Lembrar e honrar a resistência antifascista
O antigo dirigente do PCP Sérgio Vilarigues esteve em Cabo Verde nas comemorações do «Dia Nacional da Resistência Antifascista», proclamado pelo governo daquele país o dia 29 de Outubro.
Os prisioneiros do Tarrafal são considerados «Heróis de Cabo Verde»
O convite foi feito à União dos Resistentes Antifascistas Portugueses – URAP pelas autoridades de Cabo Verde: o dia 29 de Outubro, dia da abertura do Campo de Concentração do Tarrafal, foi proclamado «Dia nacional da resistência antifascista» e houve lugar a cerimónias oficiais. Solicitada pelo Ministério da Cultura de Cabo Verde para indicar um ex-preso político do Tarrafal para se deslocar às cerimónias, a URAP indicou o nome de Sérgio Vilarigues, dirigente do PCP durante décadas.
À chegada à cidade da Praia, o ex-tarrafalista tinha à sua espera a chefe de gabinete do ministro da Cultura de Cabo Verde, responsável pelas comemorações. No dia seguinte foi visitado por outros dois responsáveis do mesmo ministério. Ainda antes das cerimónias. Sérgio Vilarigues teve oportunidade de visitar a Cidade Velha da Ribeira Grande, a primeira cidade portuguesa em África. Já no dia 29, durante a deslocação para o Tarrafal, o histórico dirigente do PCP visitou o busto de Amílcar Cabral na cidade de Santa Catarina.
Junto ao portão do Campo de Concentração do Tarrafal, o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, e o presidente da Câmara local receberam os convidados: ex-prisioneiros do Tarrafal, diplomatas, governantes e deputados. O autarca do Tarrafal destacou a importância de manter o Campo de Concentração na memória de todos, sobretudo dos mais jovens, como exemplo de sacrifício e dedicação dos que por lá passaram.
Já o primeiro-ministro de Cabo Verde depois de considerar o exemplo dos lutadores pela liberdade e democracia, declarou o Campo de Concentração do Tarrafal como Património Nacional. Em seguida, o governante anunciou a construção no local de um museu.
A terminar, José Maria Neves pediu u minuto de silêncio em memória de todos os que tombaram no Campo de Concentração do Tarrafal e anunciou a condecoração de todos quantos estiveram presos no Tarrafal com o título de «Herói de Cabo Verde».
Fortificar os valores da amizade
Na cerimónia oficial, na qual estiveram presentes também ex-presos dos países africanos de língua portuguesa, Sérgio Vilarigues fez uma breve intervenção na qual recordou os quatro anos que passou no Tarrafal «por ser membro do Partido Comunista Português, partido a que aderi em 1935 e a que ainda hoje tenho o orgulho de pertencer». «Quem aqui foi submetido ao brutal regime prisional, quem conhece o que foi essa negra realidade, expressão concreta do fascismo, tem a obrigação e o dever de tudo fazer para não deixar cair no esquecimento, que o fascismo e o colonialismo existiram, e existem, com todo o seu cortejo de crimes e atrocidades», prosseguiu.
Vilarigues alertou ainda para as revisões históricas «que tendem a branquear e mesmo recuperar o fascismo, que alguns negam ter existido em Portugal». Revisões estas que ocorrem, esclareceu, «no momento em que se legaliza como normal campos de concentração, arbitrariedades judiciais e a própria tortura». Neste quadro, realçou, «a luta pela liberdade torna-se uma tarefa que não pode ser subestimada. E só luta pela liberdade quem verdadeiramente conhece o seu valor e os perigos que a ameaçam».
Confessando-se emocionado por regressar àquele local de má memória, Sérgio Vilarigues agradeceu o convite em seu nome pessoal e da URAP, deixando votos para que a evocação da abertura do Campo de Concentração «ajude a fortificar os valores da liberdade, solidariedade e da amizade entre o povo português e os povos outrora vítimas do inimigo comum, o fascismo português».
À chegada à cidade da Praia, o ex-tarrafalista tinha à sua espera a chefe de gabinete do ministro da Cultura de Cabo Verde, responsável pelas comemorações. No dia seguinte foi visitado por outros dois responsáveis do mesmo ministério. Ainda antes das cerimónias. Sérgio Vilarigues teve oportunidade de visitar a Cidade Velha da Ribeira Grande, a primeira cidade portuguesa em África. Já no dia 29, durante a deslocação para o Tarrafal, o histórico dirigente do PCP visitou o busto de Amílcar Cabral na cidade de Santa Catarina.
Junto ao portão do Campo de Concentração do Tarrafal, o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, e o presidente da Câmara local receberam os convidados: ex-prisioneiros do Tarrafal, diplomatas, governantes e deputados. O autarca do Tarrafal destacou a importância de manter o Campo de Concentração na memória de todos, sobretudo dos mais jovens, como exemplo de sacrifício e dedicação dos que por lá passaram.
Já o primeiro-ministro de Cabo Verde depois de considerar o exemplo dos lutadores pela liberdade e democracia, declarou o Campo de Concentração do Tarrafal como Património Nacional. Em seguida, o governante anunciou a construção no local de um museu.
A terminar, José Maria Neves pediu u minuto de silêncio em memória de todos os que tombaram no Campo de Concentração do Tarrafal e anunciou a condecoração de todos quantos estiveram presos no Tarrafal com o título de «Herói de Cabo Verde».
Fortificar os valores da amizade
Na cerimónia oficial, na qual estiveram presentes também ex-presos dos países africanos de língua portuguesa, Sérgio Vilarigues fez uma breve intervenção na qual recordou os quatro anos que passou no Tarrafal «por ser membro do Partido Comunista Português, partido a que aderi em 1935 e a que ainda hoje tenho o orgulho de pertencer». «Quem aqui foi submetido ao brutal regime prisional, quem conhece o que foi essa negra realidade, expressão concreta do fascismo, tem a obrigação e o dever de tudo fazer para não deixar cair no esquecimento, que o fascismo e o colonialismo existiram, e existem, com todo o seu cortejo de crimes e atrocidades», prosseguiu.
Vilarigues alertou ainda para as revisões históricas «que tendem a branquear e mesmo recuperar o fascismo, que alguns negam ter existido em Portugal». Revisões estas que ocorrem, esclareceu, «no momento em que se legaliza como normal campos de concentração, arbitrariedades judiciais e a própria tortura». Neste quadro, realçou, «a luta pela liberdade torna-se uma tarefa que não pode ser subestimada. E só luta pela liberdade quem verdadeiramente conhece o seu valor e os perigos que a ameaçam».
Confessando-se emocionado por regressar àquele local de má memória, Sérgio Vilarigues agradeceu o convite em seu nome pessoal e da URAP, deixando votos para que a evocação da abertura do Campo de Concentração «ajude a fortificar os valores da liberdade, solidariedade e da amizade entre o povo português e os povos outrora vítimas do inimigo comum, o fascismo português».