CESP denuncia boicotes na contratação

Várias associações patronais, com destaque para as do comércio automóvel, abastecedores de combustíveis, Comércio do Porto e Ensino Particular e Cooperativo, estão a boicotar a negociação de convenções colectivas de trabalho para cerca de 240 mil trabalhadores. Por seu turno, o Ministério do Trabalho boicota a emissão de regulamentos de extensão e a portaria de regulamentação do trabalho, prejudicando cerca de 50 trabalhadores administrativos de escritórios e serviços.
A denúncia foi feita pela Comissão Directiva do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, que reuniu pela primeira vez na semana passada, após a integração do CESNorte no CESP/CGTP-IN, que se afirma assim como «uma das maiores organizações sindicais portuguesas, com mais de 44 mil associados». No comunicado emitido após a reunião, salienta-se que este processo – que ficará concluído com a realização de eleições, em Novembro – reforça a organização sindical «em dimensão, estrutura e capacidade de acção».
Foi feito um balanço positivo dos resultados de 15 convenções colectivas já negociadas, abrangendo mais de 290 mil trabalhadores, as quais «garantem a continuação de todos os direitos contratuais e a actualização dos salários em cerca de 3 por cento».
O CESP defende que não seja promulgada a lei de Regulamentação do Código do Trabalho, que classifica como «nova lei». Também «os gravosos projectos do Governo sobre saúde, ensino, Segurança Social, desemprego e trabalho temporário caem com a queda dos seus autores».

«Os Amigos»

Mantêm-se os problemas denunciados na Casa de Repouso «Os Amigos», em Marinhais (Salvaterra de Magos). Segundo a delegação local do CESP, continuam os salários em atraso, a falta de pagamento dos subsídios de férias e de Natal (desde o ano 2000) e «a pressão psicológica exercida pela entidade patronal às trabalhadoras, com ofensas verbais e constantes ameaças de despedimento e encerramento da empresa».
Aos pedidos de esclarecimento e de resolução dos problemas, «a empresa responde prometendo, mas adiando as soluções, argumentando dificuldades financeiras, de que as trabalhadoras duvidam, e demonstra claramente falta de vontade de resolver a situação», acusa o sindicato, que prepara uma acção pública dirigida aos familiares dos idosos utentes e à população.


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