Pescadores sem segurança no mar
A Federação do Sector das Pescas lançou uma jornada de informação sobre segurança no sector da pesca mar, denunciando a falta de meios materiais e humanos do Instituto de Socorros a Náufragos.
O Instituto de Socorros a Náufragos tem apenas 16 salva-vidas
Mais de metade das mortes de pescadores portugueses entre 1980 e 2001 ocorreram em naufrágios. A queda ao mar constitui a segunda causa de morte (19 por cento). Estes valores foram avançados pela Federação dos Sindicatos do Sector da Pesca (FSSP) durante uma jornada de informação sobre segurança no sector da pesca marítima, ainda a decorrer.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho, morrem anualmente 24 mil pescadores em todo o mundo. Em Portugal, entre 1980 e 2003, registaram-se mais de 44 mil sinistros e a morte de 383 pescadores.
A federação associa o número de mortes à falta de meios materiais e humanos do Instituto de Socorros a Náufragos. Segundo os representantes sindicais desta instituição, seria necessário 400 profissionais para que os serviços funcionassem em pleno, 24 horas por dia. Contudo, o quadro prevê apenas 130 funcionários e só 50 estão colocados. Deste grupo, metade tem mais de 55 anos.
A FSSP avança com alguns exemplos: tanto a estação de salva vidas de Leixões como a do Douro têm apenas dois funcionários. A de Aveiro dispõe de quatro. «Isto revela a dificuldade dos navios salva-vidas se fazerem ao mar ou, nalguns casos, a total impossibilidade de o fazerem, pois não é possível uma embarcação fazer-se ao mar com dois homens», referiu recentemente António Macedo, representante da plataforma, em Bruxelas, numa iniciativa inserida na jornada de informação.
«Talvez por isso, num acidente ocorrido com uma embarcação de pesca de cerco em Matosinhos, o barco salva-vidas não se tenha feito ao mar e só muito tardiamente tenha saído uma embarcação da Brigada Fiscal da GNR», acrescentou.
Estas estações apenas funcionam em horário administrativo, das 9h às 17h. Os trabalhadores estão sempre de «prevenção», mas livres para fazer a sua vida normal, podendo estar a quilómetros dos meios de salvamento.
Sem helicóptero
A FSSP critica o facto do Instituto de Socorros a Náufragos dispor apenas de 16 barcos salva-vidas e alguns botes. Em 1997, foram adquiridos oito embarcações, mas os profissionais consideram que estas não têm características necessárias para a acção de salva vidas, para navegação ou para a recolha de náufragos. «Os outros são velhos, obsoletos e lentos», comentou António Macedo, acrescentando que muitas vezes «é tarde de mais» quando chegam ao local.
O serviço de salvamento não tem nenhum helicóptero atribuído. A Força Aérea dispõe de seis aparelhos, mas três estão permanentemente parados para manutenção. «A sua utilização é quase sempre impossível dada as inúmeras burocracias necessárias, tendo-se registado mesmo situações em que até o custo do combustível foi questionado», revelou o dirigente sindical.
A federação lembra que o organismo espanhol de socorros a náufragos possui cinco helicópteros, 10 salva-vidas de 70 metros e 40 salva-vidas de 16 a 21 metros.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho, morrem anualmente 24 mil pescadores em todo o mundo. Em Portugal, entre 1980 e 2003, registaram-se mais de 44 mil sinistros e a morte de 383 pescadores.
A federação associa o número de mortes à falta de meios materiais e humanos do Instituto de Socorros a Náufragos. Segundo os representantes sindicais desta instituição, seria necessário 400 profissionais para que os serviços funcionassem em pleno, 24 horas por dia. Contudo, o quadro prevê apenas 130 funcionários e só 50 estão colocados. Deste grupo, metade tem mais de 55 anos.
A FSSP avança com alguns exemplos: tanto a estação de salva vidas de Leixões como a do Douro têm apenas dois funcionários. A de Aveiro dispõe de quatro. «Isto revela a dificuldade dos navios salva-vidas se fazerem ao mar ou, nalguns casos, a total impossibilidade de o fazerem, pois não é possível uma embarcação fazer-se ao mar com dois homens», referiu recentemente António Macedo, representante da plataforma, em Bruxelas, numa iniciativa inserida na jornada de informação.
«Talvez por isso, num acidente ocorrido com uma embarcação de pesca de cerco em Matosinhos, o barco salva-vidas não se tenha feito ao mar e só muito tardiamente tenha saído uma embarcação da Brigada Fiscal da GNR», acrescentou.
Estas estações apenas funcionam em horário administrativo, das 9h às 17h. Os trabalhadores estão sempre de «prevenção», mas livres para fazer a sua vida normal, podendo estar a quilómetros dos meios de salvamento.
Sem helicóptero
A FSSP critica o facto do Instituto de Socorros a Náufragos dispor apenas de 16 barcos salva-vidas e alguns botes. Em 1997, foram adquiridos oito embarcações, mas os profissionais consideram que estas não têm características necessárias para a acção de salva vidas, para navegação ou para a recolha de náufragos. «Os outros são velhos, obsoletos e lentos», comentou António Macedo, acrescentando que muitas vezes «é tarde de mais» quando chegam ao local.
O serviço de salvamento não tem nenhum helicóptero atribuído. A Força Aérea dispõe de seis aparelhos, mas três estão permanentemente parados para manutenção. «A sua utilização é quase sempre impossível dada as inúmeras burocracias necessárias, tendo-se registado mesmo situações em que até o custo do combustível foi questionado», revelou o dirigente sindical.
A federação lembra que o organismo espanhol de socorros a náufragos possui cinco helicópteros, 10 salva-vidas de 70 metros e 40 salva-vidas de 16 a 21 metros.