Direita sancionada
A primeira volta das eleições regionais francesas resultou numa clara derrota para os partidos do centro-direita, o UMP de Jacques Chirac e do primeiro-ministro, Jean-Pierre Raffarin, e a UDF.
A alteração no sentido de voto dos franceses visou sancionar as políticas da direita
Em 17 das 22 regiões, socialistas, comunistas, verdes e radicais de esquerda obtiveram a maioria dos votos, alcançando no total 40 por cento contra os 34 por cento conseguidos pela direita, UMP e UDF. O sufrágio de domingo ficou ainda marcado por uma diminuição da abstenção que rondou os 38 por cento, face aos 42,3 por cento registados em 1998.
Tomados em conjunto, os resultados dos partidos de centro direita reflectem um recuo de três por cento em relação às anteriores regionais e de nove por cento se comparados com as legislativas de Junho de 2002. A UMP sofreu a queda mais acentuada totalizando 23 por cento dos votos, ou seja um recuo de 10 por cento em relação a 2002. A UDF, que tinha obtido cinco por cento nas legislativas, soma agora 11 por cento.
Por seu turno, a extrema-direita liderada pela Frente Nacional chegou aos 16 por cento, conseguindo ultrapassar a fasquia dos dez por cento em 17 regiões, o que lhe permitirá estar presente na segunda volta.
Em contrapartida, os partidos LO (Luta Operária) e LCR (Liga Comunista Revolucionária), de extrema-esquerda, tiveram um resultado global abaixo dos cinco por cento, não atingindo em nenhuma região o mínimo de dez por cento para disputar a segunda volta. Mesmo num dos seus bastiões, a região de Nord-Pas-de-Calais, onde em 1998 tinham chegado aos 12,6 por cento, sofreram uma importante quebra eleitoral, baixando para 5,3 por cento. Em 2002, o candidato presidencial apoiado por estes dois partidos obteve 10,44 por cento dos votos.
Centro-esquerda
com vantagem
Concorrendo em listas conjuntas em 14 das 22 regiões, socialistas, comunistas, verdes e radicais de esquerda superaram largamente os resultados da maioria governativa, podendo aspirar na segunda volta ao controlo de mais de metade das regiões, o que representaria um claro avanço face às oito presidências metropolitanas que actualmente dispõem.
Nas oito listas que apresentou separadamente, o PCF recolheu oito por cento dos votos, tendo ultrapassado os 10 por cento na região de Picardie, em Nord-Pas-de-Calais, e sete por cento em Ile-de-France, onde Marie-George Buffet, secretária-geral do PCF, encabeçou uma lista autónoma aberta a independentes. Estes resultados apontam para uma recuperação eleitoral dos comunistas franceses que, nas presidenciais de 2002, registaram o seu pior resultado de sempre com 3,39 por cento dos votos.
Entretanto, enquanto as diferentes forças ultimavam as negociações para a apresentação de listas conjuntas à segunda volta, que se realiza já no próximo domingo, 28, uma sondagem indicava que 46 por cento dos franceses irá votar numa lista de centro-esquerda, contra 38 por cento que preferem candidatura de centro-direita.
A direita conservadora poderá perder seis das 14 regiões que actualmente controla, se bem que, na Região de Paris, a mais importante com os seus 10 milhões de habitantes, tem fortes possibilidades de vencer já que os votos somados na primeira volta pela UMP e UDF lhe dão ligeira vantagem face à lista de centro-esquerda.
Refira-se, por último, que os partidos de direita, no seu conjunto, obtiveram 50 por cento dos votos. Todavia, dado que não se afigura possível ou moralmente aceitável, por enquanto, um acordo com o partido de Le Pen, a participação autónoma da Frente Nacional na segunda volta provocará a inevitável dispersão dos votos, favorecendo a vitória das listas de centro-esquerda.
Tomados em conjunto, os resultados dos partidos de centro direita reflectem um recuo de três por cento em relação às anteriores regionais e de nove por cento se comparados com as legislativas de Junho de 2002. A UMP sofreu a queda mais acentuada totalizando 23 por cento dos votos, ou seja um recuo de 10 por cento em relação a 2002. A UDF, que tinha obtido cinco por cento nas legislativas, soma agora 11 por cento.
Por seu turno, a extrema-direita liderada pela Frente Nacional chegou aos 16 por cento, conseguindo ultrapassar a fasquia dos dez por cento em 17 regiões, o que lhe permitirá estar presente na segunda volta.
Em contrapartida, os partidos LO (Luta Operária) e LCR (Liga Comunista Revolucionária), de extrema-esquerda, tiveram um resultado global abaixo dos cinco por cento, não atingindo em nenhuma região o mínimo de dez por cento para disputar a segunda volta. Mesmo num dos seus bastiões, a região de Nord-Pas-de-Calais, onde em 1998 tinham chegado aos 12,6 por cento, sofreram uma importante quebra eleitoral, baixando para 5,3 por cento. Em 2002, o candidato presidencial apoiado por estes dois partidos obteve 10,44 por cento dos votos.
Centro-esquerda
com vantagem
Concorrendo em listas conjuntas em 14 das 22 regiões, socialistas, comunistas, verdes e radicais de esquerda superaram largamente os resultados da maioria governativa, podendo aspirar na segunda volta ao controlo de mais de metade das regiões, o que representaria um claro avanço face às oito presidências metropolitanas que actualmente dispõem.
Nas oito listas que apresentou separadamente, o PCF recolheu oito por cento dos votos, tendo ultrapassado os 10 por cento na região de Picardie, em Nord-Pas-de-Calais, e sete por cento em Ile-de-France, onde Marie-George Buffet, secretária-geral do PCF, encabeçou uma lista autónoma aberta a independentes. Estes resultados apontam para uma recuperação eleitoral dos comunistas franceses que, nas presidenciais de 2002, registaram o seu pior resultado de sempre com 3,39 por cento dos votos.
Entretanto, enquanto as diferentes forças ultimavam as negociações para a apresentação de listas conjuntas à segunda volta, que se realiza já no próximo domingo, 28, uma sondagem indicava que 46 por cento dos franceses irá votar numa lista de centro-esquerda, contra 38 por cento que preferem candidatura de centro-direita.
A direita conservadora poderá perder seis das 14 regiões que actualmente controla, se bem que, na Região de Paris, a mais importante com os seus 10 milhões de habitantes, tem fortes possibilidades de vencer já que os votos somados na primeira volta pela UMP e UDF lhe dão ligeira vantagem face à lista de centro-esquerda.
Refira-se, por último, que os partidos de direita, no seu conjunto, obtiveram 50 por cento dos votos. Todavia, dado que não se afigura possível ou moralmente aceitável, por enquanto, um acordo com o partido de Le Pen, a participação autónoma da Frente Nacional na segunda volta provocará a inevitável dispersão dos votos, favorecendo a vitória das listas de centro-esquerda.