Tretas da crise
À medida que se aprofundam as dificuldades com que o capitalismo se confronta, em resultado directo da sua natureza predadora intrínseca, aparecem declarações, atitudes e propostas que levantam um pouco do véu do pensamento de quem as produz.
Olhemos para três delas:
1. Os mesmos que, ao longo de décadas, sempre renegaram o papel do Estado, que defendiam a teoria do menos Estado, que consideravam mesmo o Estado com um empecilho ao normal e são desenvolvimento da economia, os que sempre defenderam a apropriação de riquezas incomensuráveis por umas poucas famílias, são agora os mais abnegados defensores da intervenção do mesmo Estado. Isto, claro está, dentro da boa e caridosa ideia de que, uma vez que há prejuízos, o melhor é distribuir por todos, que assim custa menos. Quando chegarem os lucros, eles carregarão, novamente, com o fardo de os guardarem para si.
2. Na Europa, os quatro grandes juntaram-se para dizer da sua vontade sobre a saída para a crise. A convite de Sarkozy, Itália, Grã Bretanha, e Alemanha, convidando Durão Barroso para assistir, debateram como é que a Europa vai responder a esta grave situação, concluindo que o melhor é cada um safar-se, uma vez que os grandes só por si já têm problemas que cheguem.
Sócrates, o bom menino europeu, deve ter ligado ao seu gémeo siamês Barroso dizendo «ai eles já decidiram por todos? Porreiro pá!»
Se agora já é assim – 4 decidem pelos 27, com os outros governos a assumirem a posição subserviente, submissa e subalterna de abanar com a cabeça – imagine-se o que o directório das grandes potências não faria se se visse institucionalizado com a aprovação de um Tratado Federalista.
3. Dias depois do ministro da Economia e do primeiro ministro terem dito que a economia portuguesa estaria a salvo desta hecatombe, e antecedendo o dia em que a bolsa (talvez porque não tenha ouvido tais declarações solenes) caiu mais de 10% numa só sessão, o Presidente do Governo Regional dos Açores, afirmou, numa acção de campanha eleitoral do PS, que «perante a crise nacional, o que é preciso é estabilidade» na região. E dito isto, engoliu em seco e percebeu que já tinha metido argolada. «Pode ser que no continente não percebam que eu disse que havia crise nacional»! Afinal ela anda por aí.
Seja em que posição se encontrem, estão todos de facto a pensar como é que isto se safa, para continuarem a acentuar a exploração. Essa é que é essa!
Olhemos para três delas:
1. Os mesmos que, ao longo de décadas, sempre renegaram o papel do Estado, que defendiam a teoria do menos Estado, que consideravam mesmo o Estado com um empecilho ao normal e são desenvolvimento da economia, os que sempre defenderam a apropriação de riquezas incomensuráveis por umas poucas famílias, são agora os mais abnegados defensores da intervenção do mesmo Estado. Isto, claro está, dentro da boa e caridosa ideia de que, uma vez que há prejuízos, o melhor é distribuir por todos, que assim custa menos. Quando chegarem os lucros, eles carregarão, novamente, com o fardo de os guardarem para si.
2. Na Europa, os quatro grandes juntaram-se para dizer da sua vontade sobre a saída para a crise. A convite de Sarkozy, Itália, Grã Bretanha, e Alemanha, convidando Durão Barroso para assistir, debateram como é que a Europa vai responder a esta grave situação, concluindo que o melhor é cada um safar-se, uma vez que os grandes só por si já têm problemas que cheguem.
Sócrates, o bom menino europeu, deve ter ligado ao seu gémeo siamês Barroso dizendo «ai eles já decidiram por todos? Porreiro pá!»
Se agora já é assim – 4 decidem pelos 27, com os outros governos a assumirem a posição subserviente, submissa e subalterna de abanar com a cabeça – imagine-se o que o directório das grandes potências não faria se se visse institucionalizado com a aprovação de um Tratado Federalista.
3. Dias depois do ministro da Economia e do primeiro ministro terem dito que a economia portuguesa estaria a salvo desta hecatombe, e antecedendo o dia em que a bolsa (talvez porque não tenha ouvido tais declarações solenes) caiu mais de 10% numa só sessão, o Presidente do Governo Regional dos Açores, afirmou, numa acção de campanha eleitoral do PS, que «perante a crise nacional, o que é preciso é estabilidade» na região. E dito isto, engoliu em seco e percebeu que já tinha metido argolada. «Pode ser que no continente não percebam que eu disse que havia crise nacional»! Afinal ela anda por aí.
Seja em que posição se encontrem, estão todos de facto a pensar como é que isto se safa, para continuarem a acentuar a exploração. Essa é que é essa!