Fim à agressão ao Líbano
O PCP desafiou o Governo a clarificar a sua posição sobre a agressão de Israel ao Líbano e à Palestina. Manter o silêncio é pactuar com a invasão e os massacres, acusam os comunistas, que reafirmam a sua oposição à participação portuguesa numa força internacional.O PCP desafiou o Governo a clarificar a sua posição sobre a agressão de Israel ao Líbano e à Palestina. Manter o silêncio é pactuar com a invasão e os massacres, acusam os comunistas, que reafirmam a sua oposição à participação portuguesa numa força internacional.
Grandes potências querem dominar o Médio Oriente
«É tempo de o Governo português, pela voz do primeiro-ministro clarificar a sua posição. É tempo de, em cumprimento com os preceitos constitucionais, condenar a agressão ao Líbano e à Palestina, exigir o imediato cessar-fogo incondicional e contribuir construtivamente para uma solução política para o Médio Oriente», afirmou Ângelo Alves, da Comissão Política do PCP, em conferência de imprensa realizada segunda-feira.
Nesta declaração emitida a propósito da crise no Médio Oriente, em que assinalou também a passagem do 61.º aniversário do lançamento da primeira bomba atómica em Hiroshima (ver página 23), o PCP reafirma que a solução para aquela martirizada região não passa pelo envio de mais tropas estrangeiras mas sim «pelo reconhecimento do direito de todos os povos do Médio Oriente à sua soberania e independência, livres de ingerências externas».
Solução para a paz
Pormenorizando o que entende ser essa solução para os problemas da região, no quadro da retirada do exército israelita de todos os territórios ocupados no Líbano e Palestina, Ângelo Alves adiantou que a mesma terá que ser baseada nos seguintes aspectos centrais: «no respeito pelas fronteiras israelitas de 1967, decididas pela ONU; no reconhecimento ao povo palestiniano do direito à edificação do seu Estado, independente, soberano e viável com Capital em Jerusalém Leste; no desmantelamento de todos os colonatos na Cisjordânia; na solução do problema dos refugiados de acordo com as resoluções internacionais; na libertação dos presos políticos das cadeias de Israel e consequente troca de prisioneiros e por fim na retirada dos exércitos ocupantes do Iraque e Afeganistão».
«Só assim será possível iniciar o caminho da paz no Médio Oriente», defende o PCP, que não poupa críticas à actuação de Israel, das principais potências mundiais e da NATO pelas suas pretensões hegemónicas no Médio Oriente e Ásia Central.
«É cada vez mais evidente que a coberto de uma pretensa "guerra contra o terrorismo" se desenvolvem conflitos que visam a dominação da região do ponto de vista geo-estratégico e do controlo da produção e fluxo dos recursos energéticos com destaque para o petróleo. Está em curso todo um plano que pretende afirmar Israel como grande potência militar regional ao serviço dos EUA e submeter todos os outros países aos ditames das potências ocidentais que negoceiam agora entre si a divisão do "bolo" do Médio Oriente», advertiu Ângelo Alves, acrescentando: «Se provas faltassem bastaria relembrar as dezenas de bases militares dos EUA e da NATO que foram estabelecidas nestas regiões nos últimos 4 anos, o envolvimento das multinacionais petrolíferas nos chamados "processos de reconstrução" e a declarada vontade de potências como a Alemanha e a França de estacionar tropas suas na região. É um verdadeiro ciclo de guerras iniciado com a ocupação do Afeganistão, responsável pela morte de milhares e milhares de pessoas e em que o uso de armas de destruição massiva, os massacres contra populações civis e o recurso à tortura são exemplos bem demonstrativos do carácter criminoso deste plano».
Pactuar com a matança
Advertindo para os perigos de uma ofensiva «ainda em maior escala» do exército israelita que «deixará o Líbano pura e simplesmente destruído», o PCP chama a atenção para a inaceitável atitude da chamada comunidade internacional, que parece não ter olhos para os crimes cometidos por Israel no Líbano. Rejeitados pelos comunistas são ainda os termos do denominado texto «franco/norte-americano» apresentado ao Conselho de Segurança, o qual, para além de «dar ainda mais tempo a Israel para prosseguir a matança», a ser aprovado, «branquearia a invasão do Líbano e os ataques contra a Palestina».
«A confirmarem-se as intenções das grandes potências relativamente à reocupação do Líbano; a continuar-se numa escalada de ameaças à Síria e ao Irão; a manterem-se por um lado as posições de objectivo apoio a Israel na definição unilateral de fronteiras com a consequente ocupação de territórios palestinianos e por outro a ocupação do Iraque e Afeganistão, a manterem-se todos estes factores de tensão, o alastramento e generalização de conflitos na região assume um grau de probabilidade assustador que, a acontecer, terá consequências devastadoras para os povos da região e de todo o mundo», alerta o PCP que, neste «momento doloroso para os povos» daquele região, reafirma a «sua posição de sempre de defesa do direito dos povos à sua autodeterminação e à resistência pelos meios ao seu alcance contra a agressão e ocupação».
Nesta declaração emitida a propósito da crise no Médio Oriente, em que assinalou também a passagem do 61.º aniversário do lançamento da primeira bomba atómica em Hiroshima (ver página 23), o PCP reafirma que a solução para aquela martirizada região não passa pelo envio de mais tropas estrangeiras mas sim «pelo reconhecimento do direito de todos os povos do Médio Oriente à sua soberania e independência, livres de ingerências externas».
Solução para a paz
Pormenorizando o que entende ser essa solução para os problemas da região, no quadro da retirada do exército israelita de todos os territórios ocupados no Líbano e Palestina, Ângelo Alves adiantou que a mesma terá que ser baseada nos seguintes aspectos centrais: «no respeito pelas fronteiras israelitas de 1967, decididas pela ONU; no reconhecimento ao povo palestiniano do direito à edificação do seu Estado, independente, soberano e viável com Capital em Jerusalém Leste; no desmantelamento de todos os colonatos na Cisjordânia; na solução do problema dos refugiados de acordo com as resoluções internacionais; na libertação dos presos políticos das cadeias de Israel e consequente troca de prisioneiros e por fim na retirada dos exércitos ocupantes do Iraque e Afeganistão».
«Só assim será possível iniciar o caminho da paz no Médio Oriente», defende o PCP, que não poupa críticas à actuação de Israel, das principais potências mundiais e da NATO pelas suas pretensões hegemónicas no Médio Oriente e Ásia Central.
«É cada vez mais evidente que a coberto de uma pretensa "guerra contra o terrorismo" se desenvolvem conflitos que visam a dominação da região do ponto de vista geo-estratégico e do controlo da produção e fluxo dos recursos energéticos com destaque para o petróleo. Está em curso todo um plano que pretende afirmar Israel como grande potência militar regional ao serviço dos EUA e submeter todos os outros países aos ditames das potências ocidentais que negoceiam agora entre si a divisão do "bolo" do Médio Oriente», advertiu Ângelo Alves, acrescentando: «Se provas faltassem bastaria relembrar as dezenas de bases militares dos EUA e da NATO que foram estabelecidas nestas regiões nos últimos 4 anos, o envolvimento das multinacionais petrolíferas nos chamados "processos de reconstrução" e a declarada vontade de potências como a Alemanha e a França de estacionar tropas suas na região. É um verdadeiro ciclo de guerras iniciado com a ocupação do Afeganistão, responsável pela morte de milhares e milhares de pessoas e em que o uso de armas de destruição massiva, os massacres contra populações civis e o recurso à tortura são exemplos bem demonstrativos do carácter criminoso deste plano».
Pactuar com a matança
Advertindo para os perigos de uma ofensiva «ainda em maior escala» do exército israelita que «deixará o Líbano pura e simplesmente destruído», o PCP chama a atenção para a inaceitável atitude da chamada comunidade internacional, que parece não ter olhos para os crimes cometidos por Israel no Líbano. Rejeitados pelos comunistas são ainda os termos do denominado texto «franco/norte-americano» apresentado ao Conselho de Segurança, o qual, para além de «dar ainda mais tempo a Israel para prosseguir a matança», a ser aprovado, «branquearia a invasão do Líbano e os ataques contra a Palestina».
«A confirmarem-se as intenções das grandes potências relativamente à reocupação do Líbano; a continuar-se numa escalada de ameaças à Síria e ao Irão; a manterem-se por um lado as posições de objectivo apoio a Israel na definição unilateral de fronteiras com a consequente ocupação de territórios palestinianos e por outro a ocupação do Iraque e Afeganistão, a manterem-se todos estes factores de tensão, o alastramento e generalização de conflitos na região assume um grau de probabilidade assustador que, a acontecer, terá consequências devastadoras para os povos da região e de todo o mundo», alerta o PCP que, neste «momento doloroso para os povos» daquele região, reafirma a «sua posição de sempre de defesa do direito dos povos à sua autodeterminação e à resistência pelos meios ao seu alcance contra a agressão e ocupação».