O mundo está mais inseguro
O PCP assinalou a passagem de um ano sobre a cimeira dos Açores, primeiro passo para envolver Portugal numa guerra ilegítima que já matou milhares de pessoas.
Não é com bombardea mentos e guerras que se combate o terrorismo
«Um ano após o desencadeamento da guerra contra o Iraque, o terrorismo não mata menos, antes foi potenciado. O mundo não está mais seguro, antes está mais inseguro», afirmou anteontem o secretário-geral do PCP, numa conferência de imprensa que assinalou a passagem de um ano sobre a realização da Cimeira dos Açores, entre Bush, Blair e Aznar. A prová-lo estão «os bárbaros atentados de Espanha», destacou o dirigente comunista.
Para Carlos Carvalhas, o terrorismo «tem de ser denunciado e combatido sem equívocos». Mas não se combate o terrorismo «com outro terrorismo, o terrorismo de Estado». Nem tão pouco se combate com o «bombardeamento de inocentes e com guerras preventivas e ilegítimas». Para Carlos Carvalhas, também não é substituindo o direito internacional pelo «proclamado direito dos EUA ocuparem um país estrangeiro» que se combate este problema. O dirigente comunista rejeita também as «derivas securitárias com a limitação e liquidação de liberdades, direitos e garantias» que alguns propõem como solução.
Carlos Carvalhas considera que um ano depois da «cimeira da guerra», o Governo continua a dever explicações ao povo português. É que é cada vez mais claro que as armas de destruição massiva, que serviram de pretexto, não existem, declara Carlos Carvalhas. O secretário-geral acusa o Governo e o Primeiro-Ministro de ter envolvido o País numa guerra de agressão que provocou milhares de mortos «na base de uma mentira». Carvalhas considera ser cada vez mais claro que as armas de destruição massiva não passaram de um pretexto falso para os EUA deitarem a mão às riquezas petrolíferas e controlarem a região».
O secretário-geral do PCP lembra que até hoje o Primeiro-Ministro não deu qualquer explicação relativamente às «provas» em que se terá baseado para afirmar peremptoriamente que o Iraque possuía tal armamento.
Portugal é agressor
Depois da ocupação do Iraque, o Governo português, «no seu papel de vassalagem, deu mais um passo no envolvimento e na exposição do País na estratégia de Bush de afrontar o mundo árabe com o envio de soldados da GNR» para aquele país, lembrou o secretário-geral do PCP. Ao atrelar o País à invasão e ocupação do Iraque, o Governo é responsável pelas «consequências que daí advenham». Apesar disto, Carvalhas não prevê que Portugal esteja entre os principais alvos de ataques terroristas. Mas, pela sua participação na ocupação, admite que seja um alvo.
O dirigente comunista recorda ainda que, passado um ano, o Iraque «continua em guerra e vive mergulhado numa onda de terror e violência a exigir o fim da ocupação». Ao mesmo tempo, realça, as multinacionais, nomeadamente as norte-americanas, «continuam a desenvolver as negociatas da chamada reconstrução». Assim, é necessário «combater e anular esta inaceitável posição do Governo português em relação ao Iraque e exigir o regresso do contingente da GNR».
Carvalhas rejeita ainda a posição dúplice do Governo face às resoluções da ONU sobre a Palestina. O secretário-geral comunista acusa o Governo de ser complacente perante a «política criminosa de Sharon e a construção do muro da Cisjordânia que visa anexar definitivamente territórios e inviabilizar um Estado Palestiniano independente».
«O que Portugal precisa é de uma política activa de paz e de uma política externa que privilegie a cooperação entre países iguais em direitos, respeite a legalidade internacional e defenda a resolução pacífica dos conflitos», remata o secretário-geral do PCP.
Critérios discriminatórios
Carlos Carvalhas aproveitou a conferência de imprensa para reafirmar o seu repúdio pela discriminação de que o PCP foi alvo por parte do Primeiro-Ministro. As queixas do PCP prendem-se com os encontros que o Primeiro-Ministro teve com o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República e o secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues, sobre questões de segurança. Já no dia anterior, o Gabinete de Imprensa tinha tomado posição acerca do assunto, tendo considerado «absolutamente incompreensível, injustificada e discriminatória» a exclusão do PCP e de outras forças políticas da oposição em reuniões sobre tão relevante questão. Nessa nota, o PCP protestava vigorosamente contra os critérios usados, sublinhando tratar-se de «mais uma grave manifestação de arrogância política e completa falta de ética no exercício de funções do Estado e responsabilidades públicas» por parte de Durão Barroso.
Para Carlos Carvalhas, o terrorismo «tem de ser denunciado e combatido sem equívocos». Mas não se combate o terrorismo «com outro terrorismo, o terrorismo de Estado». Nem tão pouco se combate com o «bombardeamento de inocentes e com guerras preventivas e ilegítimas». Para Carlos Carvalhas, também não é substituindo o direito internacional pelo «proclamado direito dos EUA ocuparem um país estrangeiro» que se combate este problema. O dirigente comunista rejeita também as «derivas securitárias com a limitação e liquidação de liberdades, direitos e garantias» que alguns propõem como solução.
Carlos Carvalhas considera que um ano depois da «cimeira da guerra», o Governo continua a dever explicações ao povo português. É que é cada vez mais claro que as armas de destruição massiva, que serviram de pretexto, não existem, declara Carlos Carvalhas. O secretário-geral acusa o Governo e o Primeiro-Ministro de ter envolvido o País numa guerra de agressão que provocou milhares de mortos «na base de uma mentira». Carvalhas considera ser cada vez mais claro que as armas de destruição massiva não passaram de um pretexto falso para os EUA deitarem a mão às riquezas petrolíferas e controlarem a região».
O secretário-geral do PCP lembra que até hoje o Primeiro-Ministro não deu qualquer explicação relativamente às «provas» em que se terá baseado para afirmar peremptoriamente que o Iraque possuía tal armamento.
Portugal é agressor
Depois da ocupação do Iraque, o Governo português, «no seu papel de vassalagem, deu mais um passo no envolvimento e na exposição do País na estratégia de Bush de afrontar o mundo árabe com o envio de soldados da GNR» para aquele país, lembrou o secretário-geral do PCP. Ao atrelar o País à invasão e ocupação do Iraque, o Governo é responsável pelas «consequências que daí advenham». Apesar disto, Carvalhas não prevê que Portugal esteja entre os principais alvos de ataques terroristas. Mas, pela sua participação na ocupação, admite que seja um alvo.
O dirigente comunista recorda ainda que, passado um ano, o Iraque «continua em guerra e vive mergulhado numa onda de terror e violência a exigir o fim da ocupação». Ao mesmo tempo, realça, as multinacionais, nomeadamente as norte-americanas, «continuam a desenvolver as negociatas da chamada reconstrução». Assim, é necessário «combater e anular esta inaceitável posição do Governo português em relação ao Iraque e exigir o regresso do contingente da GNR».
Carvalhas rejeita ainda a posição dúplice do Governo face às resoluções da ONU sobre a Palestina. O secretário-geral comunista acusa o Governo de ser complacente perante a «política criminosa de Sharon e a construção do muro da Cisjordânia que visa anexar definitivamente territórios e inviabilizar um Estado Palestiniano independente».
«O que Portugal precisa é de uma política activa de paz e de uma política externa que privilegie a cooperação entre países iguais em direitos, respeite a legalidade internacional e defenda a resolução pacífica dos conflitos», remata o secretário-geral do PCP.
Critérios discriminatórios
Carlos Carvalhas aproveitou a conferência de imprensa para reafirmar o seu repúdio pela discriminação de que o PCP foi alvo por parte do Primeiro-Ministro. As queixas do PCP prendem-se com os encontros que o Primeiro-Ministro teve com o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República e o secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues, sobre questões de segurança. Já no dia anterior, o Gabinete de Imprensa tinha tomado posição acerca do assunto, tendo considerado «absolutamente incompreensível, injustificada e discriminatória» a exclusão do PCP e de outras forças políticas da oposição em reuniões sobre tão relevante questão. Nessa nota, o PCP protestava vigorosamente contra os critérios usados, sublinhando tratar-se de «mais uma grave manifestação de arrogância política e completa falta de ética no exercício de funções do Estado e responsabilidades públicas» por parte de Durão Barroso.