O País que queremos

Luís Gomes
Percorrer a Festa é sempre uma viagem pelas cores, os sabores, os aromas e as especificidades culturais de todas as regiões e uma rara oportunidade para se conhecer, sem constrangimentos ou deturpações, o trabalho do Partido e as suas propostas para cada região. Quem a visitou pode saber como é o País que queremos.
Em cada espaço construído pelas organizações regionais do Partido, milhares de homens, mulheres e jovens de todo o País, através de uma voluntária generosidade que faz da Quinta da Atalaia o espaço onde há mais fraternidade por cada metro quadrado, garantiram o normal funcionamento de todos os espaços regionais e levaram à Festa, além da vastíssima proposta gastronómica, os anseios dos povos de cada região num retrato, resumido mas esclarecedor, das lutas travadas pelos trabalhadores e as populações durante o ano, sempre com a solidariedade activa e o empenho dos comunistas.
Em todos os espaços, a Greve Geral e os respectivos exemplos de dignidade assumidos pelo milhão e 400 mil trabalhadores que a ela aderiram, a luta das populações em defesa dos serviços públicos, o apelo à participação na manifestação nacional da CGTP-IN, de 18 de Outubro próximo e a Conferência Económica e Social do PCP, agendada para 24 e 25 de Novembro, no Seixal, estiveram em destaque.
Entrando pela porta da Medideira, sobe-se um relvado e, lá do alto, tem-se uma panorâmica geral onde se misturam as mais variadas cores dos toldos dos espaços com as decorações de cada região.
Aveiro estava logo do lado direito, com uma fachada a fazer as delícias dos mais gulosos com os ovos-moles e uma lateral onde as rodas pintadas de uma engrenagem lembravam o Capital e os seus intentos. Ao lado da doçaria estava um apelo para a participação no abaixo-assinado pela reabilitação da linha férrea do Vale do Vouga. Salientava-se a luta dos trabalhadores da Rhode, pelos salários e postos de trabalho.
O leitão à Bairrada, prato de eleição entre outros, foi consumido nas refrescantes sombras de um restaurante cuja parede lateral recordava que só «A luta é o caminho». Do outro lado do espaço comensal, um corticeiro mostrava, ao vivo, como se fazem rolhas com a respectiva máquina, numa homenagem a estes trabalhadores e para informar os visitantes sobre a crise no sector e a sua importância para a região.
Uma menção à luta do PCP contra o branqueamento do fascismo e o papel do Partido em defesa dos direitos das populações completou a exposição.
Diante de Aveiro estava Vila Real, a destacar a luta dos comunistas e dos amigos da CDU em defesa da raça bovina autóctone, a carne maronesa, prato principal num restaurante cujas paredes recordavam as lutas dos agricultores com a CNA e a Associação da Mulheres Agricultoras Portuguesas. Também havia referências ao Movimento das Associações dos Agricultores e Compartes dos Baldios no distrito.
Meia dúzia de passos dados e, colada a esta região estava Viseu. A entrada do restaurante era uma fachada de habitação regional com uma frase de repúdio pela tentativa de criação, em Santa Comba Dão, do museu ao ditador fascista, Salazar. Na gastronomia destacava-se a vitela assada no forno e o naco de vitela arouquesa, da Serra do Montemuro, entre outras. Ali, recordava-se a 7.ª Assembleia Regional dos comunistas de Viseu, a luta contra o encerramento de escolas e de serviços de saúde e a acção da população com a URAP e o Partido contra o museu em Santa Comba. Também não faltou o artesanato, as faianças, o presunto e o queijo regional.
Voltámos ao topo da artéria principal e descobrimos, logo abaixo de Vila Real, depois do espaço dedicado aos camaradas e amigos emigrantes, o espaço de Santarém onde a sopa da pedra tem presença assídua com a sopa de peixe. Uma atraente exposição recordava a luta dos trabalhadores da região pela conquista do horário de trabalho de 8 horas diárias, conseguida em 1962, à custa de grande sofrimento, repressão e tortura fascistas. «1962-2007: ontem como hoje, o PCP sempre do lado de quem trabalha», recordava-se. Um pequeno palco serviu para espectáculos com danças e cantos regionais, entre outros.
Do outro lado da rua, a organização comunista de Castelo Branco e Guarda salientava como «Com um PCP mais forte, o interior tem futuro». Entre a feijoada, o bacalhau à Assis, os maranhos, o queijo da serra e outras iguarias podia ler-se um trecho do poema de Ferreira de Castro, «A lã e a neve», saber como foi a VII Assembleia Regional do Partido, a luta contra a privatização da água da Covilhã e o encontro do Partido, em Junho, em Manteigas, «Contra a desertificação e o envelhecimento da população», a exigir «Um novo rumo para a Serra da Estrela».
Entrámos depois numa rua perpendicular, em direcção ao espaço do desporto e deparámos com Leiria. Uma exposição contava a revolta dos vidreiros da Marinha Grande, de 18 de Janeiro de 1934, como foi organizada e como os trabalhadores foram presos e deportados para o Tarrafal, onde alguns faleceram, vítimas das mais duras privações. Apreciando uma ginja ou uma carne assada com migas podia-se assistir à concepção, ao vivo, de arte vitral com um artesão a demonstrar como é feita a secular arte que sempre prestigiou aquele povo. Um espaço proporcionava a aquisição destes produtos. Os camaradas de Peniche tiveram a seu cargo o pão com chouriço e a sardinha assada.
Depois de Leiria estava a Madeira onde uma pequena casa regional foi o ponto do pré-pagamento para um espaço cuja decoração reproduziu a rua e alguns aspectos do Centro de Trabalho do PCP no Funchal. Os visitantes puderam provar as espetadas concebidas pelos camaradas desta região onde o Partido tem crescido. O bolo do caco e a sopa de trigo também não faltaram, bem como o ponche e todas as bebidas regionais, além de uns cocktails concebidos naquelas ilhas, cuja receita não foi revelada. Em exposição estiveram as lutas desenvolvidas nos últimos anos pelos comunistas com as populações.
Voltámos à rua central e desembocámos na rotunda do Palco 25 de Abril onde, do lado direito, estava o Algarve, «Da serra ao mar, na luta por outra política». Entre a marisqueira, o artesanato, os doces regionais e um bar com cocktails apelava-se à participação no abaixo-assinado contra a criação de um viveiro privado de produção de peixe, na ria de Alvor, e recordava-se como «O Algarve cresce mas não se desenvolve». Expostos estavam os dados sobre a crescente precariedade, a celebração do 1.º de Maio e a 8.ª Assembleia da Organização Regional do Algarve do PCP.
Ao lado, na mesma praça, Coimbra levou à Festa a Torre do Relógio, da Praia da Claridade, na Figueira da Foz, para decorar a entrada. A chanfana, o porco assado no espeto e a sardinha assada mais os doces e os vinhos regionais deliciaram os visitantes que puderam conhecer o boletim da célula dos trabalhadores ferroviários de Coimbra do PCP e o trabalho pelo reforço do Partido.
Regressámos ao fundo da rua onde iniciámos o percurso e, do lado contrário ao Algarve demos com Setúbal.
Na região onde o PCP tem o mais forte reconhecimento da população pelo seu trabalho, a entrada principal lembrava o papel do Partido, «Com os trabalhadores», no propósito de os «organizar, intervir e transformar» a realidade das suas vidas para melhor. Evocando Álvaro Cunhal, frases suas destacavam-se nas paredes lembrando que o nosso ideal é a libertação dos trabalhadores e do povo de todas as formas de exploração.
Painéis apresentaram as lutas das autarquias CDU em defesa do poder local democrático, o rejuvenescimento do Partido, a luta de massas e informação detalhada sobre a realidade económica e social, baseada na «Estrada de desenvolvimento para a península».
Muito variada eram as ementas. Ao lado do palco com animação variada, música para todos os gostos e debates sobre os problemas na região, o artesanato marcou presença. Para os pequenos-almoços houve uma leitaria.
Numa das entradas, um bar dos trabalhadores da Autoeuropa distribuiu exemplares do boletim da célula do Partido, «O faísca». Trabalhadores da empresa esclareceram sobre como têm superado dificuldades. «O Partido está a crescer», salientou um trabalhador a um visitante.
Viana do Castelo estava do outro lado da mesma praça, ao lado do Espaço da JCP. Quem viesse da praça central, onde ocorre a abertura da Festa tinha, à entrada do espaço, dois cabeçudos vestidos com trajes regionais e dois bombos típicos. Panos alusivos a várias paisagens da região decoraram o restaurante dos rojões, do arroz de cabidela ou bacalhau frito entre outros pratos. A audição do PCP sobre os parques naturais e as áreas protegidas estava na exposição, à semelhança das lutas contra as portagens e das referências ao 33.º aniversário do Centro de Trabalho de Viana, à 10.ª Assembleia da sua organização concelhia e uma evocação a José Dias Coelho.
Seguia-se pela artéria central na direcção do lago onde as crianças chapinham por três dias e encontrava-se os Açores, decorado com baleias e onde o polvo guisado foi o prato de eleição, além da linguiça com inhame ou com ananás regada, ou com vinhos das ilhas, ou com sumos de maracujá, além das bifanas de albacora, dos licores e do queijo de São Jorge. Muitos visitantes passaram que por lá para dar força ao Partido numa região onde é cada vez mais urgente, para as populações, o reforço do PCP.
Com a entrada virada para a praça da abertura da Festa, Lisboa lembrava, numa enorme fachada, que «A luta é o caminho».
Do sai-sempre à feira da ladra e ao pavilhão do coleccionador os visitantes encontraram todo o tipo de artigos usados mas em bom estado e a preços simbólicos. A tasca dos leitões, o restaurante da lezíria, o espaço «Só frutas», as merendinhas, a marisqueira, a hamburgueria, a pastelaria e a churrasqueira não tiveram mãos a medir. Os trabalhadores da célula do Partido na autarquia lisboeta tinham o seu bar.
Um grande painel mostrou fotos da manifestação de 28 de Março, de jovens trabalhadores e outro lembrou as 100 mil assinaturas recolhidas pelo Partido, em defesa do direito à saúde. A defesa do sector vinícola foi assinalada com a 5.ª Rota dos Vinhos de Lisboa da Festa, onde participaram 8 adegas cooperativas e 10 quintas produtoras. Noutra parede esteve a alusão à campanha contra as portagens entre Alverca e Vila Franca de Xira.
As lutas sindicais mereceram uma exposição e, do lado contrário à entrada principal, a torre de Lisboa recordava que «A luta continua».
Espaço central continuou a ser o café-concerto, decorado lateralmente com a imagem de um trabalhador da Pereira da Costa. Muito concorridos foram os espectáculos à semelhança dos interessantes debates e momentos altos de solidariedade internacionalista [Ver caixa página 13].
Do lado contrário à rua central esteve o Porto, onde a Concelhia do PCP de Gondomar prosseguiu com a campanha de fundos para a compra de uma nova casa do Partido em São Pedro da Cova.
À entrada, uma homenagem ao professor e matemático antifascista, ex-presidente da Associação Portuguesa de Escritores, Óscar Lopes, na passagem do seu 90.º aniversário mostrava, biograficamente, a vida deste incansável combatente da liberdade que foi perseguido e impedido de leccionar pelo regime fascista. Assinalado foi também o 30.º aniversário do Centro de Trabalho do Campo-Valongo. A retirada das ruas do Porto de propaganda da CDU e do PCP, por parte da autarquia PSD foi motivo de um mural em grafite que denunciou a censura. Um outro lembrou a resposta prepotente do ministro das pescas a um pescador, aquando da sua visita a Matosinhos. Além das tripas à moda do Porto e das «francesinhas», grande foi a ementa cujos pratos foram deglutidos ao som da variada programação do palco deste espaço. O artesanato e a estampagem de camisolas complementaram a oferta.
Entre o Porto e Setúbal esteve Bragança, decorada com as máscaras dos seus caretos típicos dos Nordeste trasmontano, com foices e martelos nas faces, lembrando o «Entrudo chocalheiro» que o Zeca Afonso cantava. «Com o PCP, desenvolver a região» foi o tema central. No «Solar da mirandesa», a posta mirandesa já tinha esgotado no domingo e a alternativa foi a vitela na brasa. As iniciativas do PCP na região durante o ano foram o tema da exposição política.
Do outro lado da praça começava o Alentejo, e quem dali se aproximasse começava logo a ouvir os coros da terra saídos do trabalho e da luta do povo, cantados no convívio constante de camaradas e amigos.
De entrada estava uma frase alusiva à defesa dos serviços públicos e um poema de Zeca Afonso dedicado ao cavador alentejano. Um comprido mural de fachada ao longo de todo o espaço diante do Pavilhão Central mostrava desenhos alusivos às propostas do PCP para o desenvolvimento da região, com a barragem do Alqueva, um avião e um comboio de alta velocidade. Mais abaixo, a imagem de Catarina Eufémia num fundo branco lembrou a todos o sacrifico do povo alentejano na sua luta pela liberdade e o pão. Uma exposição recordou a desertificação da região e como o regadio proporcionado pelo Alqueva pode inverter a situação. Peles, curtumes e artesanato podiam ser adquiridos.
Ocorreram três debates subordinados à resistência e à luta antifascista no Alentejo, à defesa da água pública e à acção do Partido em prol do seu reforço.
Nada de típico da gastronomia alentejana faltou nos restaurantes, bares e tascas da região, da açorda ao ensopado de borrego ou a caldeirada à moda de Sines.
Seguimos em direcção do espaço internacional e depois da entrada, pela Quinta da Princesa, antes do Alentejo estava Braga.
Numa lateral do restaurante podia-se conhecer as lutas na região contra os aumentos das portagens, uma homenagem a Adriano Correia de Oliveira, o encontro internacional de partidos comunistas, em Guimarães, a 5 e 6 de Julho, a Festa da fraternidade e um painel que mostrava os passos de concepção do espaço.
Além dos pratos típicos havia «frigideiras», um folhado de carne em formato de pizza.
Muito mais ficou, certamente, por conhecer, saborear e desfrutar, por muito que o visitante se tenha desdobrado em caminhadas, porque o volume de trabalho desenvolvido ao longo do ano nas regiões pelo Partido é tanto e foram tantas as iniciativas na Festa que é sempre impossível ver tudo. Para o ano faremos outra, ainda melhor do que esta e o que não se viu desta vez fica para o ano que vem. Até lá, prosseguiremos a luta pelo País que queremos.


Mais artigos de: Festa do Avante!

Aprender sempre!

Indiferentes à hora – cedo na manhã ou já com a noite alta – ou ao que acontecia nesse momento num qualquer outro local da Atalaia, foram muitos os que visitaram a Festa do Livro, ponto de visita obrigatório para muitos milhares de visitantes da Festa do Avante!. Uns iam em busca «daquele» livro ou «daquele» autor,...

Experiências, paixão, encantamentos

Todos os anos o pavilhão do Avanteatro proporciona experiências inesquecíveis a milhares de visitantes da Festa. Uns, levados pela paixão antiga pelo Teatro, encontram no seu diversificado programa a oportunidade de acompanhar o que de melhor se produz no País em matéria de artes de palco. Outros, levados pela simples...

Música dos quatro cantos do mundo

Serão muito poucas as palavras que poderão descrever o ambiente único que se viveu, durante os três dias, no Palco 25 de Abril. Uma mistura de emoções e sentimentos tão forte que apenas se poderá explicar numa só palavra: camaradagem. Porque a Festa do Avante!...

Grandes concertos

O Auditório 1.º de Maio começou a sua programação com fado e terminou com jazz. Durante os três dias, o público foi brindado com espectáculos memoráveis de todos os estilos musicais.«Estamos a curtir que nem uns perdidos», confessava ao microfone um dos elementos de Quatro ao Sul, banda que abriu os espectáculos de...

A paixão pelos jogos populares

O chinquilho e a malha são modalidades com um cunho profundamente popular que mobilizam milhares de jogadores. Isso mesmo ficou de novo comprovado na Festa, com o elevado número de participantes que, por exemplo, disputaram o 2.º campeonato de malha (escalões B e C) iniciado em 15 de Junho e concluído dia 9, domingo, na...

Brilhar sob o aplauso do público

Rica e variada, com elevado nível desportivo e artístico, dando espaço às mais variadas modalidades, assim foi a programação do polidesportivo. Foram mais de .... dezenas as actividades ali realizadas, brindando um público, sempre numeroso, entusiástico, apreciador e exigente.A reter, como momentos altos, a gala de...

Um acontecimento sem paralelo

«Ainda podemos inscrever-nos ?» Atendido o pedido, sem formalidades, é escrito o nome num papel colocado horas antes numa das paredes da estrutura de apoio ao polidesportivo. São 18.30, domingo. Duas horas depois, este grupo de três jovens disputa com mais onze equipas, perante numerosa assistência, o mini torneio de...

Exemplos a seguir

O desporto adaptado foi este ano a grande novidade no programa desportivo da Festa. Decisão acertada e oportuna, esta, a de prestar uma particular atenção aos cidadãos portadores de deficiência, para quem a actividade física e o desporto assumem uma enorme importância na perspectiva da sua integração social, da sua saúde...

Confiança!

Quando se sai da Festa do Avante! há quase sempre uma ideia – que foi crescendo ao longo dos três dias – que parece resumir, em cada ano, o que esse grande e fraternal convívio nos deixa, uma particular emoção que nos marca e que imprime determinado rumo no nosso trabalho de...

Prosseguir o combate

Abertas as portas da 31.ª Festa do Avante podíamos parafrasear o cantor: «seja bem vindo, quem vier por bem», sejam bem vindos os que pela primeira vez querem conhecer a nossa festa. E fazer a saudação sempre repetida e renovada aos militantes do Partido e da JCP, aos amigos do...

Os fotógrafos da Festa!

Cátia PereiraInês SeixasJoão CasanovaJorge CabralJorge CariaJosé FradeMiguel GodinhoPaulo SerranoReinaldo RodriguesRogério PedroRui CantoSérgio MoraisTeresa Lacerda

Convívio e camaradagem

«O que conta é a participação, é estar aqui, é apoiar a Festa dos trabalhadores e do povo, a quem dedico esta vitória». As palavras são de Luís Jesus, vencedor absoluto, masculino, na grande corrida da Festa do Avante!Para a jovem Doroteia Peixoto, vencedor absoluto em feminino, estreante nesta prova, esta sua...

A liberdade de quem «voa mais largo»

Uma grande parte das 120 obras expostas na 15.ª Bienal de Artes Plásticas da Festa do Avante! correspondeu ao desafio colocado aos mais de 80 criadores, entre concorrentes e convidados, individuais e colectivos, jovens e veteranos: tomar como inspiração o tema «Voa mais largo» e os versos de Luís Veiga Leitão «Que nos...

Arte e revolução<br>no Outubro soviético

No ano em que por toda a Festa se celebrou o 90.º aniversário da instauração do poder dos sovietes na Rússia, nasceu, a par da Bienal, a exposição «Arte e revolução na revolução de Outubro», constituída por um mural, pintado a...

E... muito mais!

Parabéns Nelson Évora Quem não passou despercebido na Festa, onde já fora em anos anteriores, conforme o próprio revelou, foi o Campeão Mundial de triplo salto, Nelson Évora. A sua presença na Atalaia, no domingo, dois dias depois de ter participado no «Meeting de Zurique», foi saudada por muitos visitantes que,...

Unidos contra o capitalismo

Dezenas de partidos comunistas afirmaram na Cidade Internacional da Festa do Avante! o socialismo como uma exigência da actualidade e do futuro. Durante três dias, a solidariedade provou não ter fronteiras e expressou-se através da troca de ideias, da música, da cultura, e da luta dos...

O exemplo revolucionário de <em>Che</em>

Quatro décadas depois de ter sido assassinado pela CIA nas montanhas da Bolívia, a 9 de Outubro de 1967, Ernesto Che Guevara continua a ser uma referência de vulto na história do movimento comunista internacional.Mais que um ícone, Che é um exemplo para quem se entrega no presente à luta pelo futuro da humanidade. A...

A alternativa é o socialismo

Vivemos um tempo de enganos em que as palavras são úteis para iludir – assim começou Sérgio Ribeiro a introdução ao debate «Desenvolvimento económico no actual contexto internacional», que na tarde de domingo, dia 9, reuniu no palco da Cidade Internacional Altamiro Borges, do PC do Brasil; Anatoly Lokot, do PC da...

América Latina em debate

«Soberania e progresso social, a América Latina em luta», foi o tema do debate que encerrou o ciclo de sábado à tarde no Palco Solidariedade da Cidade Internacional.Na mesa, Ângelo Alves, da Comissão Política do CC do PCP, moderou a conversa viva sobre os problemas mais candentes do subcontinente, nomeadamente os...

Sahara Ocidental, uma terra, um povo

No espaço internacional da Festa do Avante!, a luta do povo saharauí contra a ocupação marroquina e pela independência esteve em destaque.Entre a banca do Concelho Português para a Paz e a Cooperação – que tem em curso uma campanha de recolha de esforços para a construção de uma escola no Sahara Ocidental – e o stand da...

Eu estive no país dos sovietes

No ano em que a Festa assinalou o 90.º aniversário da Revolução de Outubro, vale a pena destacar o espaço que a Associação Iuri Gagarin (antiga Associação de Amizade Portugal-URSS) assegurou na Cidade Internacional.Nos materiais de banca e na exposição patente esclareciam-se os objectivos da Iuri Gagarin e valorizava-se...

Delegações estrangeiras

Na Festa estiveram este ano presentes 41 delegações estrangeiras de partidos comunistas e outras organizações progressistas:Alemanha – Partido Comunista Alemão/DKP: Peter Lommes, responsável da Organização Regional de Niederreihn, e Andrea Langguth; Partido «A Esquerda»: Halina Wawzyniak, membro da Direcção do Partido;...

Pela emancipação da mulher

O Espaço da Mulher Comunista homenageou a revolucionária alemã, Clara Zetkin, prestigiada dirigente do Partido Comunista alemão e da Internacional Comunista, na passagem dos 150 anos do seu nascimento. A editorial Avante! lançou o livro, «Clara Zetkin e a luta das mulheres» e a Organização das Mulheres Comunistas...

Os que chegam e os que vão

A crescente participação e adesão ao Partido de cidadãos emigrantes e de imigrantes de todas as nacionalidades tem-se reflectido, ano após ano, nos espaços a eles dedicados. São pontos de convívio e de aproximação ao Partido para aqueles que as deploráveis condições de vida e de trabalho, em Portugal e nos respectivos...

Café-concerto e debates

Dos mais concorridos espaços da Quinta da Atalaia, o Café-Concerto de Lisboa voltou a ser espaço de animação variada onde os debates sobre a realidade nacional e internacional intercalaram com música variada. Momentos altos foram, entre outros, o Tributo a Adriano Correia de Oliveira, pelos Trivenção, os debates...

Um espelho dos interesses e lutas dos jovens

Se a Festa é feita em grande parte de jovens, estes têm um espaço próprio na Quinta da Atalaia. É a zona da JCP, também conhecida por «Cidade da Juventude», um local diversificado que espelha os interesses e reivindicações dos jovens.

Esclarecer para recrutar

«Pelos direitos e liberdades democráticas» foi o tema adoptado este ano pelas brigadas de contacto da JCP, que abordaram centenas de jovens visitantes da Festa. O objectivo é «recrutar e esclarecer, sobretudo esclarecer para o recrutamento», como afirma João Tiago Silva, da direcção da JCP.

«Já tem o <em>Agit</em>?»

«É o Agit! Olha o Agit!», grita um militante da JCP, em jeito de pregão, na descida da Medideira para o centro do terreno. «Já tem o Agit, o jornal da JCP?», oferece uma companheira a quem passa. Ao longo dos três dias da Festa, brigadas de venda da publicação da JCP percorreram o terreno, em turnos de 20 pessoas.As...

De camioneta até à Atalaia

Mais de 800 jovens chegaram à Quinta da Atalaia nas camionetas preparadas pela JCP. Foram dezasseis excursões promovidas por oito organizações regionais. Os primeiros a partir foram os jovens de Arraiolos, na quinta-feira. Os outros iniciaram a viagem na sexta-feira, bem cedo. E, «para eles, a Festa começou logo ali», comenta Helena Barbosa, dirigente da JCP.

A Festa é imparável

No palco, a música prometia durar. Mas já de todos os cantos da Festa surgia gente de bandeira vermelha do Partido ou da JCP ao ombro. Dirigiam-se para as imediações do palco 25 de Abril para participarem no grande comício de encerramento da 31.ª edição da Festa do Avante!.

Outubro vigoroso no coração da Festa

Assinalados com destaque nesta edição da Festa do Avante!, os 90 anos da revolução russa de 1917 tiveram particular destaque no Espaço Central. Muito mais do que uma comemoração, o aniversário serviu para assinalar a premente actualidade da luta pela construção da sociedade socialista.

A alternativa é possível

Com o PCP Portugal tem futuro foi a conclusão necessariamente tirada pelos que visitaram a exposição do Pavilhão Central, onde os comunistas não se limitavam a tecer justas críticas à política de direita, apresentando também inúmeras propostas para uma...

Muito em pouco espaço

«Adere ao PCP» era um espaço situado bem no centro do Pavilhão, que acolhia os visitantes que quisessem aderir ao PCP ou simplesmente colocar dúvidas. Era raro passar por ali e não ver alguém sentado à mesa para uma destas duas situações. Só no domingo, entre as 13 e as 14 horas, segundo o camarada que estava de turno,...

Uma voz ao serviço do povo

Quando no PCP se fala em Adriano toda a gente sabe de quem se está a falar: de Adriano Correia de Oliveira, prestigiado músico e cantor e destacado militante do Partido. Este ano, quando se completam 25 anos sobre a sua morte, a Festa decidiu muito justamente homenagear, pois, aquele que foi também um entre os maiores...

Estradas, carris e GPS

Agora num espaço próprio junto ao lago, o Espaço da Ciência foi, este ano, dedicado aos transportes terrestres. Partilhado o espaço, era também comum o tema da Física e Astronomia. À entrada do pavilhão, era frequente ver o astrónomo Máximo Ferreira rodeado de curiosos a explicar o contributo das estrelas para os transportes.

Direitos são para todos

Dentre os vários colóquios que ocorreram no Auditório do Pavilhão Central – dos direitos das mulheres à exploração digital de direitos ou à defesa dos direitos dos trabalhadores das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) –, dois houve que, pelo seu conteúdo, merecem particular destaque: desporto para as pessoas...

É indispensável ler o <em>Avante!</em>

A actualidade do projecto comunista 90 anos passados sobre a Revolução de Outubro; a importância da imprensa do Partido no combate às campanhas de branqueamento e reabilitação do fascismo; a crescente penetração dos grupos económicos na vida do País; a importância do reforço e fortalecimento do PCP no combate à política...

... mas a resistência cresce

«Pela liberdade, pela democracia, por Abril» foi o tema do último debate que decorreu no Fórum, permitindo, porém, a José Casanova, José Neto, Odete Santos e Lúcia Gomes deixar bem vivos na memória dos participantes, os perigos que hoje ameaçam a democracia portuguesa. Perigos visíveis já, tanto nas derivas autoritárias...

Outro rumo nasce na luta

A Conferência Nacional do PCP sobre questões económicas e sociais, marcada para 24 e 25 de Novembro, e o empenho dos comunistas no esclarecimento e mobilização dos trabalhadores para a luta pela mudança de política no País (com uma importante etapa na manifestação que a CGTP-IN convocou para 18 de Outubro, em Lisboa),...

Solidariedade anti-imperialista

Para a nossa luta, é importante que saiam vitoriosos os povos que resistem ao imperialismo, disse Jorge Cadima, da Secção Internacional do PCP, que, em nome do Partido, interveio no debate «Contra o imperialismo e a guerra - solidariedade anti-imperialista», ao final da tarde de sábado, e no qual intervieram...