Ferroviários exigem respostas
Arrastam-se, sem resposta do Governo, situações que os trabalhadores vêm denunciando há largos meses, nas empresas do Grupo CP. Em comunicado, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário elencou na semana passada várias «perguntas que precisam de respostas».
«O problema não está no número de trabalhadores», frisa o SNTSF/CGTP-IN, comentando os resultados conhecidos dos balanços sociais de 2004. No conjunto, a CP, a Refer e a Emef aumentaram os prejuízos em 44,5 milhões de euros (quase 9 milhões de contos), desde o ano anterior, somando um resultado negativo de 423,5 milhões de euros. Ao mesmo tempo, houve nas três empresas uma redução de 1500 postos de trabalho.
Comprova-se que, com os desmembramentos e divisões das empresas, o caminho-de-ferro tem «menos trabalhadores, menos passageiros e mercadorias e mais prejuízos», o que leva o sindicato a questionar se «é a repetição desta situação que o Governo pretende, quando não tomou ainda nenhuma medida concreta para o sector, no que concerne às políticas e às pessoas».
Quanto à contratação colectiva, «para além da negociação dos salários, todas as restantes matérias estão bloqueadas em todas as empresas», não são cumpridas convenções em vigor e não são respeitados compromissos assumidos pelas empresas. «Na Emef, empresa onde não há administração que administre, contratação colectiva é algo quase desconhecido», enquanto «na Refer mantém-se a injusta discriminação e na Soflusa pretende-se ignorar as novas realidades», sintetiza o sindicato, inquietando-se se «é este estado de permanente conflito que o Governo quer manter, quando parece que tudo vai ficar na mesma».
As notícias sobre admissões de administradores da CP na Refer e vice-versa confirmaram os motivos de preocupação do sindicato e dos trabalhadores. Terminando o mandato, o presidente da Refer, refere-se no comunicado, terá sido admitido na CP «com um vencimento de 4.727 euros, mais todas as mordomias», e «outros dois administradores da Refer foram também admitidos na CP, com vencimentos de 4.500 euros e, como não podia deixar de ser, com as restantes mordomias de carro, telefone, ajudas de custo, etc.». A notícia citada pelo sindicato aponta ainda a admissão na Refer de dois membros do Conselho de Gerência da CP.
Para o SNTSF, trata-se de «uma enorme imoralidade, por parte daqueles que se servem do poder nas empresas, em vez de as servirem», ficando a interrogação se, «ao manter estas pessoas à frente das empresas, com estas políticas, o Governo pretende avalizar esta imoralidade».
Marcada luta na Emef
No dia 23, decorrerão na Emef três horas de luta, convocadas conjuntamente pelo SNTSF e pela Comissão de Trabalhadores da empresa de manutenção, em defesa dos postos de trabalho e dos direitos, anunciaram anteontem as duas estruturas, que reclamam «novas políticas», com «meios técnicos, humanos e financeiros para o cumprimento integral» das funções da empresa.
Em recente reunião com os representantes dos trabalhadores, «a secretária de Estado dos Transportes, pessoa conhecedora da situação, afirmou que não iam ser postos em causa estabelecimentos da Emef, mas o dia-a-dia mostra que, se não houver medidas concretas urgentes, a situação tende a agravar-se em todos os estabelecimentos», alerta-se no comunicado. Para a CT e o sindicato, «impõe-se que, perante o autismo do Governo em relação à Emef, os trabalhadores tomem nas suas mãos, como sempre fizeram, a luta pela defesa dos seus direitos e interesses e pela manutenção das empresa, vital para a modernização do caminho-de-ferro em Portugal».
«O problema não está no número de trabalhadores», frisa o SNTSF/CGTP-IN, comentando os resultados conhecidos dos balanços sociais de 2004. No conjunto, a CP, a Refer e a Emef aumentaram os prejuízos em 44,5 milhões de euros (quase 9 milhões de contos), desde o ano anterior, somando um resultado negativo de 423,5 milhões de euros. Ao mesmo tempo, houve nas três empresas uma redução de 1500 postos de trabalho.
Comprova-se que, com os desmembramentos e divisões das empresas, o caminho-de-ferro tem «menos trabalhadores, menos passageiros e mercadorias e mais prejuízos», o que leva o sindicato a questionar se «é a repetição desta situação que o Governo pretende, quando não tomou ainda nenhuma medida concreta para o sector, no que concerne às políticas e às pessoas».
Quanto à contratação colectiva, «para além da negociação dos salários, todas as restantes matérias estão bloqueadas em todas as empresas», não são cumpridas convenções em vigor e não são respeitados compromissos assumidos pelas empresas. «Na Emef, empresa onde não há administração que administre, contratação colectiva é algo quase desconhecido», enquanto «na Refer mantém-se a injusta discriminação e na Soflusa pretende-se ignorar as novas realidades», sintetiza o sindicato, inquietando-se se «é este estado de permanente conflito que o Governo quer manter, quando parece que tudo vai ficar na mesma».
As notícias sobre admissões de administradores da CP na Refer e vice-versa confirmaram os motivos de preocupação do sindicato e dos trabalhadores. Terminando o mandato, o presidente da Refer, refere-se no comunicado, terá sido admitido na CP «com um vencimento de 4.727 euros, mais todas as mordomias», e «outros dois administradores da Refer foram também admitidos na CP, com vencimentos de 4.500 euros e, como não podia deixar de ser, com as restantes mordomias de carro, telefone, ajudas de custo, etc.». A notícia citada pelo sindicato aponta ainda a admissão na Refer de dois membros do Conselho de Gerência da CP.
Para o SNTSF, trata-se de «uma enorme imoralidade, por parte daqueles que se servem do poder nas empresas, em vez de as servirem», ficando a interrogação se, «ao manter estas pessoas à frente das empresas, com estas políticas, o Governo pretende avalizar esta imoralidade».
Marcada luta na Emef
No dia 23, decorrerão na Emef três horas de luta, convocadas conjuntamente pelo SNTSF e pela Comissão de Trabalhadores da empresa de manutenção, em defesa dos postos de trabalho e dos direitos, anunciaram anteontem as duas estruturas, que reclamam «novas políticas», com «meios técnicos, humanos e financeiros para o cumprimento integral» das funções da empresa.
Em recente reunião com os representantes dos trabalhadores, «a secretária de Estado dos Transportes, pessoa conhecedora da situação, afirmou que não iam ser postos em causa estabelecimentos da Emef, mas o dia-a-dia mostra que, se não houver medidas concretas urgentes, a situação tende a agravar-se em todos os estabelecimentos», alerta-se no comunicado. Para a CT e o sindicato, «impõe-se que, perante o autismo do Governo em relação à Emef, os trabalhadores tomem nas suas mãos, como sempre fizeram, a luta pela defesa dos seus direitos e interesses e pela manutenção das empresa, vital para a modernização do caminho-de-ferro em Portugal».