• Maria da Piedade Morgadinho
Sobre a política de quadros
A experiência do Partido tem mostrado que uma correcta política de quadros é a chave para o êxito do nosso trabalho de organização e intervenção partidárias e constitui um aspecto fundamental do trabalho de Direcção.
No período decorrido desde o XVI Congresso deram-se passos positivos, ainda que insuficientes, no progresso dos quadros, aparecimento de novos quadros. O Partido conta hoje com um núcleo de milhares de militantes, cuja actividade é essencial para os resultados do seu trabalho. São esses milhares de militantes activos, firmes e dedicados, estreitamente ligados aos interesses das massas e atentos às suas aspirações e disposição, de olhos abertos para a realidade que nos rodeia, que constituem, também, a base fundamental para a justeza das nossas decisões.
O melhor conhecimento dos quadros, o seu acompanhamento e ajuda, a sua integração em organismos colectivos, a sua preparação e formação têm constituído as grandes questões da política de quadros que vêm merecendo a atenção e preocupação do Partido.
Quando novos membros do Partido são recrutados ou um quadro é chamado a assumir novas responsabilidades, deve-se acompanhar não apenas a sua actividade partidária, a sua evolução política, mas, também, a sua conduta profissional, cívica e moral.
Um bom conhecimento e acompanhamento dos quadros são essenciais para que eles revelem plenamente as suas potencialidades, vençam as suas dificuldades e desenvolvam a sua iniciativa; para aumentar a sua responsabilidade e confiança em si próprios, para lhes atribuir as tarefas mais ajustadas às suas possibilidades, para lhes inculcar o hábito e o respeito pelo trabalho colectivo e pelas opiniões dos outros num espírito de grande camaradagem.
Desde o 16.º Congresso, avançou-se significativamente no conhecimento, acompanhamento e ajuda aos quadros e na sua promoção, quer a nível de cada DOR, quer a nível central. Revelou-se correcta a promoção de quadros a tarefas de maior responsabilidade, de quadros operários, femininos e jovens, particularmente jovens vindos da JCP, assim como as medidas adoptadas no sentido da renovação, rejuvenescimento e avaliação do quadro de funcionários. Valorizando devidamente a actividade dos quadros do Partido, é justo destacar, no seu conjunto, os funcionários, cujo papel é imprescindível para a dinamização da acção revolucionária do Partido e para o reforço da sua identidade.
O debate que temos vindo a realizar revela que muitas das actuais insuficiências (na organização, na afirmação e alargamento da influência do Partido) estão estreitamente ligadas a rotinas no trabalho, a debilidades que ainda existem na formação e preparação dos quadros e de que o nível político e ideológico é um dos aspectos.
A realização das tarefas práticas do Partido no dia-a-dia, a participação activa nas lutas, são a nossa principal escola de formação política de quadros, mas isso só por si não chega. O papel dos comunistas na sociedade exige de nós um elevado nível de conhecimentos, impedindo que a actividade prática leve à subestimação da preparação teórica e empurre o Partido pelo caminho do pragmatismo sem princípios.
Para isso, e como alertava Lenine, «devemos aprender a fazer nossa toda a soma de conhecimentos humanos, e a fazê-lo de forma que o comunismo não seja, em nós, algo aprendido de cor, mas sim pensado por nós próprios».
Hoje defrontamos uma situação em que, quer pelas condições objectivas criadas pela situação política que Portugal e o Mundo atravessam, quer pelas responsabilidades que recaem sobre o Partido, as tarefas dos comunistas são mais complexas e os quadros são chamados a resolver problemas de extraordinária dificuldade.
Numa situação política em que as perspectivas revolucionárias e de mudança não se desenham em prazo previsível, a motivação ideológica torna-se, assim, um elemento fundamental da militância e, com ela, a necessidade de inculcar solidamente na consciência dos militantes que o que caracteriza o Partido é o seu espírito revolucionário, é a sua não conciliação com o capitalismo, é a sua luta por uma sociedade comunista.
A Proposta de Resolução Política que está nas nossas mãos aponta para a necessidade de promover, a seguir ao Congresso, uma acção geral de levantamento e responsabilização de quadros, com linhas de apoio à sua formação para as novas responsabilidades que assumam. A concretização desta importante medida contribuirá para aprofundar e melhorar a política de quadros do Partido. Contribuirá para que o Partido conheça melhor os seus quadros e para que os quadros conheçam melhor o seu Partido, a sua História, o seu Programa, os seus métodos de trabalho próprios forjados numa experiência de luta de muitos anos.
É com os quadros do Partido que vamos levar por diante as nossas tarefas. É com os quadros do Partido que vamos dar vida às decisões que aprovarmos neste Congresso.
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