Realidades a crescer

Exploração e luta

Respondendo ao aumento do desemprego e do recurso abusivo ao lay-off e às perseguições a activistas sindicais, os trabalhadores intensificam a luta em defesa dos seus direitos e por uma nova política.

Em todo o lado, os tra­ba­lha­dores lutam para de­fender di­reitos

Foi precisamente esta realidade que analisou a Direcção da Organização Regional do Porto, reunida no passado dia 21. No comunicado da reunião dá-se conta do prosseguimento dos despedimentos em empresas como JP Sá Couto, Arcos do Sardão, EMEF, têxtil Tomás Co­elho ou Fi­co­ca­bles. Noutras – como a Finex, Groz Bec­kert e Pe­reira & Bar­roso – é o recurso ao lay-off que apoquenta os trabalhadores. Já o dia-a-dia da RTE, da Sa­vinor e (novamente) da Fi­co­ca­bles é marcado pelos atentados aos direitos dos seus funcionários.
Estas situações mais recentes, considera o PCP, «agravam os problemas sociais que há muito vêm atingindo a população do distrito, de dimensões muito superiores à média nacional, nomeadamente o desemprego, que atinge já 14 por cento da população do distrito». Tudo isto exige a adopção de uma nova política, considera a DORP do PCP, que acrescenta a necessidade de adopção de «medidas imediatas de emergência com vista à criação de emprego, ao combate à precariedade, à defesa e modernização do aparelho produtivo e à concretização dos investimentos públicos há muito previstos para o distrito».
Outra realidade destacada pelos comunistas do Porto é a «firmeza e combatividade dos trabalhadores na luta e resistência contra a ofensiva em curso». É o caso, nomeadamente, dos trabalhadores: da STCP, que recentemente se deslocaram «em massa ao Ministério dos Transportes, em Lisboa, exigindo o cumprimento dos direitos salvaguardados no Acordo de Empresa»; do Jumbo, que estiveram em greve no dia 5 «contra a flexibilidade dos horários de trabalho»; do Pingo Doce, que realizaram várias acções de luta exigindo o pagamento de retroactivos em atraso; da Au­to­Sueco, em greve no mês de Novembro por aumentos salariais; da Desco, em greve no dia 4 de Dezembro contra as discriminações salariais praticadas na empresa.
Ao nível partidário, a DORP definiu os objectivos a alcançar com a realização, a 13 de Fevereiro, da 9.ª Assembleia da Organização Regional, que contará com meio milhar de delegados dos vários concelhos e sectores. Ficou também agendado um encontro distrital sobre Regionalização no dia 27 de Março de 2010.

PCP reuniu com sin­di­catos em Leiria

Em Leiria, uma delegação do PCP – composta por membros da Direcção da Organização Regional e pelo deputado Bruno Dias – esteve reunida, no dia 14, com a União dos Sindicatos de Leiria/CGTP-IN. Nessa reunião, o PCP prestou contas das acções já desenvolvidas nesta legislatura em relação a questões ligadas ao distrito e teve também a oportunidade de ouvir as apreciações da estrutura sindical em relação aos problemas do distrito.
A União dos Sindicatos denunciou a política dos baixos salários e os salários em atraso praticados em muitas empresas, bem como o ataque aos direitos e liberdades dos trabalhadores, como se passa na Têxteis Moinhos Velhos, em Porto de Mós, das Por­ce­lanas Bon­vida e da FAPOR, na Batalha, da Val do Sol Ce­râ­micas, em Porto de Mós e Pivô Con­fec­ções em Ansião. Noutros casos, como da Cri­alme Donna, em Figueiró dos Vinhos, da Lou­çarte, na Nazaré, ou da Na­vi­plast, na Marinha Grande, as empresas foram encerradas de forma fraudulenta.
Outro problema gritantemente actual é o da aplicação abusiva do lay-off, que, afirmam os comunistas de Leiria, «muitas vezes é usado por empresas que não têm problemas financeiros, e serve apenas para liquidar postos de trabalho com vínculo efectivo, reduzir salários e atacar direitos dos trabalhadores». Foi o que se fez na Key Plas­tics e na Sival, em Leiria, na Iber-Oleff em Pombal, ou na Scha­ef­fler, nas Caldas da Rainha). Na Plas­tidom, na Au­to­es­tradas do Atlân­tico e no In­ter­marché há casos de perseguição e repressão sobre dirigentes e activistas sindicais.
Também neste distrito, os trabalhadores desenvolveram lutas em defesa dos seus direitos. Foram os casos dos operários da Irmal, da Bor­dalo Pi­nheiro e da Lou­çarte.


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