No carril do desemprego
A ex-Sorefame, na Amadora, agora parte do grupo canadiano Bombardier, encontra-se em risco de encerrar. Esta empresa produziu durante mais de 50 anos equipamentos de metalomecânica pesada, adquirindo um prestígio internacional resultante da qualidade do trabalho apresentado, da capacidade tecnológica demonstrada e da competência para elaborar material desde a fase de projecto até ao produto final, empregando actualmente mais de 500 trabalhadores, a que acrescem indirectamente mais algumas centenas, que vêem o seu futuro ameaçado. Esta unidade de produção, com créditos obtidos internacionalmente mesmo em comparação com outras do grupo Bombardier, não pode sobreviver sem trabalho e neste momento completa a última encomenda feita pelo Estado português, tendo a administração anunciado a intenção de desactivar totalmente ou em grande parte algumas das suas unidades, incluindo a da Amadora.
A actuação do Governo nesta matéria, ao longo dos últimos meses, oscilou entre a indiferença face a um problema prático – a ausência de encomendas - que todos viam agigantar-se e para o qual muitos alertaram, a resignação (com declarações espantosas de um ministro considerando o encerramento «normal» dentro das leis de funcionamento dos mercados e às quais os governos são alheios) e o ridículo, com a corrida dos ministros da Economia e dos Transportes à representação diplomática do Canadá para sensibilizar o embaixador para a questão entretanto considerada dramática.
A acção do PCP
Ao longo dos anos, muitas têm sido as lutas envolvendo a Sorefame: por melhores salários para os trabalhadores, pela integração dos «temporários de longo prazo» nos quadros da empresa, em defesa de direitos e de postos de trabalho, contra a entrega desta importante unidade industrial a capitais estrangeiros, entre outras. O PCP esteve sempre presente, apoiando, reivindicando e exigindo um melhor futuro para os trabalhadores. Nos últimos meses, e perante a crónica deste encerramento anunciado, não baixámos os braços!
Em Novembro passado, a deputada ao Parlamento Europeu (PE), Ilda Figueiredo, questionava a Comissão Europeia sobre o destino da fábrica da Amadora, demonstrando a sua preocupação relativamente ao rumo do processo e solicitando apoios. Também na Assembleia da República, já em Fevereiro deste ano, o PCP apresentava um projecto de resolução recomendando ao Governo, com carácter de urgência, a aquisição de material ferroviário circulante (nomeadamente para os projectos de expansão da rede do Metro de Lisboa e do Porto e a construção de carruagens para o Programa CP 2000), de forma que os investimentos públicos na rede ferroviária salvaguardassem a indústria metalomecânica pesada nacional. Ilda Figueiredo, António Filipe e Carlos Carvalhas também se deslocaram, acompanhados de representantes sindicais, de estruturas de trabalhadores e autarcas, nas últimas semanas, à Sorefame com o intuito de ouvir os trabalhadores, compreender melhor os problemas e as dificuldades com que se deparam e expressar toda a solidariedade com a difícil situação que vivem.
No âmbito da actividade no PE, foram ainda desenvolvidas outras acções quando se confirmaram as intenções de encerramento da fábrica. Foi apresentada nova pergunta escrita expondo a situação e solicitando medidas e uma pergunta oral, em nome do Grupo da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL), que o PCP integra, sobre a desactivação de unidades da Bombardier em toda a Europa e consequente ameaça sobre mais de 6 600 postos de trabalho. O pedido de agendamento de um debate na sessão plenária da próxima semana sobre as intenções do grupo Bombardier, com a presença da Comissão Europeia, foi outra das iniciativas tomadas bem como a promoção pelo GUE/NGL de uma audição sobre o tema contando com representantes do Comité Europeu de Empresa, representantes das estruturas de trabalhadores e membros das Comissões do Emprego e Assuntos Sociais e da Indústria.
A Bombardier é uma das muitas multinacionais que se deslocaliza para países onde a exploração garante (ainda) mais lucros. Mas a fábrica da Amadora é, para Portugal, muito mais do que uma unidade de produção. É um exemplo de excelência num sector e de capacidade competitiva, a nível mundial, e o seu encerramento representará não só um desastre para centenas de famílias, e logo para todo o tecido económico e social daquela zona, como um rude golpe na economia e interesse nacional.
A actuação do Governo nesta matéria, ao longo dos últimos meses, oscilou entre a indiferença face a um problema prático – a ausência de encomendas - que todos viam agigantar-se e para o qual muitos alertaram, a resignação (com declarações espantosas de um ministro considerando o encerramento «normal» dentro das leis de funcionamento dos mercados e às quais os governos são alheios) e o ridículo, com a corrida dos ministros da Economia e dos Transportes à representação diplomática do Canadá para sensibilizar o embaixador para a questão entretanto considerada dramática.
A acção do PCP
Ao longo dos anos, muitas têm sido as lutas envolvendo a Sorefame: por melhores salários para os trabalhadores, pela integração dos «temporários de longo prazo» nos quadros da empresa, em defesa de direitos e de postos de trabalho, contra a entrega desta importante unidade industrial a capitais estrangeiros, entre outras. O PCP esteve sempre presente, apoiando, reivindicando e exigindo um melhor futuro para os trabalhadores. Nos últimos meses, e perante a crónica deste encerramento anunciado, não baixámos os braços!
Em Novembro passado, a deputada ao Parlamento Europeu (PE), Ilda Figueiredo, questionava a Comissão Europeia sobre o destino da fábrica da Amadora, demonstrando a sua preocupação relativamente ao rumo do processo e solicitando apoios. Também na Assembleia da República, já em Fevereiro deste ano, o PCP apresentava um projecto de resolução recomendando ao Governo, com carácter de urgência, a aquisição de material ferroviário circulante (nomeadamente para os projectos de expansão da rede do Metro de Lisboa e do Porto e a construção de carruagens para o Programa CP 2000), de forma que os investimentos públicos na rede ferroviária salvaguardassem a indústria metalomecânica pesada nacional. Ilda Figueiredo, António Filipe e Carlos Carvalhas também se deslocaram, acompanhados de representantes sindicais, de estruturas de trabalhadores e autarcas, nas últimas semanas, à Sorefame com o intuito de ouvir os trabalhadores, compreender melhor os problemas e as dificuldades com que se deparam e expressar toda a solidariedade com a difícil situação que vivem.
No âmbito da actividade no PE, foram ainda desenvolvidas outras acções quando se confirmaram as intenções de encerramento da fábrica. Foi apresentada nova pergunta escrita expondo a situação e solicitando medidas e uma pergunta oral, em nome do Grupo da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL), que o PCP integra, sobre a desactivação de unidades da Bombardier em toda a Europa e consequente ameaça sobre mais de 6 600 postos de trabalho. O pedido de agendamento de um debate na sessão plenária da próxima semana sobre as intenções do grupo Bombardier, com a presença da Comissão Europeia, foi outra das iniciativas tomadas bem como a promoção pelo GUE/NGL de uma audição sobre o tema contando com representantes do Comité Europeu de Empresa, representantes das estruturas de trabalhadores e membros das Comissões do Emprego e Assuntos Sociais e da Indústria.
A Bombardier é uma das muitas multinacionais que se deslocaliza para países onde a exploração garante (ainda) mais lucros. Mas a fábrica da Amadora é, para Portugal, muito mais do que uma unidade de produção. É um exemplo de excelência num sector e de capacidade competitiva, a nível mundial, e o seu encerramento representará não só um desastre para centenas de famílias, e logo para todo o tecido económico e social daquela zona, como um rude golpe na economia e interesse nacional.