«Há-dem», de novo...
Jorge Coelho, carinhosamente tratado na Imprensa como o «bulldozer», escolheu desta vez a apresentação de listas do PS às autárquicas em Évora para arrasar com mais uma prosápia que, como sempre, foi rapidamente transformada em «caso político».
Decretou ele, num hotel da cidade alentejana a abarrotar de correligionários, que «é chegada a hora de o sector financeiro, a banca e as companhias de seguros darem um contributo maior» em matéria de impostos, pormenor «fundamental para que o País perceba que chegou a hora para todos».
Chegou, pelo menos, a hora de Jorge Coelho voltar a «apagar fogos» (outro epíteto carinhoso na Imprensa – o de «bombeiro» do seu partido), desta vez em labaredas que ameaçam o desempenho eleitoral do PS nas próximas eleições autárquicas, já em Outubro próximo, devido ao descontentamento generalizado da população face ao violento ataque do novo Governo aos salários, direitos sociais e carreiras de todos os trabalhadores - já sem distinção entre reformados e no activo, empregados ou desempregados -, tudo em nome do «combate» ao malfadado défice.
Por isso, nada melhor que atirar para a rua a ideia de que «chegou a hora» de a banca e as seguradoras «darem um contributo maior». Não quer dizer nada, não paga imposto (como qualquer asneira), mas é suficiente para pôr toda a gente a falar do caso e a esquecer momentaneamente o resto – que é, afinal, o que interessa.
Mas apesar de não querer dizer nada – porque, de facto, nada diz, seja a definir «contributo» e, muito menos, a quantificar ou a programar qualquer «contributo» fiscal em relação à banca e aos seguros – já houve, entretanto, quem se desse ao cuidado de explicar o real contexto da «coelhal peroração» - como diria o Eça -, não vá o diabo tecê-las...
Assim, por parte do PS, João Cravinho apressou-se a tranquilizar «quem de direito», garantindo que «a banca, regra geral, não foge aos impostos», pelo que «o que é preciso é tapar os buracos da lei», vacuidade que agradou tanto aos banqueiros que o seu representante, João Salgueiro, presidente da Associação Portuguesa de Bancos, se deu ao luxo de concordar que «sejam revistos alguns dos benefícios fiscais» (sem explicar quais, evidentemente), ao mesmo tempo que advertia para o «perigo» da subida de juros nos «movimentos de capitais» e, de caminho, que Jorge Coelho «não faz parte do Governo», pelo que qualquer alteração em matéria fiscal «deve partir do Executivo ou da Assembleia da República».
Para ajudar ao entremez, o presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, Jorge Coelho, também veio a terreiro lembrar as «dotações» e «contributos» das seguradoras «para o equilíbrio das contas públicas» (não mencionou quaisquer impostos, porque certamente os não pagam...), afirmando que as seguradoras querem conhecer «os objectivos do Governo» antes de «decidir se vão ou não avançar com outros contributos».
Dito isto, fica tudo na paz do Senhor, que é como quem diz, fica tudo na mesma: os trabalhadores em geral – seja no público ou no privado, no activo ou na reforma - vão pagar «a crise» de imediato através de minuciosos e pormenorizados aumentos nos impostos directos e indirectos, diminuição de regalias sociais, agravamento de taxas e perda de descontos ou benefícios os mais diversos, tudo já devidamente programado pelo Governo de José Sócrates, enquanto os senhores do dinheiro são «ameaçados» com uns miríficos «contributos».
Mais valia Jorge Coelho ter dito que a banca e os seguros «há-dem» dar o tal contributo. Não era mais verdadeiro, mas ao menos estava mais de acordo com a competência do autor em matéria de Português...
Decretou ele, num hotel da cidade alentejana a abarrotar de correligionários, que «é chegada a hora de o sector financeiro, a banca e as companhias de seguros darem um contributo maior» em matéria de impostos, pormenor «fundamental para que o País perceba que chegou a hora para todos».
Chegou, pelo menos, a hora de Jorge Coelho voltar a «apagar fogos» (outro epíteto carinhoso na Imprensa – o de «bombeiro» do seu partido), desta vez em labaredas que ameaçam o desempenho eleitoral do PS nas próximas eleições autárquicas, já em Outubro próximo, devido ao descontentamento generalizado da população face ao violento ataque do novo Governo aos salários, direitos sociais e carreiras de todos os trabalhadores - já sem distinção entre reformados e no activo, empregados ou desempregados -, tudo em nome do «combate» ao malfadado défice.
Por isso, nada melhor que atirar para a rua a ideia de que «chegou a hora» de a banca e as seguradoras «darem um contributo maior». Não quer dizer nada, não paga imposto (como qualquer asneira), mas é suficiente para pôr toda a gente a falar do caso e a esquecer momentaneamente o resto – que é, afinal, o que interessa.
Mas apesar de não querer dizer nada – porque, de facto, nada diz, seja a definir «contributo» e, muito menos, a quantificar ou a programar qualquer «contributo» fiscal em relação à banca e aos seguros – já houve, entretanto, quem se desse ao cuidado de explicar o real contexto da «coelhal peroração» - como diria o Eça -, não vá o diabo tecê-las...
Assim, por parte do PS, João Cravinho apressou-se a tranquilizar «quem de direito», garantindo que «a banca, regra geral, não foge aos impostos», pelo que «o que é preciso é tapar os buracos da lei», vacuidade que agradou tanto aos banqueiros que o seu representante, João Salgueiro, presidente da Associação Portuguesa de Bancos, se deu ao luxo de concordar que «sejam revistos alguns dos benefícios fiscais» (sem explicar quais, evidentemente), ao mesmo tempo que advertia para o «perigo» da subida de juros nos «movimentos de capitais» e, de caminho, que Jorge Coelho «não faz parte do Governo», pelo que qualquer alteração em matéria fiscal «deve partir do Executivo ou da Assembleia da República».
Para ajudar ao entremez, o presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, Jorge Coelho, também veio a terreiro lembrar as «dotações» e «contributos» das seguradoras «para o equilíbrio das contas públicas» (não mencionou quaisquer impostos, porque certamente os não pagam...), afirmando que as seguradoras querem conhecer «os objectivos do Governo» antes de «decidir se vão ou não avançar com outros contributos».
Dito isto, fica tudo na paz do Senhor, que é como quem diz, fica tudo na mesma: os trabalhadores em geral – seja no público ou no privado, no activo ou na reforma - vão pagar «a crise» de imediato através de minuciosos e pormenorizados aumentos nos impostos directos e indirectos, diminuição de regalias sociais, agravamento de taxas e perda de descontos ou benefícios os mais diversos, tudo já devidamente programado pelo Governo de José Sócrates, enquanto os senhores do dinheiro são «ameaçados» com uns miríficos «contributos».
Mais valia Jorge Coelho ter dito que a banca e os seguros «há-dem» dar o tal contributo. Não era mais verdadeiro, mas ao menos estava mais de acordo com a competência do autor em matéria de Português...