Um Partido diferente dos que são todos iguais
O Fórum da Maia acolheu, no dia 13, o comício comemorativo do 89.º aniversário do PCP, que contou com a participação de Jerónimo de Sousa. Num espaço já bem conhecido dos comunistas do distrito do Porto, foi necessário recorrer ao balcão superior.
Só o socialismo vai ao encontro dos anseios da humanidade
As cinco centenas de militantes e amigos do Partido que encheram a transbordar, no sábado, o Fórum da Maia, foram aquecidos pela voz de Jorge Lomba, que «caminhou» por entre os mais conhecidos cantores de intervenção portugueses, não faltando as canções de Adriano Correia de Oliveira e de José Afonso.
Ainda antes das intervenções, a determinação e confiança dos presentes nos ideais e projecto do PCP tinham ficado já demonstradas numa irrepreensível declamação d' A Bandeira Comunista pela voz forte e exaltante do actor-militante António Vieira, acompanhado por toda a sala – efusiva, forte, de pé e com punho erguido! Os últimos versos do magnífico poema de José Carlos Ary dos Santos – E a cada novo assalto/ a cada escalada fascista! Subirá sempre mais alto/ a Bandeira Comunista. – foram particularmente bem recebidos pelos presentes, ao ponto de terem sido repetidos ainda com mais força, com mais determinação, numa emotiva demonstração de união em torno do PCP e do que ele representa.
Como afirmaria Jerónimo de Sousa, na sua intervenção, o PCP «é e quer continuar a ser comunista», porque, acrescentou, «não deixa cair o sonho, o projecto transformador e emancipador, a acção revolucionária». Um Partido que é «patriótico e internacionalista» e assume a defesa da soberania e independência nacionais, sendo «activamente solidário para com todas as outras forças progressistas, os trabalhadores e povos de todo o mundo em luta pela sua emancipação e libertação e no seu direito inalienável de construir soberanamente o seu futuro».
Os comunistas portugueses, continuou o Secretário-geral do Partido, são «solidários com os trabalhadores e os povos que lutam fazendo frente à ofensiva imperialista e do capitalismo global que, no contexto da sua grave crise, ensaia já uma “fuga em frente”». Para Jerónimo de Sousa, o facto de a crise do sistema não só permanecer como agravar-se (apesar dos muitos milhões entregues à alta finança e ao grande capital) mostra que o «capitalismo não é solução para os problemas da humanidade». A resposta, reafirmou, está no socialismo!
Juntem-se ao Partido!
Depois de abordar o conteúdo negativo do Orçamento do Estado para 2010 (aprovado com o apoio de PSD e CDS-PP) e do Plano de Estabilidade e Crescimento, Jerónimo de Sousa avançou com as propostas do Partido (ver página 5). Propostas de quem «não alinha no pântano do consenso que afunda o País», assegurou o dirigente comunista.
As medidas que o PCP defende, acrescentou, distinguem-no também de todos os outros. É que por mais que digam o contrário, os partidos «não são todos iguais», havendo quem possa «falar de cabeça erguida, o PCP, porque cumpre o que promete, porque não “vende gato por lebre”, porque defende o povo e não os grandes senhores do dinheiro, porque combate intransigentemente a oligarquia financeira que se apoderou do País».
Àqueles que, não sendo comunistas, sofrem no dia-a-dia as duras consequências da política de direita, Jerónimo de Sousa deixou um apelo: «ponham os preconceitos de lado, não se deixem levar pela cantiga do “são todos iguais”, não se resignem, não acreditem em fatalismos. Engrossem a corrente de luta popular e dêem força a quem é consequente e não os engana.» O PCP, lembrou, a terminar, é a força que está com os trabalhadores e com o povo e com a luta por melhores condições de vida. «Reforcem esta força, porque estão a reforçar e fortalecer a luta, criando as condições para a ruptura e a mudança patriótica e de esquerda.»
Por uma terra sem amos
É ao PCP que está reservado o papel de «unir os trabalhadores e seus aliados na luta contra as injustiças, por uma terra sem amos, mais justa e solidária».Foi desta forma notável que Gonçalo Oliveira, membros dos organismos executivos da Direcção da Organização Regional do Porto do PCP, resumiu as tarefas colocadas aos comunistas neste momento histórico.
Dado o contexto político e social, «é em condições difíceis que trabalhamos para a concretizar»: actualmente, lembrou, o desemprego no distrito atinge cerca de 14 por cento da população activa e há mais de 200 mil trabalhadores com salários inferiores a 600 euros; a precariedade afecta mais de 25 por cento dos trabalhadores, na sua maioria jovens.
Mas ao mesmo tempo que cresce a insegurança e a incerteza, desperta a «inquietação, que rapidamente se torna em indignação, em revolta e em vontade de se juntar à luta», acrescentou Gonçalo Oliveira. Também no distrito do Porto, os trabalhadores têm «respondido à ofensiva», em várias e importantes acções de luta.
Em todas todas estas lutas, os trabalhadores têm contado com a solidariedade activa do PCP, bem como com a sua «acção para, com propostas concretas, procurar defender os seus interesses». É o Partido a cumprir o seu papel de partido da classe operária e de todos os trabalhadores.«Na teoria mas também na prática.» Segundo o dirigente regional do PCP, «diariamente, haja ou não campanha eleitoral, é este Partido, com 89 anos de história, de luta e de proposta, que está ao lado dos trabalhadores».
A terminar, Gonçalo Oliveira falou ainda da 9.ª Assembleia da Organização Regional do Porto, realizada há um mês, que definiu as linhas necessárias para continuar a reforçar a organização e a intervenção do Partido.
Antes, Ana Sousa, da JCP, manifestou o «orgulho» que a organização dos jovens comunistas sente por, «nestes 30 anos, afirmar os princípios do Partido junto dos jovens», ganhando desta forma um lugar na sua «gloriosa história». O IX Congresso da JCP, a decorrer nos dias 22 e 23 de Maio, em Lisboa, apontará o caminho para a transformação da vida da juventude portuguesa. Como, aliás, afirma o lema: «Com a luta da juventude, construir o futuro!»
Os direitos exercem-se
Na véspera do comício da Maia, um segurança tentou impedir que dois dirigentes comunistas do concelho de Gaia colocassem folhetos de apelo à participação no comício do PCP nos pára-brisas dos automóveis estacionados no parque público junto à Casa da Presidência do Município. O segurança do parque tentou travar essa colocação e ainda procurou remover a propaganda que entretanto tinha sido colocada, o que não conseguiu.
Chamada ao local, a Polícia Municipal identificou os «protagonistas» do caso – militantes comunistas e o vigilante – e ficou de averiguar posteriormente a «legalidade» desta actuação. Para o PCP, tal acção é legal e o desconhecimento da Lei por parte dos funcionários da Câmara ou de empresas contratadas pela mesma, são da responsabilidade exclusiva do presidente da Câmara e da vereação, nomeadamente dos vereadores que têm à sua responsabilidade os parques de estacionamento públicos e a polícia municipal – «todos eles devem ser informados que o impedimento de divulgação política é um crime.»
Os comunistas lembram que já por diversas vezes a Comissão Nacional de Eleições deu razão às queixas do PCP e da CDU sobre o direito de propaganda política, em época de campanha eleitoral ou não. Mas a maioria da Câmara continua a fazer «ouvidos moucos» destas deliberações, o que causa, «lamentáveis e indignos atentados à liberdade».
No comunicado emitido no dia 12, a Comissão Concelhia de Gaia do PCP informava que iria comunicar o facto ao presidente da Câmara e que tomaria todas as medidas ao seu dispor para defender o exercício dos direitos democráticos naquele concelho.
Ainda antes das intervenções, a determinação e confiança dos presentes nos ideais e projecto do PCP tinham ficado já demonstradas numa irrepreensível declamação d' A Bandeira Comunista pela voz forte e exaltante do actor-militante António Vieira, acompanhado por toda a sala – efusiva, forte, de pé e com punho erguido! Os últimos versos do magnífico poema de José Carlos Ary dos Santos – E a cada novo assalto/ a cada escalada fascista! Subirá sempre mais alto/ a Bandeira Comunista. – foram particularmente bem recebidos pelos presentes, ao ponto de terem sido repetidos ainda com mais força, com mais determinação, numa emotiva demonstração de união em torno do PCP e do que ele representa.
Como afirmaria Jerónimo de Sousa, na sua intervenção, o PCP «é e quer continuar a ser comunista», porque, acrescentou, «não deixa cair o sonho, o projecto transformador e emancipador, a acção revolucionária». Um Partido que é «patriótico e internacionalista» e assume a defesa da soberania e independência nacionais, sendo «activamente solidário para com todas as outras forças progressistas, os trabalhadores e povos de todo o mundo em luta pela sua emancipação e libertação e no seu direito inalienável de construir soberanamente o seu futuro».
Os comunistas portugueses, continuou o Secretário-geral do Partido, são «solidários com os trabalhadores e os povos que lutam fazendo frente à ofensiva imperialista e do capitalismo global que, no contexto da sua grave crise, ensaia já uma “fuga em frente”». Para Jerónimo de Sousa, o facto de a crise do sistema não só permanecer como agravar-se (apesar dos muitos milhões entregues à alta finança e ao grande capital) mostra que o «capitalismo não é solução para os problemas da humanidade». A resposta, reafirmou, está no socialismo!
Juntem-se ao Partido!
Depois de abordar o conteúdo negativo do Orçamento do Estado para 2010 (aprovado com o apoio de PSD e CDS-PP) e do Plano de Estabilidade e Crescimento, Jerónimo de Sousa avançou com as propostas do Partido (ver página 5). Propostas de quem «não alinha no pântano do consenso que afunda o País», assegurou o dirigente comunista.
As medidas que o PCP defende, acrescentou, distinguem-no também de todos os outros. É que por mais que digam o contrário, os partidos «não são todos iguais», havendo quem possa «falar de cabeça erguida, o PCP, porque cumpre o que promete, porque não “vende gato por lebre”, porque defende o povo e não os grandes senhores do dinheiro, porque combate intransigentemente a oligarquia financeira que se apoderou do País».
Àqueles que, não sendo comunistas, sofrem no dia-a-dia as duras consequências da política de direita, Jerónimo de Sousa deixou um apelo: «ponham os preconceitos de lado, não se deixem levar pela cantiga do “são todos iguais”, não se resignem, não acreditem em fatalismos. Engrossem a corrente de luta popular e dêem força a quem é consequente e não os engana.» O PCP, lembrou, a terminar, é a força que está com os trabalhadores e com o povo e com a luta por melhores condições de vida. «Reforcem esta força, porque estão a reforçar e fortalecer a luta, criando as condições para a ruptura e a mudança patriótica e de esquerda.»
Por uma terra sem amos
É ao PCP que está reservado o papel de «unir os trabalhadores e seus aliados na luta contra as injustiças, por uma terra sem amos, mais justa e solidária».Foi desta forma notável que Gonçalo Oliveira, membros dos organismos executivos da Direcção da Organização Regional do Porto do PCP, resumiu as tarefas colocadas aos comunistas neste momento histórico.
Dado o contexto político e social, «é em condições difíceis que trabalhamos para a concretizar»: actualmente, lembrou, o desemprego no distrito atinge cerca de 14 por cento da população activa e há mais de 200 mil trabalhadores com salários inferiores a 600 euros; a precariedade afecta mais de 25 por cento dos trabalhadores, na sua maioria jovens.
Mas ao mesmo tempo que cresce a insegurança e a incerteza, desperta a «inquietação, que rapidamente se torna em indignação, em revolta e em vontade de se juntar à luta», acrescentou Gonçalo Oliveira. Também no distrito do Porto, os trabalhadores têm «respondido à ofensiva», em várias e importantes acções de luta.
Em todas todas estas lutas, os trabalhadores têm contado com a solidariedade activa do PCP, bem como com a sua «acção para, com propostas concretas, procurar defender os seus interesses». É o Partido a cumprir o seu papel de partido da classe operária e de todos os trabalhadores.«Na teoria mas também na prática.» Segundo o dirigente regional do PCP, «diariamente, haja ou não campanha eleitoral, é este Partido, com 89 anos de história, de luta e de proposta, que está ao lado dos trabalhadores».
A terminar, Gonçalo Oliveira falou ainda da 9.ª Assembleia da Organização Regional do Porto, realizada há um mês, que definiu as linhas necessárias para continuar a reforçar a organização e a intervenção do Partido.
Antes, Ana Sousa, da JCP, manifestou o «orgulho» que a organização dos jovens comunistas sente por, «nestes 30 anos, afirmar os princípios do Partido junto dos jovens», ganhando desta forma um lugar na sua «gloriosa história». O IX Congresso da JCP, a decorrer nos dias 22 e 23 de Maio, em Lisboa, apontará o caminho para a transformação da vida da juventude portuguesa. Como, aliás, afirma o lema: «Com a luta da juventude, construir o futuro!»
Os direitos exercem-se
Na véspera do comício da Maia, um segurança tentou impedir que dois dirigentes comunistas do concelho de Gaia colocassem folhetos de apelo à participação no comício do PCP nos pára-brisas dos automóveis estacionados no parque público junto à Casa da Presidência do Município. O segurança do parque tentou travar essa colocação e ainda procurou remover a propaganda que entretanto tinha sido colocada, o que não conseguiu.
Chamada ao local, a Polícia Municipal identificou os «protagonistas» do caso – militantes comunistas e o vigilante – e ficou de averiguar posteriormente a «legalidade» desta actuação. Para o PCP, tal acção é legal e o desconhecimento da Lei por parte dos funcionários da Câmara ou de empresas contratadas pela mesma, são da responsabilidade exclusiva do presidente da Câmara e da vereação, nomeadamente dos vereadores que têm à sua responsabilidade os parques de estacionamento públicos e a polícia municipal – «todos eles devem ser informados que o impedimento de divulgação política é um crime.»
Os comunistas lembram que já por diversas vezes a Comissão Nacional de Eleições deu razão às queixas do PCP e da CDU sobre o direito de propaganda política, em época de campanha eleitoral ou não. Mas a maioria da Câmara continua a fazer «ouvidos moucos» destas deliberações, o que causa, «lamentáveis e indignos atentados à liberdade».
No comunicado emitido no dia 12, a Comissão Concelhia de Gaia do PCP informava que iria comunicar o facto ao presidente da Câmara e que tomaria todas as medidas ao seu dispor para defender o exercício dos direitos democráticos naquele concelho.