DESPUDOR
Os inimigos dos trabalhadores são os capitalistas de todos os países.
Vasco Graça Moura (VGM) escreveu no Diário de Notícias (26.7.06) um artigo inconcebível. Em «As esquerdas anti-semitas», VGM tenta virar do avesso a História da Humanidade, alegando que o que designa por «esquerdas pós-soviéticas» nutrem «um ódio étnico e torpe contra os judeus», ódio cujas raízes enxerga em Lenine e na Revolução Russa.
Convém que os porta-vozes da direita e do imperialismo se decidam. Hitler (que gozou do apoio discreto ou entusiasta da maioria das classes dirigentes europeias durante a sua ascensão ao poder) fundiu o ódio ao movimento operário e aos judeus falando de um “complot judaico-bolchevique” para dominar o mundo. Com apenas um pouco mais de verniz, Winston Churchill falava (Illustrated Sunday Herald, 8.2.1920) numa «conspiração mundial para o derrube da civilização» protagonizada por «Judeus Internacionais», e acrescentava: «Não é necessário exagerar o papel desempenhado na criação do Bolchevismo e na actual ascensão da Revolução Russa por estes Judeus internacionais e, na sua maioria, ateus.[...] Com a excepção assinalável de Lenine, a maioria das figuras dirigentes são Judeus». Afinal, em que ficamos?
É no seio da direita imperialista que o «ódio étnico e torpe contra os judeus» e todas as outras formas de racismo têm um longo historial. Serviram sempre como suporte ideológico para a rapina, conquista e extermínio que dessem lugar à dominação de recursos, territórios e povos. A visão dos comunistas em relação ao anti-semitismo sempre foi e será a de Lenine: «Os latifundiários e capitalistas procuram canalizar contra os judeus o ódio dos trabalhadores e camponeses que vivem torturados pela escassez. Também noutros países vemos frequentemente os capitalistas a fomentar o ódio contra os judeus de forma a cegar os trabalhadores, e desviar a sua atenção do verdadeiro inimigo dos trabalhadores: o capital.[...] Não são os judeus que são inimigos dos trabalhadores. Os inimigos dos trabalhadores são os capitalistas de todos os países.[...] Os capitalistas visam semear e fomentar o ódio entre trabalhadores de diferentes credos, nações e raças» (Obras Completas em inglês, Progress Publishers, 1972, vol.29, p.252-3). E hoje, com Israel transformado num tentáculo do imperialismo no Médio Oriente, as classes dominantes estão a engendrar uma nova variante do seu anti-semitismo histórico: o ódio aos árabes (que também são semitas) e, mais em geral aos povos islâmicos. Que é fomentado pelas mesmas razões de sempre. Neste início de século, a superpotência imperialista pretende conquistar o Médio Oriente, centro das maiores reservas energéticas mundiais. As guerras de agressão e rapina que, hoje como no passado, acompanham essa tentativa de conquista imperialista estão já a provocar muitos milhares de vítimas. Os centros do imperialismo procuram insensibilizar os seus povos perante os rios de sangue que de novo fazem correr.
No dia da publicação do artigo de VGM os bombardeamentos israelitas mataram 21 pessoas na Faixa de Gaza, incluindo 3 crianças; na cidade libanesa de Tiro as bombas de Israel arrasavam bairros de habitação; a organização humanitária Save the Children anunciava que 45% das vítimas libanesas eram crianças e que havia 800 mil desalojados (site de La Repubblica). Na véspera Israel tinha morto 4 capacetes azuis da ONU, após seis horas de bombardeamento e dez telefonemas de advertência ao comando militar israelita. Depois veio o criminoso massacre de Qana - onde 10 anos antes os israelitas haviam bombardeado um campo de refugiados da ONU, matando 100 pessoas. Denunciar tudo isto não é anti-semitismo. É não ser conivente com os crimes que – hoje como ontem – o imperialismo e o seu tentáculo sionista cometem para que uns poucos lucrem, à custa da vida e dos direitos da esmagadora maioria da Humanidade.
VGM pode estar certo: a resistência dos trabalhadores e povos aos crimes do imperialismo é inevitável. E acabará por dar continuidade ao curso histórico aberto por Lenine e os bolcheviques no dia 7 de Novembro de 1917.
Convém que os porta-vozes da direita e do imperialismo se decidam. Hitler (que gozou do apoio discreto ou entusiasta da maioria das classes dirigentes europeias durante a sua ascensão ao poder) fundiu o ódio ao movimento operário e aos judeus falando de um “complot judaico-bolchevique” para dominar o mundo. Com apenas um pouco mais de verniz, Winston Churchill falava (Illustrated Sunday Herald, 8.2.1920) numa «conspiração mundial para o derrube da civilização» protagonizada por «Judeus Internacionais», e acrescentava: «Não é necessário exagerar o papel desempenhado na criação do Bolchevismo e na actual ascensão da Revolução Russa por estes Judeus internacionais e, na sua maioria, ateus.[...] Com a excepção assinalável de Lenine, a maioria das figuras dirigentes são Judeus». Afinal, em que ficamos?
É no seio da direita imperialista que o «ódio étnico e torpe contra os judeus» e todas as outras formas de racismo têm um longo historial. Serviram sempre como suporte ideológico para a rapina, conquista e extermínio que dessem lugar à dominação de recursos, territórios e povos. A visão dos comunistas em relação ao anti-semitismo sempre foi e será a de Lenine: «Os latifundiários e capitalistas procuram canalizar contra os judeus o ódio dos trabalhadores e camponeses que vivem torturados pela escassez. Também noutros países vemos frequentemente os capitalistas a fomentar o ódio contra os judeus de forma a cegar os trabalhadores, e desviar a sua atenção do verdadeiro inimigo dos trabalhadores: o capital.[...] Não são os judeus que são inimigos dos trabalhadores. Os inimigos dos trabalhadores são os capitalistas de todos os países.[...] Os capitalistas visam semear e fomentar o ódio entre trabalhadores de diferentes credos, nações e raças» (Obras Completas em inglês, Progress Publishers, 1972, vol.29, p.252-3). E hoje, com Israel transformado num tentáculo do imperialismo no Médio Oriente, as classes dominantes estão a engendrar uma nova variante do seu anti-semitismo histórico: o ódio aos árabes (que também são semitas) e, mais em geral aos povos islâmicos. Que é fomentado pelas mesmas razões de sempre. Neste início de século, a superpotência imperialista pretende conquistar o Médio Oriente, centro das maiores reservas energéticas mundiais. As guerras de agressão e rapina que, hoje como no passado, acompanham essa tentativa de conquista imperialista estão já a provocar muitos milhares de vítimas. Os centros do imperialismo procuram insensibilizar os seus povos perante os rios de sangue que de novo fazem correr.
No dia da publicação do artigo de VGM os bombardeamentos israelitas mataram 21 pessoas na Faixa de Gaza, incluindo 3 crianças; na cidade libanesa de Tiro as bombas de Israel arrasavam bairros de habitação; a organização humanitária Save the Children anunciava que 45% das vítimas libanesas eram crianças e que havia 800 mil desalojados (site de La Repubblica). Na véspera Israel tinha morto 4 capacetes azuis da ONU, após seis horas de bombardeamento e dez telefonemas de advertência ao comando militar israelita. Depois veio o criminoso massacre de Qana - onde 10 anos antes os israelitas haviam bombardeado um campo de refugiados da ONU, matando 100 pessoas. Denunciar tudo isto não é anti-semitismo. É não ser conivente com os crimes que – hoje como ontem – o imperialismo e o seu tentáculo sionista cometem para que uns poucos lucrem, à custa da vida e dos direitos da esmagadora maioria da Humanidade.
VGM pode estar certo: a resistência dos trabalhadores e povos aos crimes do imperialismo é inevitável. E acabará por dar continuidade ao curso histórico aberto por Lenine e os bolcheviques no dia 7 de Novembro de 1917.