Sobre a mentira iraquiana

Governo deve desculpas ao País

O Grupo parlamentar do PCP instou o Governo a reconhecer o erro que foi ter apoiado a guerra de invasão e ocupação do Iraque. Essa é a única «saída decente» que resta ao Executivo de Durão Barroso, considerou o deputado comunista António Filipe, que falava na interpelação do BE sobre política externa que preencheu a agenda da sessão plenária realizada faz hoje oito dias.
Num debate onde a questão iraquiana ocupou lugar de destaque, tendo sempre presente em pano de fundo a colossal mentira que foi a alegada existência de armas de destruição em massa naquele país, a bancada do PCP foi ainda clara na consideração de que o Governo PSD-CDS/PP deve um pedido de desculpa aos portugueses e deve anunciar a retirada da GNR do Iraque.
Não adoptar nenhum destes procedimentos, como observou o deputado comunista, quando toda a gente sabe hoje que não havia no Iraque as célebres armas de que falavam Bush e seus acólitos, só poderá querer dizer que o Governo «até agora não aprendeu nada e que só aprenderá no dia em que os portugueses lhe ensinarem a lição que o povo espanhol obrigou os seus governantes a aprender».
Na sua intervenção, o deputado do PCP foi peremptório na acusação ao Governo de que mentiu aos portugueses e defendeu que a intervenção militar no Iraque «prejudicou
dramaticamente a luta contra o terrorismo».
«O Primeiro-Ministro nunca explicou aos portugueses se na questão das armas de destruição em massa mentiu com dolo ou com negligência. Se mentiu porque se deixou enganar ou se mentiu porque essa era a única forma de tentar justificar aquilo que para a grande maioria dos portugueses era e continua a ser injustificável», sustentou António Filipe.
No mesmo sentido foi a posição assumida pela deputada Heloísa Apolónia, de «Os Verdes», que acusou o Governo de não explicar cabalmente a razão para o apoio aos Estados Unidos na questão do Iraque.
Fugindo sempre à questão principal, a Ministra dos Negócios Estrangeiros, Teresa Gouveia, limitou-se a afirmar que Portugal está empenhado numa nova resolução das Nações Unidas para enquadrar juridicamente a situação no Iraque após a transferência de poderes, a 30 de Junho.


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