Barrancos, Moura e Serpa

Contra a proposta que limita aproveitamento agrícola

Os municípios alentejanos de Barrancos, Moura e Serpa manifestaram-se contra a proposta do Governo para o Plano Sectorial da Rede Natura 2000, considerando que ela «limita» o aproveitamento agrícola da água de Alqueva.

A região apresenta uma das mais elevadas taxas de desemprego do País

Depois de analisada a proposta do Governo, que esteve em consulta pública, os presidentes dos três municípios da Margem Esquerda do Guadiana assumiram, na passada semana, uma posição conjunta de «frontal desacordo».
O Plano Sectorial da Rede Natura 2000, cujas propostas e orientações terão de ser, obrigatoriamente, transferidas para os Planos Directores Municipais, irá ter, segundo os autarcas, uma «influência determinante» no dia a dia das populações e no processo de desenvolvimento de vastas áreas da Margem Esquerda do Guadiana.
Num comunicado, os autarcas consideram que a proposta governamental «contém um conjunto de orientações para a intervenção no espaço rural que, a serem aprovadas, irão limitar o acesso à água para fins agrícolas».
A proposta do Governo para o Plano Sectorial da Rede Natura 2000 «introduz uma impossibilidade real de aproveitar, por exemplo, a água da Barragem de Alqueva para modernizar a agricultura da região, inviabilizando a criação de riqueza e de postos de trabalho», argumentam.
Segundo os autarcas, a proposta «continua a apostar na manutenção de um modelo de exploração agrícola que é, em grande parte, responsável pela situação de profunda crise, económica e social, que afecta toda a região da Margem Esquerda do Guadiana».
A proposta «estimula a manutenção das culturas extensivas de sequeiro e inviabiliza o cultivo de olivais, vinhas e pomares, impedindo a reconversão da agricultura da região», acrescentam.

Populações esquecidas

Os autarcas do PCP dizem ainda que a aprovação da actual proposta de Plano Sectorial da Rede Natura 2000 irá contribuir para a «manutenção ou agravamento» do processo de desertificação e abandono dos espaços rurais, numa região que já apresenta «valores preocupantes de baixa densidade e envelhecimento populacional».
«Serão completamente goradas todas as expectativas que as populações alimentaram quanto à criação de postos de trabalho a partir da reconversão da nossa agricultura», defendem os autarcas, lembrando que a região apresenta uma das mais elevadas taxas de desemprego do País.
Os autarcas manifestam o seu «frontal desacordo» com a proposta e rejeitam que «as respectivas populações continuem votadas ao esquecimento e ao abandono, desta vez, por via administrativa de um plano».
Esse plano, afirmam, «em vez de assegurar a sustentabilidade do desenvolvimento ecológico, económico e social das áreas em que se aplica, só poderá assegurar o crónico subdesenvolvimento da região e a sua desertificação humana».


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