Ensinamentos para a luta que continua
Foi lançado na quinta-feira, um dia depois de se completarem dois anos sobre a morte de Álvaro Cunhal, o livro «5 obras de Álvaro Cunhal – contributo para a história e luta dos comunistas e do povo português», que contou com a participação de Jerónimo de Sousa.
A construção do Partido é preocupação constante nas cinco obras de Álvaro Cunhal
O local escolhido para a apresentação da obra foi o mais apropriado: a sede nacional do PCP, em Lisboa. A sala de convívio encheu-se de militantes e simpatizantes do Partido. Dispersos pela sala estavam os dirigentes comunistas cujas contribuições se publicam na obra lançada. Como afirmou Francisco Melo, director das Edições Avante!, o livro procura «pôr à disposição dos leitores, em particular dos militantes do Partido, contribuições para o estudo de obras marcantes de Álvaro Cunhal».
Nesta obra, reúne-se as intervenções proferidas em debates realizados por todo o País em torno de cinco obras centrais de Álvaro Cunhal: Relatórios ao IV Congresso do PCP – O caminho para o derrubamento do fascismo e Organização; Rumo à Vitória – as tarefas do Partido na Revolução Democrática e Nacional; A revolução portuguesa – o passado e o futuro; o Partido com Paredes de Vidro; e A verdade e a mentira na Revolução de Abril (a contra-revolução confessa-se).
As contribuições são da autoria, respectivamente, de José Casanova, Maria da Piedade Morgadinho, Albano Nunes, Francisco Lopes, Aurélio Santos e Vasco Cardoso. É ainda publicada a intervenção de José Capucho na abertura do ciclo de debates, no dia 10 de Novembro do ano passado (em que Álvaro Cunhal cumpriria 93 anos).
Para o editor, estas contribuições «vêm ampliar o acervo bibliográfico sobre a história do PCP e do povo português antes e depois do 25 de Abril». Acervo esse que as Edições Avante! têm vindo e continuarão a enriquecer, realçou.
Do colectivo e para o colectivo
Jerónimo de Sousa, a quem coube apresentar a obra, afirmou que o PCP tem «a consciência plena da importância e do significado de evocarmos o contributo singular dado pelo camarada Álvaro Cunhal – pela sua acção e pela sua obra revolucionárias, e pelo seu exemplo militante – à construção, à vida, à intervenção, à luta, deste Partido que é nosso».
A obra teórica e a militância de Álvaro Cunhal, acrescentou, «fundem-se de tal forma com a história do nosso Partido, são de tal forma parte integrante, e maior, dessa história, que constituem factores determinantes e incontornáveis na apreciação do longo, complexo e difícil processo de construção do PCP. O contributo teórico e militante de Álvaro Cunhal, sublinhou, «nasceu, cresceu, desenvolveu-se e concretizou-se incorporando sempre a opinião e experiência colectivas».
E mais: a opção de vida que, para Álvaro Cunhal, constituiu a sua adesão ao ideal comunista, não é um caso isolado, não constitui uma excepção. Ele é um entre muitos exemplos de comunistas que, ao longo de várias gerações e até à actual geração, dedicaram as suas vidas ao Partido». Da mesma forma, prosseguiu, a sua obra teórica «não é produto de uma reflexão isolada da realidade que é o colectivo partidário: bem pelo contrário, ela assimila, integra e sintetiza de forma exemplar, a reflexão desse colectivo, dando-lhe a dimensão e a profundidade que lhe conhecemos».
«Utilizemo-las, então!»
Jerónimo de Sousa referiu ainda que o balanço dos debates onde se abordaram estas cinco obras de Álvaro Cunhal é, hoje, muito positivo. Neles participaram centenas de pessoas, «enriquecendo-os e enriquecendo a sua preparação política, ideológica, partidária – assim confirmando a utilidade e a importância da iniciativa e a necessidade óbvia de lhe dar continuidade».
Concluindo, o secretário-geral do PCP realçou que a «obra teórica do camarada Álvaro Cunhal e o seu exemplo de militante e dirigente comunista, constituem uma fonte inesgotável de estudo em todas as matérias que importam à formação política, ideológica e partidária dos militantes comunistas». E apelou: «utilizemo-las, então! Em todas as suas vertentes e, designadamente, pela que ao reforço do nosso Partido diz respeito».
De frente para o combate
A obra teórica e o exemplo de militante de Álvaro Cunhal, realçou Jerónimo de Sousa, «constituem decisivos pontos de partida para as lutas de hoje». E, prosseguiu, a «complexidade e os perigos da situação que hoje se vive no nosso País e no mundo coloca-nos, a nós, militantes comunistas, exigências a que temos que dar respostas».
O secretário-geral do PCP sublinhou que «vivemos sobre o fogo cerrado de uma das mais fortes ofensivas ideológicas de sempre». Uma ofensiva que, «dispondo de poderosos meios de difusão e de intervenção, tem entre outros objectivos, o de impor o capitalismo como etapa final da história da humanidade». Ao mesmo tempo, referiu, pretende apagar a história e o papel do PCP e «arrumá-lo, e ao seu projecto e ideais, como coisa do passado, incompatível com a “modernidade”».
Mas, lembrou o dirigente comunista, para os executores desta ofensiva, «modernidade» não significa mais do que desemprego, trabalho precário, «flexigurança», salários baixos, reformas e pensões de miséria, degradação das condições de vida, repressão e chantagem sobre os trabalhadores em greve, destruição de serviços públicos essenciais, violação de direitos, liberdades e garantias, envolvimento de Portugal em guerras ao serviço das ambições hegemónicas do imperialismo.
Contudo, realçou Jerónimo de Sousa, «a realidade concreta da sociedade em que vivemos mostra precisamente o contrário». A «modernidade» de que falam é, afinal, a «repescagem de tudo o que de mais retrógrado e anticivilizacional marcou o último século e meio da história do nosso País». É esta mesma realidade, afirmou, que evidencia a «pertinência, a dimensão humana, a actualidade do projecto e dos ideais comunistas».
Lembrando que a história do PCP é uma história de luta, o secretário-geral comunista terminou realçando que essa luta se travou «em todas as situações, travando as batalhas necessárias em cada momento». E, citando Álvaro Cunhal, concluiu: «fustigados pelos ventos da ofensiva, mas sempre no rosto e no peito e nunca pelas costas.»
O País e o Partido
As cinco obras evocadas no livro lançado no dia 14 constituem um «precioso património do nosso colectivo partidário e um material de estudo imprescindível à formação dos militantes comunistas», afirmou Jerónimo de Sousa. Em todas elas, realçou, «tomamos contacto com aspectos essenciais da história e da luta dos comunistas portugueses, do papel e influência do PCP na história do nosso País e nas importantes realizações e conquistas do povo e dos trabalhadores portugueses».
Nelas encontramos a «abordagem, a análise e a reflexão sobre momentos marcantes da história do nosso País e do mundo durante várias décadas», realçou o secretário-geral do Partido: do Portugal do IV Congresso do PCP, realizado apenas um ano após a derrota do nazifascismo, ao Portugal dos anos sessenta, época da crise geral da ditadura. A Revolução Portuguesa e as suas conquistas e a análise à acção contra-revolucionária são também abordadas nos referidos livros de Álvaro Cunhal.
«E sempre, sempre, em cada uma destas cinco obras, o Partido», valorizou. Nestas obras, prosseguiu, «acompanhamos o complexo, criativo e exaltante processo de construção do PCP como partido revolucionário, com as suas características próprias, moldadas por um conjunto de referências essenciais».
Jerónimo de Sousa sublinhou ainda, nas obras referidas, a constante «preocupação com o reforço do Partido, visível desde os primeiros passos do desenvolvimento teórico da concepção de partido comunista, domínio no qual Álvaro Cunhal atingiria uma criatividade notável». A construção do «partido leninista definido com a experiência própria», acrescentou, «começa na definição do conceito de trabalho colectivo como “princípio básico essencial do estilo de trabalho do Partido”» e, portanto, «como aspecto central da democracia interna e factor determinante da unidade e da disciplina partidárias».
Ainda em matéria de defesa e reforço partidário, acentuou, nestas obras contacta-se com a «resposta incisiva e certeira às tentativas várias de descaracterização do Partido, ao longo da sua história».
Nesta obra, reúne-se as intervenções proferidas em debates realizados por todo o País em torno de cinco obras centrais de Álvaro Cunhal: Relatórios ao IV Congresso do PCP – O caminho para o derrubamento do fascismo e Organização; Rumo à Vitória – as tarefas do Partido na Revolução Democrática e Nacional; A revolução portuguesa – o passado e o futuro; o Partido com Paredes de Vidro; e A verdade e a mentira na Revolução de Abril (a contra-revolução confessa-se).
As contribuições são da autoria, respectivamente, de José Casanova, Maria da Piedade Morgadinho, Albano Nunes, Francisco Lopes, Aurélio Santos e Vasco Cardoso. É ainda publicada a intervenção de José Capucho na abertura do ciclo de debates, no dia 10 de Novembro do ano passado (em que Álvaro Cunhal cumpriria 93 anos).
Para o editor, estas contribuições «vêm ampliar o acervo bibliográfico sobre a história do PCP e do povo português antes e depois do 25 de Abril». Acervo esse que as Edições Avante! têm vindo e continuarão a enriquecer, realçou.
Do colectivo e para o colectivo
Jerónimo de Sousa, a quem coube apresentar a obra, afirmou que o PCP tem «a consciência plena da importância e do significado de evocarmos o contributo singular dado pelo camarada Álvaro Cunhal – pela sua acção e pela sua obra revolucionárias, e pelo seu exemplo militante – à construção, à vida, à intervenção, à luta, deste Partido que é nosso».
A obra teórica e a militância de Álvaro Cunhal, acrescentou, «fundem-se de tal forma com a história do nosso Partido, são de tal forma parte integrante, e maior, dessa história, que constituem factores determinantes e incontornáveis na apreciação do longo, complexo e difícil processo de construção do PCP. O contributo teórico e militante de Álvaro Cunhal, sublinhou, «nasceu, cresceu, desenvolveu-se e concretizou-se incorporando sempre a opinião e experiência colectivas».
E mais: a opção de vida que, para Álvaro Cunhal, constituiu a sua adesão ao ideal comunista, não é um caso isolado, não constitui uma excepção. Ele é um entre muitos exemplos de comunistas que, ao longo de várias gerações e até à actual geração, dedicaram as suas vidas ao Partido». Da mesma forma, prosseguiu, a sua obra teórica «não é produto de uma reflexão isolada da realidade que é o colectivo partidário: bem pelo contrário, ela assimila, integra e sintetiza de forma exemplar, a reflexão desse colectivo, dando-lhe a dimensão e a profundidade que lhe conhecemos».
«Utilizemo-las, então!»
Jerónimo de Sousa referiu ainda que o balanço dos debates onde se abordaram estas cinco obras de Álvaro Cunhal é, hoje, muito positivo. Neles participaram centenas de pessoas, «enriquecendo-os e enriquecendo a sua preparação política, ideológica, partidária – assim confirmando a utilidade e a importância da iniciativa e a necessidade óbvia de lhe dar continuidade».
Concluindo, o secretário-geral do PCP realçou que a «obra teórica do camarada Álvaro Cunhal e o seu exemplo de militante e dirigente comunista, constituem uma fonte inesgotável de estudo em todas as matérias que importam à formação política, ideológica e partidária dos militantes comunistas». E apelou: «utilizemo-las, então! Em todas as suas vertentes e, designadamente, pela que ao reforço do nosso Partido diz respeito».
De frente para o combate
A obra teórica e o exemplo de militante de Álvaro Cunhal, realçou Jerónimo de Sousa, «constituem decisivos pontos de partida para as lutas de hoje». E, prosseguiu, a «complexidade e os perigos da situação que hoje se vive no nosso País e no mundo coloca-nos, a nós, militantes comunistas, exigências a que temos que dar respostas».
O secretário-geral do PCP sublinhou que «vivemos sobre o fogo cerrado de uma das mais fortes ofensivas ideológicas de sempre». Uma ofensiva que, «dispondo de poderosos meios de difusão e de intervenção, tem entre outros objectivos, o de impor o capitalismo como etapa final da história da humanidade». Ao mesmo tempo, referiu, pretende apagar a história e o papel do PCP e «arrumá-lo, e ao seu projecto e ideais, como coisa do passado, incompatível com a “modernidade”».
Mas, lembrou o dirigente comunista, para os executores desta ofensiva, «modernidade» não significa mais do que desemprego, trabalho precário, «flexigurança», salários baixos, reformas e pensões de miséria, degradação das condições de vida, repressão e chantagem sobre os trabalhadores em greve, destruição de serviços públicos essenciais, violação de direitos, liberdades e garantias, envolvimento de Portugal em guerras ao serviço das ambições hegemónicas do imperialismo.
Contudo, realçou Jerónimo de Sousa, «a realidade concreta da sociedade em que vivemos mostra precisamente o contrário». A «modernidade» de que falam é, afinal, a «repescagem de tudo o que de mais retrógrado e anticivilizacional marcou o último século e meio da história do nosso País». É esta mesma realidade, afirmou, que evidencia a «pertinência, a dimensão humana, a actualidade do projecto e dos ideais comunistas».
Lembrando que a história do PCP é uma história de luta, o secretário-geral comunista terminou realçando que essa luta se travou «em todas as situações, travando as batalhas necessárias em cada momento». E, citando Álvaro Cunhal, concluiu: «fustigados pelos ventos da ofensiva, mas sempre no rosto e no peito e nunca pelas costas.»
O País e o Partido
As cinco obras evocadas no livro lançado no dia 14 constituem um «precioso património do nosso colectivo partidário e um material de estudo imprescindível à formação dos militantes comunistas», afirmou Jerónimo de Sousa. Em todas elas, realçou, «tomamos contacto com aspectos essenciais da história e da luta dos comunistas portugueses, do papel e influência do PCP na história do nosso País e nas importantes realizações e conquistas do povo e dos trabalhadores portugueses».
Nelas encontramos a «abordagem, a análise e a reflexão sobre momentos marcantes da história do nosso País e do mundo durante várias décadas», realçou o secretário-geral do Partido: do Portugal do IV Congresso do PCP, realizado apenas um ano após a derrota do nazifascismo, ao Portugal dos anos sessenta, época da crise geral da ditadura. A Revolução Portuguesa e as suas conquistas e a análise à acção contra-revolucionária são também abordadas nos referidos livros de Álvaro Cunhal.
«E sempre, sempre, em cada uma destas cinco obras, o Partido», valorizou. Nestas obras, prosseguiu, «acompanhamos o complexo, criativo e exaltante processo de construção do PCP como partido revolucionário, com as suas características próprias, moldadas por um conjunto de referências essenciais».
Jerónimo de Sousa sublinhou ainda, nas obras referidas, a constante «preocupação com o reforço do Partido, visível desde os primeiros passos do desenvolvimento teórico da concepção de partido comunista, domínio no qual Álvaro Cunhal atingiria uma criatividade notável». A construção do «partido leninista definido com a experiência própria», acrescentou, «começa na definição do conceito de trabalho colectivo como “princípio básico essencial do estilo de trabalho do Partido”» e, portanto, «como aspecto central da democracia interna e factor determinante da unidade e da disciplina partidárias».
Ainda em matéria de defesa e reforço partidário, acentuou, nestas obras contacta-se com a «resposta incisiva e certeira às tentativas várias de descaracterização do Partido, ao longo da sua história».