Em defesa das 35 horas
As centrais sindicais francesas anunciam para o próximo sábado, dia 5, uma jornada de luta contra a alteração do máximo legal de 35 horas semanais de trabalho.
Os sindicatos formam uma frente unida contra o retrocesso social
O debate parlamentar sobre uma proposta de alteração da lei «Aubry» deverá hoje terminar na Assembleia Nacional francesa. Até à votação final, marcada para a próxima terça-feira, dia 8, os trabalhadores franceses são chamados a manifestarem nas ruas a sua oposição ao projecto que representa um grave retrocesso na organização do tempo de trabalho nas empresas.
Apresentada pelo UMP, partido que integra o governo, a proposta teria alegadamente como objectivo permitir que aqueles que o desejem possam «trabalhar mais para ganhar mais». Este slogan, repetido à exaustão pela maioria de direita, é no entanto contestado pelos sindicatos e pelo próprio Partido Socialista, cujos dirigentes surgem agora aparentemente unidos em torno da defesa de uma das leis que mais marcaram os governos de Leonel Jospin.
Em entrevista ao jornal Liberation, a antiga ministra socialista, Martine Aubry, qualificou a proposta que a direita se prepara para aprovar como «um retrocesso de mais de 40 anos», garantindo que, se a esquerda regressar ao poder em 2007, «retomaremos o caminho histórico da redução do tempo de trabalho».
Do lado sindical, os protestos são praticamente unânimes, esperando-se que jornada de sábado, dia 5, reúna centenas de milhares de trabalhadores nas manifestações previstas em toda a França pela salvaguarda das 35 horas, do emprego e do poder de compra.
As alterações propostas permitem a prestação de horas suplementares para além do limite legal, flexibilizam as condições de contagem do tempo semanal, e prorrogam por três anos o regime de derrogação de que beneficiam as pequenas empresas.
Embora os quatro artigos em debate se refiram exclusivamente às empresas privadas, o presidente do UMP, Nicolas Sarkozy, veio sugerir na passada semana, dia 25, que a reforma da organização do tempo de trabalho deveria poder aplicar-se também à função pública, já que é esse o desejo de numerosos funcionários.
Sarkozy alega que pretende desenvolver as noções de «produtividade», de «objectivos» e de «mérito» no universos da função pública para os trabalhadores possam ser mais bem pagos e reconhecidos.
ma conquista a defender
Segundo uma sondagem divulgada no domingo, dia 30, 77 por cento dos assalariados franceses preferem «conservar» o seu «tempo de trabalho actual» e apenas 18 por cento afirmam desejar «poder trabalhar mais».
No sector público, as respostas favoráveis à manutenção das 35 horas foram ainda mais expressivas, com 81 por cento dos inquiridos a desejarem manter o actual horário contra 15 por cento que concordariam em trabalhar mais tempo.
No sector privado, o estudo indica que 74 por cento do assalariados defendem a actual duração da semana de trabalho e 20 por cento a sua alteração.
Apresentada pelo UMP, partido que integra o governo, a proposta teria alegadamente como objectivo permitir que aqueles que o desejem possam «trabalhar mais para ganhar mais». Este slogan, repetido à exaustão pela maioria de direita, é no entanto contestado pelos sindicatos e pelo próprio Partido Socialista, cujos dirigentes surgem agora aparentemente unidos em torno da defesa de uma das leis que mais marcaram os governos de Leonel Jospin.
Em entrevista ao jornal Liberation, a antiga ministra socialista, Martine Aubry, qualificou a proposta que a direita se prepara para aprovar como «um retrocesso de mais de 40 anos», garantindo que, se a esquerda regressar ao poder em 2007, «retomaremos o caminho histórico da redução do tempo de trabalho».
Do lado sindical, os protestos são praticamente unânimes, esperando-se que jornada de sábado, dia 5, reúna centenas de milhares de trabalhadores nas manifestações previstas em toda a França pela salvaguarda das 35 horas, do emprego e do poder de compra.
As alterações propostas permitem a prestação de horas suplementares para além do limite legal, flexibilizam as condições de contagem do tempo semanal, e prorrogam por três anos o regime de derrogação de que beneficiam as pequenas empresas.
Embora os quatro artigos em debate se refiram exclusivamente às empresas privadas, o presidente do UMP, Nicolas Sarkozy, veio sugerir na passada semana, dia 25, que a reforma da organização do tempo de trabalho deveria poder aplicar-se também à função pública, já que é esse o desejo de numerosos funcionários.
Sarkozy alega que pretende desenvolver as noções de «produtividade», de «objectivos» e de «mérito» no universos da função pública para os trabalhadores possam ser mais bem pagos e reconhecidos.
ma conquista a defender
Segundo uma sondagem divulgada no domingo, dia 30, 77 por cento dos assalariados franceses preferem «conservar» o seu «tempo de trabalho actual» e apenas 18 por cento afirmam desejar «poder trabalhar mais».
No sector público, as respostas favoráveis à manutenção das 35 horas foram ainda mais expressivas, com 81 por cento dos inquiridos a desejarem manter o actual horário contra 15 por cento que concordariam em trabalhar mais tempo.
No sector privado, o estudo indica que 74 por cento do assalariados defendem a actual duração da semana de trabalho e 20 por cento a sua alteração.