Um sector estratégico para o desenvolvimento
O sector das telecomunicações esteve em debate, sábado, em Lisboa, numa iniciativa realizada no âmbito da preparação da Conferência Nacional de Novembro.
Os interesses dos accionistas não são os interesses dos trabalhadores e do País
Cerca de cinco dezenas de pessoas participaram no encontro/audição que o PCP realizou sobre o sector das telecomunicações. Para Vasco Cardoso, da Comissão Política, que encerrou a sessão, este é um sector estratégico para o desenvolvimento do País e é também «parte integrante de um projecto de modernização, desenvolvimento e coesão social que queremos para Portugal».
Segundo dados do INE de 2003, este sector integra cerca de 240 empresas, às quais correspondem aproximadamente 17 mil postos de trabalho. E foi responsável por cerca de 2,6 por cento do valor acrescentado bruto em termos nacionais. Para o dirigente comunista, estes números, que ignoram a situação de monopólio da PT em relação ao número de empresas e o elevado número de trabalhadores não vinculados directamente às empresas, «revelam o peso significativo que o sector tem em termos económicos no plano nacional».
Mas a análise deve ir para além dos números, considera o PCP. A importância estratégica para a vida nacional confere às telecomunicações uma «dimensão de interesse nacional». Esta, afirmou Vasco Cardoso, está para além «dos interesses dos grandes grupos económicos que dominam e controlam este sector». Falar de telecomunicações, realçou, é falar do «Estado, das empresas, dos trabalhadores, dos utentes e clientes, das Forças Armadas, da vida económica e também cultural do nosso País».
O dirigente do PCP chamou ainda a atenção para a «dimensão profundamente tecnológica deste sector, desde sempre associada ao desenvolvimento e investigação, o que, infelizmente, é quase caso único no nosso País». Falando de presente e de futuro, acrescentou, o papel do sector é acrescido, por é contínua a evolução «quer ao nível dos serviços prestados quer aos nível das infra-estruturas que o suportam».
Ao serviço do povo
O sector das telecomunicações, lembrou Vasco Cardoso, está hoje colocado perante enormes desafios quanto à sua modernização. A combinação dos processos de convergência fixo-móvel, a integração dos serviços de voz, acesso à Internet e de serviço de distribuição de TV, ou a convergência digital das tecnologias das comunicações e das Tecnologias da Informação e Comunicação.
Estas alterações tecnológicas são reclamadas pelo PCP. Num quadro em que, realçou o dirigente do PCP, o desenvolvimento científico e tecnológico esteja ao serviço do País e do povo.
Para o PCP, daqui emerge uma questão central. «Não é possível defender o interesse nacional, os direitos dos trabalhadores e das populações e garantir o desenvolvimento do País sem um forte sector público, universal e de qualidade nas telecomunicações». Mas o sector é, actualmente, marcado pela existência de um monopólio privado, que se traduz na posição hegemónica da PT no sector.
A hegemonia, prosseguiu Vasco Cardoso, decorre do aprofundamento do carácter capitalista da económica nacional e tem consequências negativas nos trabalhadores, nos utentes, no investimento, nas empresas, e também no próprio Estado. Para o PCP, os interesses dos accionistas «não são os interesses nem dos trabalhadores nem do País».
Se assim fosse, continuou Vasco Cardoso, «não teríamos assistido ao longo dos últimos anos à progressiva redução do número de trabalhadores e ao desaproveitamento das suas capacidades e conhecimentos». Nem estaria hoje o País com atrasos na mudança de redes de telecomunicações para as chamadas redes de nova geração e o carácter universal do acesso à Internet em banda larga não continuaria a sofrer dos constrangimentos e limitações que são conhecidas.
O PCP tem uma longa reflexão sobre este tema e tem feito, ao longo dos anos, muitas propostas nas diferentes instituições. No encontro, esteve em análise um extenso documento, intitulado «Um forte sector público, universal e de qualidade de telecomunicações – condição de desenvolvimento», contendo as análises e propostas do PCP.
Segundo dados do INE de 2003, este sector integra cerca de 240 empresas, às quais correspondem aproximadamente 17 mil postos de trabalho. E foi responsável por cerca de 2,6 por cento do valor acrescentado bruto em termos nacionais. Para o dirigente comunista, estes números, que ignoram a situação de monopólio da PT em relação ao número de empresas e o elevado número de trabalhadores não vinculados directamente às empresas, «revelam o peso significativo que o sector tem em termos económicos no plano nacional».
Mas a análise deve ir para além dos números, considera o PCP. A importância estratégica para a vida nacional confere às telecomunicações uma «dimensão de interesse nacional». Esta, afirmou Vasco Cardoso, está para além «dos interesses dos grandes grupos económicos que dominam e controlam este sector». Falar de telecomunicações, realçou, é falar do «Estado, das empresas, dos trabalhadores, dos utentes e clientes, das Forças Armadas, da vida económica e também cultural do nosso País».
O dirigente do PCP chamou ainda a atenção para a «dimensão profundamente tecnológica deste sector, desde sempre associada ao desenvolvimento e investigação, o que, infelizmente, é quase caso único no nosso País». Falando de presente e de futuro, acrescentou, o papel do sector é acrescido, por é contínua a evolução «quer ao nível dos serviços prestados quer aos nível das infra-estruturas que o suportam».
Ao serviço do povo
O sector das telecomunicações, lembrou Vasco Cardoso, está hoje colocado perante enormes desafios quanto à sua modernização. A combinação dos processos de convergência fixo-móvel, a integração dos serviços de voz, acesso à Internet e de serviço de distribuição de TV, ou a convergência digital das tecnologias das comunicações e das Tecnologias da Informação e Comunicação.
Estas alterações tecnológicas são reclamadas pelo PCP. Num quadro em que, realçou o dirigente do PCP, o desenvolvimento científico e tecnológico esteja ao serviço do País e do povo.
Para o PCP, daqui emerge uma questão central. «Não é possível defender o interesse nacional, os direitos dos trabalhadores e das populações e garantir o desenvolvimento do País sem um forte sector público, universal e de qualidade nas telecomunicações». Mas o sector é, actualmente, marcado pela existência de um monopólio privado, que se traduz na posição hegemónica da PT no sector.
A hegemonia, prosseguiu Vasco Cardoso, decorre do aprofundamento do carácter capitalista da económica nacional e tem consequências negativas nos trabalhadores, nos utentes, no investimento, nas empresas, e também no próprio Estado. Para o PCP, os interesses dos accionistas «não são os interesses nem dos trabalhadores nem do País».
Se assim fosse, continuou Vasco Cardoso, «não teríamos assistido ao longo dos últimos anos à progressiva redução do número de trabalhadores e ao desaproveitamento das suas capacidades e conhecimentos». Nem estaria hoje o País com atrasos na mudança de redes de telecomunicações para as chamadas redes de nova geração e o carácter universal do acesso à Internet em banda larga não continuaria a sofrer dos constrangimentos e limitações que são conhecidas.
O PCP tem uma longa reflexão sobre este tema e tem feito, ao longo dos anos, muitas propostas nas diferentes instituições. No encontro, esteve em análise um extenso documento, intitulado «Um forte sector público, universal e de qualidade de telecomunicações – condição de desenvolvimento», contendo as análises e propostas do PCP.