Amor perfeito
Nesta inesgotável virtude de não nos deixar de surpreender, o BE acaba de lançar no mercado político esse novo eufemismo das «candidaturas independentes» para designar candidaturas daquele partido encimadas, como aliás é legitimo direito do bloco ou de qualquer outro partido, por candidatos independentes. Compreende-se o objectivo do trocadilho: no estafante exercício de pretender mostrar não ser o que é, um partido político, esta designação dá aquele toque de independência junto dos que mais distraídos não dêem conta da diferença.
Será à luz deste eufemismo que pode ser compreendida a candidatura de Sá Fernandes em Lisboa, ainda que sobre ela se não perceba se a candidatura é de um grupo de cidadãos que tem naquele advogado o seu primeiro candidato e que o BE decidiu assumir como sua, ou se é uma candidatura do BE que tem como primeiro candidato o mesmo advogado. Pormenor que, reconheça-se, em si não tem significância de maior quando comparado com outras e mais esclarecedoras questões que rodeiam esta candidatura.
Faça-se justiça e reconheça-se, dando valor ao conteúdo e não à forma, a irrecusável afinidade que faz desta ligação entre o bloco e Sá Fernandes, seja ela casamento ou união de facto, um amor perfeito.
Irrecusável afinidade na transparência e genuinidade de empenhamento democrático que ambos partilham, traduzida na inconfidência de um alto dirigente do BE, — que os atrapalhados desmentidos de um e enredadas tentativas de rectificação dos outros não apagaram —, de que há mais de um ano, ambos, partido e putativo candidato, congeminavam o lançamento da independente candidatura. O que diz tudo sobre a sinceridade com que o BE se dizia disponível para uma eventual coligação em Lisboa e o desprendido empenho do candidato.
Irrecusável afinidade na elasticidade do projecto e na sólida coerência de princípios programáticos que, um e outros, revelam, sintetizada na assunção pelo candidato do BE a Lisboa, num assomo de sinceridade que se regista, de que o seu programa «seria aprovado de igual forma por um conservador inglês, um socialista francês ou um social-democrata alemão». E pelo Bloco português, acrescentaremos nós, para que com maior nitidez se vislumbre a profunda substância da proposta oferecida à cidade.
E também aquela irrecusável afinidade na largueza sem limites de apoios que, um e outros, se dispõem a aceitar desde que neles se identifique a possibilidade de poderem fazer crescer, em matéria de votos contados, a respectiva coluna de créditos. Uma disponibilidade já antes revelada pelo BE para acolher quem se lhe oferecesse e agora confessada pelo seu candidato em Lisboa na curta, mas substantiva, asserção no sentido de que em matéria de apoios «aceito toda a gente».
Será à luz deste eufemismo que pode ser compreendida a candidatura de Sá Fernandes em Lisboa, ainda que sobre ela se não perceba se a candidatura é de um grupo de cidadãos que tem naquele advogado o seu primeiro candidato e que o BE decidiu assumir como sua, ou se é uma candidatura do BE que tem como primeiro candidato o mesmo advogado. Pormenor que, reconheça-se, em si não tem significância de maior quando comparado com outras e mais esclarecedoras questões que rodeiam esta candidatura.
Faça-se justiça e reconheça-se, dando valor ao conteúdo e não à forma, a irrecusável afinidade que faz desta ligação entre o bloco e Sá Fernandes, seja ela casamento ou união de facto, um amor perfeito.
Irrecusável afinidade na transparência e genuinidade de empenhamento democrático que ambos partilham, traduzida na inconfidência de um alto dirigente do BE, — que os atrapalhados desmentidos de um e enredadas tentativas de rectificação dos outros não apagaram —, de que há mais de um ano, ambos, partido e putativo candidato, congeminavam o lançamento da independente candidatura. O que diz tudo sobre a sinceridade com que o BE se dizia disponível para uma eventual coligação em Lisboa e o desprendido empenho do candidato.
Irrecusável afinidade na elasticidade do projecto e na sólida coerência de princípios programáticos que, um e outros, revelam, sintetizada na assunção pelo candidato do BE a Lisboa, num assomo de sinceridade que se regista, de que o seu programa «seria aprovado de igual forma por um conservador inglês, um socialista francês ou um social-democrata alemão». E pelo Bloco português, acrescentaremos nós, para que com maior nitidez se vislumbre a profunda substância da proposta oferecida à cidade.
E também aquela irrecusável afinidade na largueza sem limites de apoios que, um e outros, se dispõem a aceitar desde que neles se identifique a possibilidade de poderem fazer crescer, em matéria de votos contados, a respectiva coluna de créditos. Uma disponibilidade já antes revelada pelo BE para acolher quem se lhe oferecesse e agora confessada pelo seu candidato em Lisboa na curta, mas substantiva, asserção no sentido de que em matéria de apoios «aceito toda a gente».