Polícia no Barreiro

Numa tentativa de intimidar os trabalhadores da Câmara Municipal do Barreiro, em greve, o executivo requisitou um desmesurado dispositivo policial, que incluiu canhões de água, junto aos Paços do Concelho, onde se concentraram largas centenas de trabalhadores das autarquias do concelho, no dia 27 de Maio.
A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública manifestou repúdio perante esta acção de intimidação e manifestou solidariedade total para com a luta dos funcionários da CMB, contra «posturas persecutórias, violadoras da legislação laboral e lesivas da sua dignidade pessoal», por parte do executivo, de presidência PS.
O aparato policial nas ruas centrais do Barreiro e «a postura do presidente da Câmara, de pretender “dialogar” com os representantes dos trabalhadores escoltado por agentes da PSP», fizeram recordar «tempos de má memória», protestou a Frente Comum.
«Concentrados em plenário no recinto do Nicola, os trabalhadores em greve aprovaram por unanimidade uma resolução que repudia a política discriminatória e de retirada de direitos seguida pelos executivos da Câmara Municipal, das juntas de freguesia de St.º António da Charneca e Coina e do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados e Transportes Colectivos», relata o STAL no seu sítio Internet.
No final, os funcionários «desfilaram até ao edifício da Câmara, defrontando-se com um inusitado aparato policial que ocupava as ruas do centro da cidade. Foi com igual surpresa que a delegação de trabalhadores se viu escoltada por agentes policiais até ao gabinete do presidente para ser “recebida”».
Segundo a Direcção Regional de Setúbal do STAL, o clima repressivo e intimidativo criado pela Câmara, só não teve consequências mais graves devido à grande maturidade demonstrada pelos trabalhadores e pelo sindicato.

Justas razões

Nas referidas autarquias do concelho, os trabalhadores contratados são tratados de forma desigual e alvo de coacções psicológicas, enquanto que as promoções são só para alguns. O STAL afirma ainda que os concursos são dirigidos a gente de confiança política da Câmara PS, sem respeito pelos direitos daqueles que têm condições para ocupar esses lugares; as reclassificações profissionais são negadas ou adiadas e muitas carreiras continuam a ser consideradas indevidamente; os responsáveis tentam impor horários em jornada contínua, deslocam trabalhadores para zonas isoladas do concelho onde não têm acesso a refeitório, balneários ou sanitários e tentam retirar as dispensas previstas no regulamento interno, bem como algumas regalias, designadamente o transporte gratuito dos cônjuges; verificam-se tentativas de limitar a participação nos plenários do STAL e de exercer pressões psicológicas sobre os delegados e dirigentes sindicais.


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