Os «Banksters»
O capitalismo não vai cair de podre
Ao momento da redacção deste texto as notícias sobre o caos nas bolsas europeias e asiáticas sucedem-se confirmando o carácter global da presente crise económica e financeira e o impacto nulo dos planos milionários adoptados para tentar conter a explosão. Na abertura dos mercados, bolsas como Tóquio, Xangai; Londres, Paris; Frankfurt; Moscovo, entre muitas outras, como Lisboa, registam quedas históricas. Depois dos gigantes norte-americanos do crédito, sucedem-se agora as notícias sobre falências ou riscos de falências na Europa. As «sirenes» tocam na Alemanha, com o estrondo do Hypo Real Estate, mas também na Irlanda, França, Bélgica, Espanha, apenas para referir alguns exemplos. A chegada da crise à economia produtiva é já uma evidência (vejam-se os sinais de alerta vindos por exemplo das PME’s na Europa) e os mesmos economistas que nos últimos meses teimavam em negar a crise ou limitá-la à «crise do subprime» baixam agora os braços e falam em recessão da economia mundial.
Na Europa grandes banqueiros, especuladores e dirigentes políticos multiplicam-se em contactos, reuniões, audições - como a chamada «cimeira do G4» de Paris – tentando por um lado conter a sucessão de «explosões» nos sectores financeiros europeus, e por outro, lidar com as contradições que emergem entre si com os conflitos de interesses (do grande capital que cada um ali representa e defende) que a crise traz ao de cima. Cimeiras que, demonstrando como o directório das grandes potências europeias não tem pejo em impor as suas «soluções» aos restantes países da União Europeia, nos demonstram de forma eloquente como falsos são os propalados «princípios» da «solidariedade» e da «entreajuda» mil vezes repetidos para justificar o neoliberalismo e o federalismo na União Europeia.
Contactos, conversas, negociações, realizadas sempre, e sem excepção, em circuito fechado, delimitado pelo objectivo central de encontrar a fórmula que, permitindo salvar os rendimentos e os instrumentos económicos e financeiros detidos pela oligarquia financeira internacional, permita da forma o mais dissimulada possível e com os menores danos políticos possíveis a transferência dos efeitos e dos custos da crise para as massas trabalhadoras e populares numa espiral de exploração e de autêntico roubo de dinheiros públicos para financiar aqueles que alguém - numa formulação deveras feliz – já apelidou de «Banksters» e os salvar de si próprios.
Mas a situação é tal que a dissimulação é já impossível. A discussão e o «compasso de espera» no Congresso dos EUA em torno do Plano Paulson revelou as profundas dificuldades em que o sistema se encontra para dar resposta à crise e sobretudo para justificar perante as massas as «soluções» que o sistema aponta. Os trabalhadores e o povo dos EUA reagiram contra o plano Paulson com uma ideia simples: se o governo não nos ajuda a nós que não podemos pagar os nossos empréstimos, porque há-de ajudar aqueles que ficaram com as nossas casas e nos penhoram os bens? É a esta profunda contradição que o sistema não está em condições de dar resposta. A crise existe por causa da exploração das massas e da concentração de capital, e as medidas que nos EUA e na Europa estão a ser avançadas apenas farão levantar mais o martelo que cairá sobre as cabeças dos mesmos de sempre, os explorados. Mas o capitalismo não vai cair de podre, é necessário estar atento às reacções políticas e militaristas do sistema que se podem desenvolver nos próximos tempos - a extrema-direita, o racismo, a xenofobia, as «mãos duras» para gerir a situação, a utilização da força para reprimir revoltas sociais e a guerra. A resposta só pode ser uma: intensa luta de massas, solidariedade internacionalista e ofensiva ideológica.
Na Europa grandes banqueiros, especuladores e dirigentes políticos multiplicam-se em contactos, reuniões, audições - como a chamada «cimeira do G4» de Paris – tentando por um lado conter a sucessão de «explosões» nos sectores financeiros europeus, e por outro, lidar com as contradições que emergem entre si com os conflitos de interesses (do grande capital que cada um ali representa e defende) que a crise traz ao de cima. Cimeiras que, demonstrando como o directório das grandes potências europeias não tem pejo em impor as suas «soluções» aos restantes países da União Europeia, nos demonstram de forma eloquente como falsos são os propalados «princípios» da «solidariedade» e da «entreajuda» mil vezes repetidos para justificar o neoliberalismo e o federalismo na União Europeia.
Contactos, conversas, negociações, realizadas sempre, e sem excepção, em circuito fechado, delimitado pelo objectivo central de encontrar a fórmula que, permitindo salvar os rendimentos e os instrumentos económicos e financeiros detidos pela oligarquia financeira internacional, permita da forma o mais dissimulada possível e com os menores danos políticos possíveis a transferência dos efeitos e dos custos da crise para as massas trabalhadoras e populares numa espiral de exploração e de autêntico roubo de dinheiros públicos para financiar aqueles que alguém - numa formulação deveras feliz – já apelidou de «Banksters» e os salvar de si próprios.
Mas a situação é tal que a dissimulação é já impossível. A discussão e o «compasso de espera» no Congresso dos EUA em torno do Plano Paulson revelou as profundas dificuldades em que o sistema se encontra para dar resposta à crise e sobretudo para justificar perante as massas as «soluções» que o sistema aponta. Os trabalhadores e o povo dos EUA reagiram contra o plano Paulson com uma ideia simples: se o governo não nos ajuda a nós que não podemos pagar os nossos empréstimos, porque há-de ajudar aqueles que ficaram com as nossas casas e nos penhoram os bens? É a esta profunda contradição que o sistema não está em condições de dar resposta. A crise existe por causa da exploração das massas e da concentração de capital, e as medidas que nos EUA e na Europa estão a ser avançadas apenas farão levantar mais o martelo que cairá sobre as cabeças dos mesmos de sempre, os explorados. Mas o capitalismo não vai cair de podre, é necessário estar atento às reacções políticas e militaristas do sistema que se podem desenvolver nos próximos tempos - a extrema-direita, o racismo, a xenofobia, as «mãos duras» para gerir a situação, a utilização da força para reprimir revoltas sociais e a guerra. A resposta só pode ser uma: intensa luta de massas, solidariedade internacionalista e ofensiva ideológica.