Preservar a memória em Cabo Verde
Dossier Nos 70 anos do Campo de Concentração do Tarrafal
Não é só o PCP que quer preservar a memória da resistência antifascista. Em Cabo Verde, o Partido Africano para a Independência de Cabo Verde, PAICV, que assume o governo e a presidência do país, está a levar a cabo um conjunto de medidas conducentes à defesa do Campo de Concentração do Tarrafal.
Recentemente regressado daquele país, onde participou no 11.º Congresso do PAICV, José Neto, da Comissão Política do PCP contou ao Avante! as intenções das autoridades cabo-verdianas relativamente ao Campo de Concentração. «O nosso Partido foi recebido no Ministério da Cultura, onde nos foi revelado o plano das comemorações oficiais dos 70 anos da abertura do Tarrafal», afirmou José Neto. Entre as medidas tomadas pelas autoridades de Cabo Verde, o dirigente do PCP destacou o decreto do Conselho de Ministros que classifica o Campo como património nacional e a proclamação do dia 29 de Outubro como o «Dia Nacional da Resistência Antifascista».
O dirigente comunista revelou ainda a intenção do governo do PAICV de transformar o Campo de Concentração do Tarrafal num museu. Actualmente, afirmou, apenas numa sala existe uma pequena exposição. Mas, mais do que criar um museu, as autoridades de Cabo Verde pretendem dar vida àquele espaço «para que as pessoas lá vão». Para isso, é necessário que haja documentação, algo de atractivo.
Para José Neto, há que potenciar o facto de haver ainda muitos antigos tarrafalistas vivos naquele país, como em Angola e Guiné-Bissau, já que o Campo reabriu nos anos sessenta para encarcerar os combatentes dos movimentos de libertação das ex-colónias portuguesas. No próximo dia 29 haverá uma sessão solene com a presença de antigos prisioneiros dos vários países, incluindo Sérgio Vilarigues.
Realçando as enormes dificuldades, nomeadamente financeiras, que as autoridades enfrentam para recuperar o Campo do Tarrafal, José Neto destacou o muito que está a ser feito pelo PAICV. Durante a década de noventa, quando a direita esteve no poder em Cabo Verde, «não só tudo isto esteve completamente ao abandono como esteve mesmo em risco de desaparecer completamente». Quando o PAICV regressa ao poder, em 2001, trava-se a degradação das instalações e são aprovados projectos para a transformação do Campo num museu.
José Neto afirmou que o PCP pode ajudar pressionando o Governo português a conceder apoios àqueles projectos. Apoios esses que «deviam existir e não existem». Já lá estiveram diversos responsáveis políticos portugueses (António Guterres, Jorge Sampaio, Mota Amaral) e, no entanto, «muito pouco se viu», denunciou. «Da nossa parte, tudo faremos para cooperar com o PAICV para que as coisas avancem.»
Recentemente regressado daquele país, onde participou no 11.º Congresso do PAICV, José Neto, da Comissão Política do PCP contou ao Avante! as intenções das autoridades cabo-verdianas relativamente ao Campo de Concentração. «O nosso Partido foi recebido no Ministério da Cultura, onde nos foi revelado o plano das comemorações oficiais dos 70 anos da abertura do Tarrafal», afirmou José Neto. Entre as medidas tomadas pelas autoridades de Cabo Verde, o dirigente do PCP destacou o decreto do Conselho de Ministros que classifica o Campo como património nacional e a proclamação do dia 29 de Outubro como o «Dia Nacional da Resistência Antifascista».
O dirigente comunista revelou ainda a intenção do governo do PAICV de transformar o Campo de Concentração do Tarrafal num museu. Actualmente, afirmou, apenas numa sala existe uma pequena exposição. Mas, mais do que criar um museu, as autoridades de Cabo Verde pretendem dar vida àquele espaço «para que as pessoas lá vão». Para isso, é necessário que haja documentação, algo de atractivo.
Para José Neto, há que potenciar o facto de haver ainda muitos antigos tarrafalistas vivos naquele país, como em Angola e Guiné-Bissau, já que o Campo reabriu nos anos sessenta para encarcerar os combatentes dos movimentos de libertação das ex-colónias portuguesas. No próximo dia 29 haverá uma sessão solene com a presença de antigos prisioneiros dos vários países, incluindo Sérgio Vilarigues.
Realçando as enormes dificuldades, nomeadamente financeiras, que as autoridades enfrentam para recuperar o Campo do Tarrafal, José Neto destacou o muito que está a ser feito pelo PAICV. Durante a década de noventa, quando a direita esteve no poder em Cabo Verde, «não só tudo isto esteve completamente ao abandono como esteve mesmo em risco de desaparecer completamente». Quando o PAICV regressa ao poder, em 2001, trava-se a degradação das instalações e são aprovados projectos para a transformação do Campo num museu.
José Neto afirmou que o PCP pode ajudar pressionando o Governo português a conceder apoios àqueles projectos. Apoios esses que «deviam existir e não existem». Já lá estiveram diversos responsáveis políticos portugueses (António Guterres, Jorge Sampaio, Mota Amaral) e, no entanto, «muito pouco se viu», denunciou. «Da nossa parte, tudo faremos para cooperar com o PAICV para que as coisas avancem.»