Esquerda independentista com peso decisivo
A menos que se verifique uma aliança entre nacionalistas e espanholistas, os deputados da esquerda independentista, eleitos pelo recente Partido Comunista das Terras Bascas terão uma palavra decisiva na próxima legislatura.
Bascos recusam maioria à coligação nacionalista
Os cerca de 1,8 milhões de eleitores do País Basco voltaram a dar a vitória, no passado domingo, à coligação governante, formada pelos partidos nacionalistas PNV (Partido Nacionalista Basco) e EA (Solidariedade Basca), que elegeu 29 deputados com 38,6 por cento dos votos.
Apesar de ser a força mais votada, a coligação nacionalista perdeu quatro preciosos deputados e mais de 140 mil votos em relação às eleições de 2001. Associada aos partidos do governo basco, a Esquerda Unida, manteve os seus três lugares no parlamento e, pela primeira vez, o pequeno partido nacionalista, Aralar, conquistou um deputado.
Por seu turno, o Partido Socialista Basco registou uma subida de votos (17,9 passou para 22,6 por cento e de 13 para 18 deputados), retirando o segundo lugar aos conservadores do Partido Popular, que se ficaram pelos 17,3 por cento e 15 deputados.
Deste modo, o escrutínio atribuiu igual número de deputados (33) quer às formações ditas espanholistas ou constitucionalistas, quer aos nacionalistas e outras forças que apoiavam o governo de Ibarretxe.
Independentistas surpreendem
Neste quadro de empate técnico entre constitucionalistas e os chamados nacionalistas moderados e seus aliados, o surpreendente resultado alcançado pelo Partido Comunista das Terras Bascas (PCTV) ganha redobrada importância, já que os seus nove deputados são decisivos para a eleição do novo presidente do governo.
Após o apelo ao voto no PCTV por parte do Batasuna, partido perseguido e ilegalizado pelo governo central a pretexto de alegadas ligações à organização armada ETA, a esquerda independentista afirmou-se como uma sólida força eleitoral, conseguindo mais dois deputados do que em 2001 e mais de 150 mil votos (sete mil mais do que há quatro anos), o que corresponde a 12,5 por cento.
O resultado do PCTV representa também o fracasso da política proibicionista iniciada com os governos de José Maria Aznar. De facto, como refere o jornal basco Gara na edição de segunda-feira, «o novo partido fez desta questão praticamente a sua única bandeira eleitoral, não apresentando outro programa para além da defesa de que todas as opções pudessem chegar à Câmara de deputados».
Mas é também um facto que estas eleições infligiram uma pesada derrota ao actual presidente do governo basco, Juan José Ibarretxe, que pediu um voto de apoio ao seu plano de transformar o País basco numa «nação livremente associada ao Estado espanhol». O projecto, considerado inconstitucional, foi aprovado no parlamento basco, sendo depois rejeitado em Madrid pelo Congresso dos deputados.
Agora Ibarretxe só tem duas hipóteses: tentar a sua reeleição com o apoio da esquerda independentista ou voltar a aliar-se aos socialistas, como já aconteceu entre 1987 e 1997. Só que neste caso teria de meter na gaveta o plano autonomista, no qual baseou toda a sua campanha.
Apesar de ser a força mais votada, a coligação nacionalista perdeu quatro preciosos deputados e mais de 140 mil votos em relação às eleições de 2001. Associada aos partidos do governo basco, a Esquerda Unida, manteve os seus três lugares no parlamento e, pela primeira vez, o pequeno partido nacionalista, Aralar, conquistou um deputado.
Por seu turno, o Partido Socialista Basco registou uma subida de votos (17,9 passou para 22,6 por cento e de 13 para 18 deputados), retirando o segundo lugar aos conservadores do Partido Popular, que se ficaram pelos 17,3 por cento e 15 deputados.
Deste modo, o escrutínio atribuiu igual número de deputados (33) quer às formações ditas espanholistas ou constitucionalistas, quer aos nacionalistas e outras forças que apoiavam o governo de Ibarretxe.
Independentistas surpreendem
Neste quadro de empate técnico entre constitucionalistas e os chamados nacionalistas moderados e seus aliados, o surpreendente resultado alcançado pelo Partido Comunista das Terras Bascas (PCTV) ganha redobrada importância, já que os seus nove deputados são decisivos para a eleição do novo presidente do governo.
Após o apelo ao voto no PCTV por parte do Batasuna, partido perseguido e ilegalizado pelo governo central a pretexto de alegadas ligações à organização armada ETA, a esquerda independentista afirmou-se como uma sólida força eleitoral, conseguindo mais dois deputados do que em 2001 e mais de 150 mil votos (sete mil mais do que há quatro anos), o que corresponde a 12,5 por cento.
O resultado do PCTV representa também o fracasso da política proibicionista iniciada com os governos de José Maria Aznar. De facto, como refere o jornal basco Gara na edição de segunda-feira, «o novo partido fez desta questão praticamente a sua única bandeira eleitoral, não apresentando outro programa para além da defesa de que todas as opções pudessem chegar à Câmara de deputados».
Mas é também um facto que estas eleições infligiram uma pesada derrota ao actual presidente do governo basco, Juan José Ibarretxe, que pediu um voto de apoio ao seu plano de transformar o País basco numa «nação livremente associada ao Estado espanhol». O projecto, considerado inconstitucional, foi aprovado no parlamento basco, sendo depois rejeitado em Madrid pelo Congresso dos deputados.
Agora Ibarretxe só tem duas hipóteses: tentar a sua reeleição com o apoio da esquerda independentista ou voltar a aliar-se aos socialistas, como já aconteceu entre 1987 e 1997. Só que neste caso teria de meter na gaveta o plano autonomista, no qual baseou toda a sua campanha.