«Inevitabilidades»

A tese da «inevitabilidade», signo sob o qual o País vive há muito, tem sido uma das mais difundidas pelo PS e PSD. As políticas de direita são assim apresentadas como «inevitáveis, sem alternativas».

A excepção ocorre nos ciclos eleitorais, como em 2009, em que «não há crise, não há aumentos de impostos, nem redução de salários, nem cortes nos apoios sociais e surge até muita promessa de investimento público», observou o deputado comunista Agostinho Lopes, frisando que é também por esta razão que a iniciativa do PCP é necessária, ou seja, «esta é também uma censura contra as mentiras eleitorais».

E lembrou que foi à conta das «inevitabilidades» que venderam ao País a «moeda única que nos ia salvar do problema da elevada dívida externa e pôr a salvo da especulação financeira».

Como «inevitável» foi também a livre circulação de capitais, traduzida em deslocalizações, com a fuga e fraude fiscais em transferências para paraísos fiscais. Só em 2008, lembrou, Portugal viu sair 16 mil milhões de euros para paraísos fiscais, qualquer coisa como dez por cento do PIB.

«Inevitabilidades» criadas pelos partidos da social-democracia e pelos partidos conservadores, a quem Agostinho Lopes acusou de «venderam a coesão económica e social e a convergência real comunitária», submetendo-se à «imposição bruta e arrogante dos capitalistas alemãs, pela voz grossa da senhora Merkel».



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