É preciso agir com urgência
Em pleno distrito de Braga e a duas semanas da discussão parlamentar do seu projecto de resolução exigindo o accionamento das cláusulas de salvaguarda, o PCP realizou um colóquio sobre o sector têxtil, com a presença de duas centenas de pessoas.
Dia 18 vai à Assembleia a proposta do PCP para defesa dos têxteis
«Para salvar o sector têxtil e do vestuário é necessário agir com urgência, em Portugal e na União Europeia», declarou Jerónimo de Sousa, quase no final da sua intervenção no colóquio que o PCP realizou, no passado sábado, que contou com a presença de diversos dirigentes e parlamentares comunistas, bem como de sindicalistas e trabalhadores. O secretário-geral comunista considera necessário que a luta em defesa deste sector continue e se amplie. «Pela nossa parte, continuaremos este combate», afirmou. Jerónimo de Sousa falava no encerramento do colóquio promovido pelo PCP no passado dia 7 sobre o tema «Pela produção nacional – defesa do sector têxtil e vestuário». A iniciativa, que contou com a participação de duas centenas de pessoas, realizou-se no concelho de Guimarães, no qual setenta por cento do emprego está directamente ligado ao sector.
Logo no início da sua intervenção, o secretário-geral do PCP recordou que no próximo dia 18 é discutido na Assembleia da República o projecto de resolução do PCP sobre o accionamento das cláusulas de salvaguarda ao regime de importações, bem como de exigência de medidas para responder às dificuldades que atravessa o sector nomeadamente nas regiões onde a sua existência é dominante. Para Jerónimo de Sousa, a iniciativa de Guimarães, a campanha nacional de sensibilização que o PCP está a promover em todo o País, no qual já se recolheram mais de 20 mil assinaturas, bem como o próprio projecto de resolução, são apenas o desenvolvimento natural de uma batalha travada desde há muito.
Para o secretário-geral do PCP, quando se começou a tornar mais evidente a «dimensão do desastre e se passou a recear o pior, estávamos sós, no plano político, a chamar à atenção para a necessidade de se agir com urgência». E lembrou ainda que o PCP enfrentou, então, a arrogância dos «ideólogos do liberalismo radical e dos seus tenores» e a «sobranceria de quem se diz de esquerda e com preocupações sociais». Uns e outros, realçou, tentaram e tentam desvalorizar os esforços do PCP em defesa da economia nacional e dos sectores produtivos. Mas o resultado está à vista e, destacou o secretário-geral comunista, «hoje estamos menos sós neste importante combate»!
Podem contar com o PCP
«Gostaríamos de garantir a todos os que trabalham na nossa indústria têxtil e do vestuário que podem contar connosco e que não desarmaremos nem abdicaremos de lutar ao seu lado pela sobrevivência e desenvolvimento do sector», frisou Jerónimo de Sousa, lembrando que «também em nome dos interesses nacionais esta batalha não pode ser uma batalha perdida». Isto porque o País «não pode garantir um desenvolvimento firme e sustentável, com elevada criação de riqueza, sem a existência de uma indústria transformadora forte e com um perfil de especialização avançado e produções de elevado valor acrescentado». Para o dirigente comunista, continua a caber à indústria transformadora um papel importante e indispensável no desenvolvimento nacional. Basta ver o exemplo dos países mais desenvolvidos, afirmou.
Na opinião dos comunistas, «este tem sido um dos um dos grandes erros da política de direita dos últimos anos». Política essa que, «a reboque e sobre a orientação dos grandes grupos económicos, mais apostados em actividades de fácil retorno e sem concorrência internacional, empurrou o País para um perigoso processo de desindustrialização que fragilizou a economia portuguesa». Esta política «não só condenou e condena ao definhamento e destruição dos sectores produtivos nacionais, como deliberadamente fomentou e consolidou um modelo de desenvolvimento assente nos baixos salários», bem como na precariedade e fraca qualificação dos trabalhadores. Era precisamente essa política que era necessário romper e que o actual governo não «dá sinais de o querer fazer», ao preparar-se para aceitar e aplicar várias antigas exigências do grande patronato.
Procurar as culpas cá dentro
«Não são a China, o Paquistão ou a Índia os responsáveis pela perpetuação do nosso atraso, das nossas actuais dificuldades e problemas», afirmou no colóquio de Guimarães o secretário-geral do PCP. Em sua opinião, os seus estados «defenderam e defendem os seus interesses nacionais e o dos seus povos». Tarefa essa que em «momentos decisivos da nossa história recente, os governos de Portugal abdicaram de realizar».
Para o dirigente do PCP, «não são os outros que podem ser responsabilizados pelas desastrosas políticas macroeconómicas neoliberais, monetaristas e parasitárias que se concretizaram nos últimos anos no nosso País», mas sim os governos de Portugal. Estes governos, lembrou, claudicaram de forma subserviente na defesa dos nossos interesses.
Os comunistas rejeitam o «discurso da responsabilização da China, agora em voga», lembrando que quem mais ganhará com a liberalização dos têxteis serão as grandes multinacionais do têxtil. E Jerónimo de Sousa recordou ainda que não foi a China a responsável pela forma ligeira e leviana como foram tratadas as negociações de entrada daquele país para a Organização Mundial do Comércio, «mas sim os governos do PSD e do PS, quer no acordo ATV, quer relativamente às inadmissíveis cedências de liberalização unilateral decididas pela União Europeia, orientações que servilmente aceitaram».
«Não podemos culpar terceiros, mas sim o governo português, quando em 2001, sem debate nacional, sem diálogo com o sector e sem uma avaliação das consequências e condições em que a China entra na Organização Mundial do Comércio se passa um cheque em branco a Bruxelas para negociar, permitindo que se trocassem os interesses da nossa indústria têxtil e do vestuário pelos interesses dos grandes grupos económicos», destacou.
Logo no início da sua intervenção, o secretário-geral do PCP recordou que no próximo dia 18 é discutido na Assembleia da República o projecto de resolução do PCP sobre o accionamento das cláusulas de salvaguarda ao regime de importações, bem como de exigência de medidas para responder às dificuldades que atravessa o sector nomeadamente nas regiões onde a sua existência é dominante. Para Jerónimo de Sousa, a iniciativa de Guimarães, a campanha nacional de sensibilização que o PCP está a promover em todo o País, no qual já se recolheram mais de 20 mil assinaturas, bem como o próprio projecto de resolução, são apenas o desenvolvimento natural de uma batalha travada desde há muito.
Para o secretário-geral do PCP, quando se começou a tornar mais evidente a «dimensão do desastre e se passou a recear o pior, estávamos sós, no plano político, a chamar à atenção para a necessidade de se agir com urgência». E lembrou ainda que o PCP enfrentou, então, a arrogância dos «ideólogos do liberalismo radical e dos seus tenores» e a «sobranceria de quem se diz de esquerda e com preocupações sociais». Uns e outros, realçou, tentaram e tentam desvalorizar os esforços do PCP em defesa da economia nacional e dos sectores produtivos. Mas o resultado está à vista e, destacou o secretário-geral comunista, «hoje estamos menos sós neste importante combate»!
Podem contar com o PCP
«Gostaríamos de garantir a todos os que trabalham na nossa indústria têxtil e do vestuário que podem contar connosco e que não desarmaremos nem abdicaremos de lutar ao seu lado pela sobrevivência e desenvolvimento do sector», frisou Jerónimo de Sousa, lembrando que «também em nome dos interesses nacionais esta batalha não pode ser uma batalha perdida». Isto porque o País «não pode garantir um desenvolvimento firme e sustentável, com elevada criação de riqueza, sem a existência de uma indústria transformadora forte e com um perfil de especialização avançado e produções de elevado valor acrescentado». Para o dirigente comunista, continua a caber à indústria transformadora um papel importante e indispensável no desenvolvimento nacional. Basta ver o exemplo dos países mais desenvolvidos, afirmou.
Na opinião dos comunistas, «este tem sido um dos um dos grandes erros da política de direita dos últimos anos». Política essa que, «a reboque e sobre a orientação dos grandes grupos económicos, mais apostados em actividades de fácil retorno e sem concorrência internacional, empurrou o País para um perigoso processo de desindustrialização que fragilizou a economia portuguesa». Esta política «não só condenou e condena ao definhamento e destruição dos sectores produtivos nacionais, como deliberadamente fomentou e consolidou um modelo de desenvolvimento assente nos baixos salários», bem como na precariedade e fraca qualificação dos trabalhadores. Era precisamente essa política que era necessário romper e que o actual governo não «dá sinais de o querer fazer», ao preparar-se para aceitar e aplicar várias antigas exigências do grande patronato.
Procurar as culpas cá dentro
«Não são a China, o Paquistão ou a Índia os responsáveis pela perpetuação do nosso atraso, das nossas actuais dificuldades e problemas», afirmou no colóquio de Guimarães o secretário-geral do PCP. Em sua opinião, os seus estados «defenderam e defendem os seus interesses nacionais e o dos seus povos». Tarefa essa que em «momentos decisivos da nossa história recente, os governos de Portugal abdicaram de realizar».
Para o dirigente do PCP, «não são os outros que podem ser responsabilizados pelas desastrosas políticas macroeconómicas neoliberais, monetaristas e parasitárias que se concretizaram nos últimos anos no nosso País», mas sim os governos de Portugal. Estes governos, lembrou, claudicaram de forma subserviente na defesa dos nossos interesses.
Os comunistas rejeitam o «discurso da responsabilização da China, agora em voga», lembrando que quem mais ganhará com a liberalização dos têxteis serão as grandes multinacionais do têxtil. E Jerónimo de Sousa recordou ainda que não foi a China a responsável pela forma ligeira e leviana como foram tratadas as negociações de entrada daquele país para a Organização Mundial do Comércio, «mas sim os governos do PSD e do PS, quer no acordo ATV, quer relativamente às inadmissíveis cedências de liberalização unilateral decididas pela União Europeia, orientações que servilmente aceitaram».
«Não podemos culpar terceiros, mas sim o governo português, quando em 2001, sem debate nacional, sem diálogo com o sector e sem uma avaliação das consequências e condições em que a China entra na Organização Mundial do Comércio se passa um cheque em branco a Bruxelas para negociar, permitindo que se trocassem os interesses da nossa indústria têxtil e do vestuário pelos interesses dos grandes grupos económicos», destacou.