PCP critica política de Administração Interna do PS

Insegurança sem resposta

Numa audição sobre a segurança das populações, Jerónimo de Sousa sublinhou que é indispensável alterar as orientações da política de segurança interna, da actuação das forças policiais e dar um salto qualitativo no policiamento de proximidade.

Degradação do serviço público policial

«Nestes quatro anos de Governo do PS, o que se tem visto, na sequência de governos anteriores, é uma política marcada por desígnios economicistas e pelo desinvestimento, que tem resultado na degradação do funcionamento e da operacionalidade das forças de segurança», acusou, anteontem, em Lisboa, o Secretário-geral do PCP, lamentando o encerramento, cada vez em maior número, de instalações políciais. «Ao contrário das modernas tendências de forças de segurança civilistas, o que se constata é a sua crescente militarização, diminuindo a sua vertente preventiva a favor do reforço da componente repressiva da segurança», criticou.
O resultado está à vista. Para lá da propaganda do Governo e do Ministério da Administração Interna, o que existe, na realidade, segundo Jerónimo de Sousa, «é mais insegurança», especialmente nas áreas metropolitanas, «com o aumento exponencial da criminalidade organizada e violenta e da criminalidade grupal», «falta de efectivos policiais afectos a missões de policiamento», «falta ou inadequação de equipamentos» e, não menos grave, «forças de segurança desmotivadas pelo ataque do Governo aos direitos e garantias estatutários dos agentes policiais».
Uma situação agravada pela crise económica e social. «As leis penais e processuais penais, alteradas ao arrepio das realidades vividas e sentidas e alteradas em muitas das suas normas contra a opinião e o voto do PCP, também não contribuíram para diminuir, mas antes para aumentar o número de crimes e o sentimento real de insegurança», alertou.
Para ilustrar a situação, o Secretário-geral do PCP deu o exemplo da região de Lisboa, com 43 por cento da criminalidade do País, onde não existem meios e instalações policiais suficientes (de pessoal e outros). Recentemente, contra os interesses da população, foram encerradas as esquadras do Rego e da João Crisóstomo.
Por outro lado, continuou, «enquanto medidas securitárias são implementadas a todo o gás (chips nas matrículas, generalização da videovigilância, fichagem e controlo de cidadãos, aumento das polícias privadas, medidas especiais de polícia na Lei de Segurança Interna, concentração de poderes e informações) ao mesmo tempo que se privilegiam orientações e práticas de intervenção “a quente” nos bairros pobres de forma indiscriminada e violadora de direitos, aquilo a que todos assistimos, na realidade, é à degradação do serviço público policial e ao estiolamento da polícia de carácter preventivo».

Politicas de desenvolvimento integrado

Para o PCP, os problemas da criminalidade e da segurança dos cidadãos não se resolve exclusivamente com medidas de natureza policial.
«São necessárias políticas de desenvolvimento integrado, de justiça social e de melhoria da qualidade de vida das pessoas – no plano económico e cultural, no plano da melhoria do espaço urbano, da criação de estruturas de apoio às famílias, às crianças e aos jovens, da inserção e defesa de direitos dos imigrantes e minorias étnicas, de prevenção e tratamento da toxicodependência», acentuou Jerónimo de Sousa, exigindo «respeito pelos direitos, melhores condições de trabalho e de serviço para os profissionais, bem como melhor preparação e operacionalização dos meios e respostas adequados à repressão do crime violento e dos criminosos».
Por outro lado, no plano judicial, defendeu a rápida aprovação de medidas (que o PCP tem proposto e que a maioria tem rejeitado) que, por via da celeridade dos procedimentos de justiça e dos tribunais, «diminua drasticamente o sentimento de impunidade por parte dos criminosos e que na prática os incentiva a prosseguir no crime».


Mais artigos de: PCP

Activos na luta

Retomamos nesta edição o importante encontro do Secretário-geral do Partido com reformados, realizado no dia 3, em Lisboa, que noticiámos brevemente na semana passada.

Travar o retrocesso

Por ocasião do 8 de Março, o PCP exortou as mulheres a reforçarem a luta em defesa dos seus direitos específicos e a darem mais força ao PCP e à sua exigência de ruptura com a política de direita.

Milhões sacados dos bolsos do povo

Conhecidos os lucros obtidos pela Galp Energia em 2008, na ordem dos 478 milhões de euros, o PCP emitiu uma nota, através do seu Gabinete de Imprensa, na qual recorda que, destes, 105 milhões foram «sacados dos bolsos dos trabalhadores, dos agricultores e pescadores, dos micro, pequenos e médios empresários». Enquanto...

Unidade para defender direitos

Jerónimo de Sousa assinalou os 50 anos do Metropolitano de Lisboa com um almoço realizado num dos refeitórios da empresa, promovido pela célula do Partido. Participaram também representantes da Comissão de Trabalhadores e do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal.Na ocasião, o...

Um Partido mais forte e mais ligado às massas

Mais de cem militantes comunistas da Marinha Grande participaram na 10.ª assembleia daquela organização concelhia, que teve como lema «Organizar para vencer». Segundo os comunistas marinhenses, o lema alerta para a necessidade de prosseguir e reforçar a luta contra esta política, o que vai exigir que o Partido esteja...

Basta de exploração

Por todo o País, as organizações do Partido tomam posição sobre a situação que se vive em inúmeras empresas e sectores. Em Espinho, os comunistas expressaram a sua solidariedade para com os trabalhadores da Jotex na sua luta em defesa dos seus direitos (que o Avante! noticiou na sua última edição) e do património da...

Combater o desemprego

O PCP promoveu, no dia 5, por todo o País, uma acção de contacto com os trabalhadores desempregados. A iniciativa, integrada na campanha «Sim, é possível uma vida melhor!», e que constará de contactos realizados particularmente junto aos centros de emprego, foi lançada em Lisboa, junto ao Centro de Emprego de Picoas,...

Mobilidade reduzida em Sintra

Com o objectivo de alertar para os problemas da mobilidade da Linha de Sintra, Bruno Dias, deputado do PCP na Assembleia da República, realizou, no início da semana, uma visita à Estação de Comboios da Portela.O comunista - que se fez acompanhar por responsáveis do Sindicato dos Transportes Rodoviários, da Comissão de...

Concentração em Alverca

Duas centenas de pessoas concentraram-se, segunda-feira, em frente ao Centro de Saúde de Alverca para exigir mais médicos e melhores condições de prestação de saúde pública. Esta iniciativa, promovida pela Comissão de Freguesia de Alverca do Ribatejo do PCP, contou com a presença de António Filipe, deputado do PCP na...