Venezuela

Resistir à ofensiva imperial

O Partido Comunista da Venezuela alertou, terça-feira da semana passada, «as organizações revolucionárias, comunistas e progressistas do mundo para a iminência de acções reaccionárias, dirigidas pelo imperialismo norte-americano», a fim de tentar novamente deter o processo de mudanças em curso na Venezuela.
A tomada de posição pública dos comunistas surge integrada numa campanha desenvolvida pela Frente Ampla Nacional e Patriótica, que enviou aos EUA, Bélgica, Espanha e Portugal (ver últimas) uma delegação política com o intuito de mobilizar a solidariedade internacional em torno do projecto revolucionário Bolivariano.
Tal dinâmica é nesta fase indispensável, esclarece o comunicado, dada «a acção do governo fascista de Bush contra a luta dos povos latino-americanos e caribenhos, que constróem novas correlações de forças na região e detêm o avanço dos planos de domínio do império», como a ALCA e o Plano Colômbia.
Paralelamente, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) continua a avaliar as assinaturas entregues pela oposição para exigir um referendo ao mandato presidencial de Chavez.
O processo decorre sob uma intensa campanha mediática orquestrada pela direita, cuja base de sustentação se fundamenta nas posições da «Organização dos Estados Americanos, do Centro Carter e do Departamento de Estado norte-americano que se pronunciaram, pressionando o CNE a aceitá-las como válidas», continua o comunicado.
Entretanto, na sexta-feira, alguns militantes do Movimento Quinta República, acompanhados por um grupo de trabalhadores da empresa venezuelana de petróleo, concentraram-se junto da Embaixada dos EUA em Caracas para protestarem contra a ingerência norte-americana nos assuntos internos do país e em favor da «dignidade e soberania nacional».
Os manifestantes reiteraram o apoio ao projecto político preconizado pelo presidente Hugo Chavez e acusaram os EUA de, juntamente com a oposição e as confederações patronais que a suportam, terem estado envolvidos na tentativa de golpe de estado de 2002, gorada devido à mobilização popular.


Mais artigos de: Internacional

Golpe derruba Aristide

Jean Bertrand Aristide renunciou, na madrugada de sábado, ao mandato de presidente do Haiti. Tropas americanas, canadianas e francesas ocupam Port-au-Prince, enquanto esperam pela chegada de reforços que permitam controlar o país.

Bispos apelam ao voto responsável

Bispos católicos da Guiné-Bissau alertam para a importância das eleições legislativas de 28 de Março e apela à participação responsável dos guineenses.

Desemprego recorde em 2003

Em todo o mundo, cerca de 186 milhões de pessoas estavam desempregadas ou à procura de trabalho em 2003, revela o relatório anual da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado há uma semana. O número de desempregados é o mais alto já registado, e representa um aumento de meio milhão em relação a 2002, ano em...

EUA preocupados com a Rússia

Em vésperas das eleições presidenciais russas, a conselheira da Segurança Nacional norte-americana, Condoleezza Rice, fez saber no início da semana que há «boas razões para preocupação» quanto ao futuro da Rússia, devido ao «perigo de uma excessiva concentração de poderes no Kremlin».Segundo a Lusa, que cita a entrevista...

Congresso do Partido da Esquerda da Suécia

O Partido da Esquerda da Suécia (PE) realizou, de 19 a 22 de Fevereiro, o seu 35º Congresso.Este Congresso, que confirmou o PE como uma importante e influente força de esquerda anti-capitalista, aprovou um novo Programa em que o partido se define como socialista, feminista e anti-imperialista. A reunião magna confirmou a...

Haiti, ilha mártir (conclusão)

Depois de uma sucessão de golpes de estado – mais de 32 – a Garde d’Haiti (exército nacional), impôs, em 1957 e durante 30 anos, o regime dos Duvalier (pai e filho), ao gosto do Departamento de Estado dos EUA, da hierarquia católica e da burguesia comercial. Resultado: uma miséria impar e perto de 40 mil mortos (cálculo...