Despedir mais 5 mil
Milhares de postos de trabalho estão em risco na fabricação de material eléctrico e electrónico, denunciaram sindicatos e trabalhadores, numa concentração nacional.
As empresas violam impunemente a lei e o contrato colectivo
Dirigentes e delegados sindicais e trabalhadores de algumas empresas concentraram-se dia 27 em Lisboa, frente ao Ministério do Trabalho, reclamando que sejam tomadas medidas para evitar que, a curto prazo, sejam eliminados mais de 5 mil postos de trabalho no sector, devido a deslocalizações, fusões e reestruturações.
As empresas onde foram denunciados os riscos ocupam mais de 20 mil trabalhadores, de acordo com elementos divulgados pela federação e pelos sindicatos das indústrias eléctricas.
A FSTIEP/CGTP-IN exige igualmente fiscalização e punição para o recurso selvagem ao trabalho temporário e à contratação a termo no sector, onde prevalece a mão-de-obra feminina. Foram denunciados outros problemas graves, como a proliferação de tendinites (haverá hoje cerca de 4 mil trabalhadores afectados) e os casos de limitação do exercício dos direitos sindicais.
Quer nos documentos entregues ao ministro (e divulgados à comunicação social), quer nas intervenções de trabalhadores e delegados sindicais, foram referidos casos alarmantes verificados em empresas como a Valeo, Alcoa Fujikura, Delphi, Yazaki Saltano, Lear, Tyco, Philips, Fehst, Universal Motors (ex-Efacec), Visteon, Pioneer, Tudor, Grundig, Blaupunkt, Legrand, Kaz, Epcos.
Também em empresas nacionais dependentes das multinacionais que dominam o sector já ocorrem atrasos graves no pagamento de salários.
Nos últimos três anos, foram destruídos mais de 8 mil empregos neste sector. Como exemplos mais graves, foram referidos a Philips, a Cablagens do Ave (grupo Valeo), a Yazaki Saltano, a Alcoa Fujikura e a Delphi. O facto de quase todas estas empresas terem usufruído de apoios e incentivos do Estado justificaria que o trabalho continuasse a ser feito em Portugal. «Mas pior, ainda, é o facto de as multinacionais, estimuladas pela passividade do Governo e da administração do Trabalho, terem em curso novos processos de transferência de trabalho ou mesmo de abandono do nosso país, que podem conduzir ao desemprego, a breve prazo, de mais 5 mil trabalhadores», denuncia-se na exposição apresentada ao ministro.
É também a falta de fiscalização e punição que permite o agravamento do recurso ao trabalho precário, em empresas como a Tyco, de Évora (mais de 500 contratados a termo), a Delphi (mais de 400 no Linhó e mais de 250 no Seixal). A Lear, a Grundig, a Blaupunkt, a Actaris, a Kromberg e a Valeo possuem, no global, mais de mil trabalhadores a termo e temporários.
Atentados aos direitos sindicais verificam-se, segundo as estruturas sindicais da CGTP-IN, na Pioneer, na Delphi, na Epcos, na Legrand Eléctrica, na Tyco, na Kaz Ibérica e na Lear. Ocorre proibição de reuniões e plenários no horário normal de trabalho, não são atribuídas salas para actividade dos delegados sindicais, nem sequer placards. Há delegados sindicais que não são reconhecidos pelas multinacionais, outros sofrem processos disciplinares e discriminações salariais e há alguns que têm as suas posições de trabalho sob vigilância de câmaras de vídeo.
As empresas onde foram denunciados os riscos ocupam mais de 20 mil trabalhadores, de acordo com elementos divulgados pela federação e pelos sindicatos das indústrias eléctricas.
A FSTIEP/CGTP-IN exige igualmente fiscalização e punição para o recurso selvagem ao trabalho temporário e à contratação a termo no sector, onde prevalece a mão-de-obra feminina. Foram denunciados outros problemas graves, como a proliferação de tendinites (haverá hoje cerca de 4 mil trabalhadores afectados) e os casos de limitação do exercício dos direitos sindicais.
Quer nos documentos entregues ao ministro (e divulgados à comunicação social), quer nas intervenções de trabalhadores e delegados sindicais, foram referidos casos alarmantes verificados em empresas como a Valeo, Alcoa Fujikura, Delphi, Yazaki Saltano, Lear, Tyco, Philips, Fehst, Universal Motors (ex-Efacec), Visteon, Pioneer, Tudor, Grundig, Blaupunkt, Legrand, Kaz, Epcos.
Também em empresas nacionais dependentes das multinacionais que dominam o sector já ocorrem atrasos graves no pagamento de salários.
Nos últimos três anos, foram destruídos mais de 8 mil empregos neste sector. Como exemplos mais graves, foram referidos a Philips, a Cablagens do Ave (grupo Valeo), a Yazaki Saltano, a Alcoa Fujikura e a Delphi. O facto de quase todas estas empresas terem usufruído de apoios e incentivos do Estado justificaria que o trabalho continuasse a ser feito em Portugal. «Mas pior, ainda, é o facto de as multinacionais, estimuladas pela passividade do Governo e da administração do Trabalho, terem em curso novos processos de transferência de trabalho ou mesmo de abandono do nosso país, que podem conduzir ao desemprego, a breve prazo, de mais 5 mil trabalhadores», denuncia-se na exposição apresentada ao ministro.
É também a falta de fiscalização e punição que permite o agravamento do recurso ao trabalho precário, em empresas como a Tyco, de Évora (mais de 500 contratados a termo), a Delphi (mais de 400 no Linhó e mais de 250 no Seixal). A Lear, a Grundig, a Blaupunkt, a Actaris, a Kromberg e a Valeo possuem, no global, mais de mil trabalhadores a termo e temporários.
Atentados aos direitos sindicais verificam-se, segundo as estruturas sindicais da CGTP-IN, na Pioneer, na Delphi, na Epcos, na Legrand Eléctrica, na Tyco, na Kaz Ibérica e na Lear. Ocorre proibição de reuniões e plenários no horário normal de trabalho, não são atribuídas salas para actividade dos delegados sindicais, nem sequer placards. Há delegados sindicais que não são reconhecidos pelas multinacionais, outros sofrem processos disciplinares e discriminações salariais e há alguns que têm as suas posições de trabalho sob vigilância de câmaras de vídeo.