Rede mafiosa

Nestes últimos meses aquilo a que o País assistiu, incrédulo, foi ao desvendar de um história sobre gente insuspeita que durante quase uma década, como o PCP sublinhou no passado dia 3 em debate de actualidade por si requerido sobre supervisão bancária, funcionou como «uma verdadeira rede criminosa, sustentada em dependências, em favores e em cumplicidades pessoais», tendo na «cúpula» o antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e antigo quadro do Banco de Portugal, Oliveira e Costa, e contando com uma equipa «igualmente responsável e totalmente conivente» onde se incluíam antigos administradores do BPN e da SLN, directores financeiros, jurídicos e de créditos e alguns accionistas de referência.
«Tudo o que de pior se possa imaginar lá sucedeu e por lá passou. Um esquema ardiloso de mais de 90 off-shores e uma pirâmide de instituições e sucursais financeiras com vértice cimeiro no BPN, serviram para evasão fiscal, branqueamento de capitais, ocultação de acções próprias, ocultação de créditos a administradores e a alguns accionistas de referência, créditos concedidos a amigos sem garantias nem hipotecas reais, ocultação de prejuízos, operações triangulares entre o BPN, o BPN-Cayman e o famoso Banco Insular para desvio de fundos em proveito próprio. Em síntese, uma autêntica rede mafiosa», como sumariou nesse debate Honório Novo.
Rede da qual todos os envolvidos beneficiaram e se aproveitaram, «enganando e roubando anos a fio os depositantes e o próprio País», e, pasme-se, como observou ainda o deputado do PCP, «sem que a supervisão desse por alguma coisa», «sem que mandasse fazer uma qualquer auditoria externa», «sem que perguntasse o que devia no momento em que o podia fazer e devia fazer». «Anos a fio em que o Banco de Portugal soube tudo ou quase tudo, conheceu todos ou quase todos os esquemas, anos a fio em que, com a provável (mas não certa) excepção do Banco Insular, o Banco de Portugal dispunha de todos os dados para desconfiar», sustentou Honório Novo, lembrando que todas estas diligências o Banco de Portugal podia ter feito, mas «nunca o fez!».


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