e privilégios.

Na nota, o PCP reafirma a exigência da construção da ponte e da ligação da alta-velocidade ferroviária a Lisboa, salvaguardando o seu carácter público e a incorporação de produção nacional. E apela à luta das populações pela concretização destes objectivos.