- Nº 1579 (2004/03/4)
Venezuela

Resistir à ofensiva imperial

Internacional

O Partido Comunista da Venezuela alertou, terça-feira da semana passada, «as organizações revolucionárias, comunistas e progressistas do mundo para a iminência de acções reaccionárias, dirigidas pelo imperialismo norte-americano», a fim de tentar novamente deter o processo de mudanças em curso na Venezuela.
A tomada de posição pública dos comunistas surge integrada numa campanha desenvolvida pela Frente Ampla Nacional e Patriótica, que enviou aos EUA, Bélgica, Espanha e Portugal (ver últimas) uma delegação política com o intuito de mobilizar a solidariedade internacional em torno do projecto revolucionário Bolivariano.
Tal dinâmica é nesta fase indispensável, esclarece o comunicado, dada «a acção do governo fascista de Bush contra a luta dos povos latino-americanos e caribenhos, que constróem novas correlações de forças na região e detêm o avanço dos planos de domínio do império», como a ALCA e o Plano Colômbia.
Paralelamente, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) continua a avaliar as assinaturas entregues pela oposição para exigir um referendo ao mandato presidencial de Chavez.
O processo decorre sob uma intensa campanha mediática orquestrada pela direita, cuja base de sustentação se fundamenta nas posições da «Organização dos Estados Americanos, do Centro Carter e do Departamento de Estado norte-americano que se pronunciaram, pressionando o CNE a aceitá-las como válidas», continua o comunicado.
Entretanto, na sexta-feira, alguns militantes do Movimento Quinta República, acompanhados por um grupo de trabalhadores da empresa venezuelana de petróleo, concentraram-se junto da Embaixada dos EUA em Caracas para protestarem contra a ingerência norte-americana nos assuntos internos do país e em favor da «dignidade e soberania nacional».
Os manifestantes reiteraram o apoio ao projecto político preconizado pelo presidente Hugo Chavez e acusaram os EUA de, juntamente com a oposição e as confederações patronais que a suportam, terem estado envolvidos na tentativa de golpe de estado de 2002, gorada devido à mobilização popular.