inaugurado há setenta anos
A memória dos crimes continua viva
Dossier Nos 70 anos do Campo de Concentração do Tarrafal
No próximo domingo, 29 de Outubro, assinalam-se os setenta anos da abertura do Campo de Concentração do Tarrafal. Foi neste dia, corria o ano de 1936, que chegou ao «Campo da Morte Lenta» a primeira leva de 152 antifascistas, transferidos das prisões políticas do continente e da Fortaleza de Angra do Heroísmo, nos Açores. Muitos estavam condenados a penas correccionais e, em número significativo, já tinham as suas penas cumpridas.
Pelo Tarrafal passaram 340 antifascistas. Estes cumpriram, juntos, um total de dois mil anos, onze meses de cinco dias de violento cativeiro. Durante os dezanove anos em que funcionou (excluindo o período entre 1963 e 1974, em que reabriu para encarcerar elementos dos movimentos de libertação das ex-colónias), perderam ali a vida 32 prisioneiros, alguns já depois de terem cumprido a pena a que haviam sido condenados. Outros morreram já fora do Campo, devido a doenças ali contraídas.
A morte dos prisioneiros não foi um acaso. A eliminação física dos opositores políticos do regime fascista longe do olhar das famílias e da opinião pública foi, desde sempre, o objectivo que presidiu à abertura do Campo de Concentração.
A sua localização, numa zona inóspita e vulnerável a doenças mortais, as péssimas condições sanitárias e de alimentação e os métodos utilizados – os seus responsáveis estagiaram na Alemanha nazi – tudo foi concebido e organizado para que fosse cumprida a divisa do primeiro director do Campo, Manuel dos Reis, à chegada dos presos: «Daqui não sai ninguém com vida… Quem vem para o Tarrafal vem para morrer!»
Setenta anos depois da abertura do «Campo da Morte Lenta» e 32 anos depois do 25 de Abril, em tempos de revisionismo histórico acerca da natureza do regime fascista e do papel ímpar dos comunistas portugueses na resistência, o Avante! recorda a brutalidade fascista e a têmpera dos que lhe resistiram.
Pelo Tarrafal passaram 340 antifascistas. Estes cumpriram, juntos, um total de dois mil anos, onze meses de cinco dias de violento cativeiro. Durante os dezanove anos em que funcionou (excluindo o período entre 1963 e 1974, em que reabriu para encarcerar elementos dos movimentos de libertação das ex-colónias), perderam ali a vida 32 prisioneiros, alguns já depois de terem cumprido a pena a que haviam sido condenados. Outros morreram já fora do Campo, devido a doenças ali contraídas.
A morte dos prisioneiros não foi um acaso. A eliminação física dos opositores políticos do regime fascista longe do olhar das famílias e da opinião pública foi, desde sempre, o objectivo que presidiu à abertura do Campo de Concentração.
A sua localização, numa zona inóspita e vulnerável a doenças mortais, as péssimas condições sanitárias e de alimentação e os métodos utilizados – os seus responsáveis estagiaram na Alemanha nazi – tudo foi concebido e organizado para que fosse cumprida a divisa do primeiro director do Campo, Manuel dos Reis, à chegada dos presos: «Daqui não sai ninguém com vida… Quem vem para o Tarrafal vem para morrer!»
Setenta anos depois da abertura do «Campo da Morte Lenta» e 32 anos depois do 25 de Abril, em tempos de revisionismo histórico acerca da natureza do regime fascista e do papel ímpar dos comunistas portugueses na resistência, o Avante! recorda a brutalidade fascista e a têmpera dos que lhe resistiram.