Colômbia

Farc pressionam governo

O comando central das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) anunciou, em comunicado divulgado segunda-feira, estar disposto a negociar um acordo de intercâmbio de prisioneiros com o governo.
De acordo com o documento, «as FARC, com seus representantes internacionais, empreenderão uma ofensiva diplomática para que a troca de prisioneiros seja uma realidade», embora sublinhem que o presidente do país, Álvaro Uribe, não tem dado sinais positivos para o avanço do processo, o que revela ausência de «vontade política de iniciar aproximações para a libertação das pessoas em cativeiro» e «total indiferença para com um acordo humanitário».
Os responsáveis da organização chegam mesmo a desafiar o chefe do Estado colombiano para que, de uma vez por todas, nomeie os seus representantes na eventual ronda e admitem que o processo seja moderado por uma comissão da igreja católica, estrutura que já manifestou, por diversas vezes, vontade de assumir a mediação do pacto humanitário.
A este respeito, as FARC advertem ainda que há cerca de um ano que indicaram os seus negociadores, mas só iniciam conversações quando o governo fizer o mesmo, pois «a comissão da Igreja não representa o governo. Por isso, por mais reuniões que as FARC realizem com esta comissão, doravante serão estéreis até que o presidente Álvaro Uribe nomeie seus representantes para a troca, com capacidade negociadora».
Desta forma, conclui o documento das FARC, convém deixar claro «à comunidade internacional, aos familiares dos prisioneiros e ao país, que não seremos responsáveis se morrerem prisioneiros que estão em nosso poder, durante operações militares de resgate», iniciativas que Uribe e a direita no poder realizam amiúde com o apoio explícito dos EUA.


Mais artigos de: Internacional

Pelo direito de informar

A divulgação do documento final sobre a morte de David Kelly motivou uma onda de contestação ao governo de Tony Blair, acusado de pôr em causa a liberdade e independência da informação da BBC.

Jornalistas em luta

Paralelamente ao «caso David Kelly», outros jornalistas enfrentam o perigo da mordaça que os governos e os impérios da comunicação social procuram impor, ora por via do veto à legítima divulgação dos factos, ora através da degradação dos direitos laborais e das condições de trabalho.A norte-irlandesa Lena Ferguson e o...

Demissões em massa no parlamento iraniano

Cento e dezassete dos 290 deputados iranianos demitiram-se no início do mês, advertindo que a eventual organização de eleições com o apoio do exército seria um «golpe de Estado».«Se os conservadores quiserem organizar as eleições com o apoio do exército, deixarão de ser eleições, passará a ser um golpe de Estado com o...

Venezuela: novo golpe avança a fogo lento (1)

Em 11 de Abril de 2002, depois de uma escalada de provocações, as forças mais reaccionárias da Venezuela desencadearam um golpe de Estado contra o governo constitucional de Hugo Chávez. Tudo começou quando se fez avançar uma marcha oposicionista sobre o palácio presidencial, sabendo que o mesmo estava rodeado, em jeito...