«Defendemos uma política baseada nos anseios dos trabalhadores»
As eleições legislativas antecipadas de 20 de Fevereiro estão já em marcha. Os primeiros candidatos da CDU em vários círculos eleitorais estão já a ser apresentados. O objectivo é comum: reforçar o PCP e a CDU e dar mais força à exigência de uma outra política, que rompa com as políticas de direita. Em Lisboa, Jerónimo de Sousa encabeça a lista.
Há razões legítimas de inquietação acerca do que o PS possa vir a fazer
Jerónimo de Sousa foi o primeiro candidato a ser divulgado pela CDU. No passado dia 16, foi avançado o nome do secretário-geral do PCP como o primeiro candidato da Coligação Democrática Unitária em Lisboa. Os restantes candidatos pela região serão conhecidos noutra altura. As apresentações prosseguem por todo o País e já há mais candidatos divulgados (ver paginas seguintes).
A apresentação de Jerónimo de Sousa – e do mandatário regional, o escritor comunista Urbano Tavares Rodrigues –, feita por Adelaide Alves, da DORL e do Comité Central, decorreu na abertura do encontro regional de Lisboa do Partido sobre as eleições legislativas, uma reunião de trabalho destinada a afinar as linhas e orientações fundamentais da campanha no distrito.
Depois da intervenção de abertura do secretário-geral e primeiro candidato, seguiram-se algumas horas de debate visando o objectivo central do encontro, anunciado, logo a abrir, por Paula Henriques, da DORL e do Comité Central, que dirigiu os trabalhos: encontrar os melhores caminhos para atingir as metas do Partido para estas eleições – o reforço eleitoral da CDU e o contributo para um virar de página na política nacional.
Justas inquietações
Na sua intervenção, entusiasticamente recebida pelas centenas de comunistas que enchiam por completo a sala de um hotel da capital, o secretário-geral do PCP recordou que nas eleições legislativas está em causa a eleição de 230 deputados e não de um governo e de um primeiro-ministro. E apelou ao reforço do PCP e da CDU – expresso no aumento do número de votos e deputados – para a necessária mudança de política. Porque, para o PCP, a «questão central não está em saber que maioria vai ser formada mas qual a política que o futuro governo, emanado da Assembleia da República, vai realizar», destacou Jerónimo de Sousa. Se para o secretário-geral comunista, é certo que a direita está derrotada, o que realmente importa saber é se a política de direita «foi derrotada e vai ser derrotada».
Recusando a acusação de que o PCP ataca fundamentalmente o PS, Jerónimo de Sousa afirmou haver profundas razões para interrogações e inquietações em relação àquilo que este partido pretende fazer. Lembrando a difícil situação que vivem amplos sectores da população portuguesa, o secretário-geral comunista realçou que se deveria responder às inquietações destes sectores, fustigados por anos e anos de políticas de direita. E estas inquietações «não têm eco no PS e na sua actual direcção». «Afirmar, como fez José Sócrates, que os hospitais SA foram uma experiência interessante é não conhecer, por exemplo, o que se passa ali no Amadora-Sintra que, por falta de funcionários, teve de encerrar a maternidade durante vários dias», acusou o dirigente comunista.
Para Jerónimo de Sousa, é também preocupante que o programa do PS esteja a ser feito por eminentes figuras dos governos de Guterres, ligadas, por exemplo, a processos de privatização de importantes empresas. Uma dessas figuras é Pina Moura. O mesmo que, enquanto presidente da Comissão Parlamentar de Trabalho, elogiou o Código de Trabalho. «Então não são justas as nossas preocupações?», questionou Jerónimo de Sousa, certo de que o que os trabalhadores querem saber é se o Código será ou não revogado, se serão anuladas as alterações na lei de Bases da Segurança Social, se os Hospitais, SA passarão de novo para o âmbito dos serviços públicos. «A isto o PS não responde!»
Afirmar propostas e princípios
«Os comunistas não correm por fora. Quando o povo quiser, os comunistas estarão no governo», afirmou Jerónimo de Sousa, destacando que o Partido tem condições e capacidade para participar num executivo. Mas, realçou, «não andamos à procura – até pela própria natureza do Partido e dos seus militantes – de um qualquer lugar de ministro ou secretário de Estado». O secretário-geral comunista prosseguiu, afirmando que o PCP, em qualquer solução governativa, teria sempre de «saber que política se vai realizar. E aquilo que nós defendemos é uma política diferente, uma política de esquerda, que tenha por base os anseios e interesses dos trabalhadores».
Para Jerónimo de Sousa, mais do que «fazer críticas ao PS e ao Bloco, o que temos de fazer é dizer a razão pela qual pretendemos que a CDU se reforce em votos e em número de deputados». Nestas eleições, destacou, «é importante que haja uma mudança de política, que haja um reforço do PCP e da CDU». E lembrou que os deputados comunistas apercebem-se que é à porta do PCP que trabalhadores, sindicatos, movimentos de agricultores, pescadores, utentes, batem em primeiro lugar com as suas aspirações. «Nós, naturalmente, no plenário, nas comissões, por iniciativa legislativa, tentamos corresponder a essas aspirações. Mas há um problema: somos dez em 230», recordou o secretário-geral do Partido.
Reafirmando a importância deste próximo acto eleitoral, o dirigente do PCP destacou que a militância, o empenhamento e o entusiasmo dos comunistas é essencial para que os objectivos do Partido sejam atingidos. Só isto pode ser a «chave do segredo». Ao contrário de outros partidos, afirmou, «ninguém está à espera que na direcção do Partido haja algum D. Sebastião, algum milagreiro ou algum profeta que altere o estado das coisas». Ou não fosse o PCP uma construção colectiva.
A apresentação de Jerónimo de Sousa – e do mandatário regional, o escritor comunista Urbano Tavares Rodrigues –, feita por Adelaide Alves, da DORL e do Comité Central, decorreu na abertura do encontro regional de Lisboa do Partido sobre as eleições legislativas, uma reunião de trabalho destinada a afinar as linhas e orientações fundamentais da campanha no distrito.
Depois da intervenção de abertura do secretário-geral e primeiro candidato, seguiram-se algumas horas de debate visando o objectivo central do encontro, anunciado, logo a abrir, por Paula Henriques, da DORL e do Comité Central, que dirigiu os trabalhos: encontrar os melhores caminhos para atingir as metas do Partido para estas eleições – o reforço eleitoral da CDU e o contributo para um virar de página na política nacional.
Justas inquietações
Na sua intervenção, entusiasticamente recebida pelas centenas de comunistas que enchiam por completo a sala de um hotel da capital, o secretário-geral do PCP recordou que nas eleições legislativas está em causa a eleição de 230 deputados e não de um governo e de um primeiro-ministro. E apelou ao reforço do PCP e da CDU – expresso no aumento do número de votos e deputados – para a necessária mudança de política. Porque, para o PCP, a «questão central não está em saber que maioria vai ser formada mas qual a política que o futuro governo, emanado da Assembleia da República, vai realizar», destacou Jerónimo de Sousa. Se para o secretário-geral comunista, é certo que a direita está derrotada, o que realmente importa saber é se a política de direita «foi derrotada e vai ser derrotada».
Recusando a acusação de que o PCP ataca fundamentalmente o PS, Jerónimo de Sousa afirmou haver profundas razões para interrogações e inquietações em relação àquilo que este partido pretende fazer. Lembrando a difícil situação que vivem amplos sectores da população portuguesa, o secretário-geral comunista realçou que se deveria responder às inquietações destes sectores, fustigados por anos e anos de políticas de direita. E estas inquietações «não têm eco no PS e na sua actual direcção». «Afirmar, como fez José Sócrates, que os hospitais SA foram uma experiência interessante é não conhecer, por exemplo, o que se passa ali no Amadora-Sintra que, por falta de funcionários, teve de encerrar a maternidade durante vários dias», acusou o dirigente comunista.
Para Jerónimo de Sousa, é também preocupante que o programa do PS esteja a ser feito por eminentes figuras dos governos de Guterres, ligadas, por exemplo, a processos de privatização de importantes empresas. Uma dessas figuras é Pina Moura. O mesmo que, enquanto presidente da Comissão Parlamentar de Trabalho, elogiou o Código de Trabalho. «Então não são justas as nossas preocupações?», questionou Jerónimo de Sousa, certo de que o que os trabalhadores querem saber é se o Código será ou não revogado, se serão anuladas as alterações na lei de Bases da Segurança Social, se os Hospitais, SA passarão de novo para o âmbito dos serviços públicos. «A isto o PS não responde!»
Afirmar propostas e princípios
«Os comunistas não correm por fora. Quando o povo quiser, os comunistas estarão no governo», afirmou Jerónimo de Sousa, destacando que o Partido tem condições e capacidade para participar num executivo. Mas, realçou, «não andamos à procura – até pela própria natureza do Partido e dos seus militantes – de um qualquer lugar de ministro ou secretário de Estado». O secretário-geral comunista prosseguiu, afirmando que o PCP, em qualquer solução governativa, teria sempre de «saber que política se vai realizar. E aquilo que nós defendemos é uma política diferente, uma política de esquerda, que tenha por base os anseios e interesses dos trabalhadores».
Para Jerónimo de Sousa, mais do que «fazer críticas ao PS e ao Bloco, o que temos de fazer é dizer a razão pela qual pretendemos que a CDU se reforce em votos e em número de deputados». Nestas eleições, destacou, «é importante que haja uma mudança de política, que haja um reforço do PCP e da CDU». E lembrou que os deputados comunistas apercebem-se que é à porta do PCP que trabalhadores, sindicatos, movimentos de agricultores, pescadores, utentes, batem em primeiro lugar com as suas aspirações. «Nós, naturalmente, no plenário, nas comissões, por iniciativa legislativa, tentamos corresponder a essas aspirações. Mas há um problema: somos dez em 230», recordou o secretário-geral do Partido.
Reafirmando a importância deste próximo acto eleitoral, o dirigente do PCP destacou que a militância, o empenhamento e o entusiasmo dos comunistas é essencial para que os objectivos do Partido sejam atingidos. Só isto pode ser a «chave do segredo». Ao contrário de outros partidos, afirmou, «ninguém está à espera que na direcção do Partido haja algum D. Sebastião, algum milagreiro ou algum profeta que altere o estado das coisas». Ou não fosse o PCP uma construção colectiva.