Jornalistas em luta

Paralelamente ao «caso David Kelly», outros jornalistas enfrentam o perigo da mordaça que os governos e os impérios da comunicação social procuram impor, ora por via do veto à legítima divulgação dos factos, ora através da degradação dos direitos laborais e das condições de trabalho.
A norte-irlandesa Lena Ferguson e o inglês Alex Thomson enfrentam um processo em tribunal por se recusarem a divulgar a identidade das suas fontes.
Em causa está uma reportagem, editada em 1997, sobre o massacre de Londenderry, na Irlanda do Norte, em 1972, onde os soldados britânicos dispararam sobre milhares de manifestantes independentistas que exigiam direitos cívicos, resultando na morte de 14 pessoas. O trabalho revela novos testemunhos que, ao contrário de então, não ilibam o governo e o exército das responsabilidades sobre o sucedido.
Na Grécia, foi emitido um mandato de captura contra os dirigentes do Sindicato dos Jornalistas da Imprensa Diária de Atenas. A medida surge como retaliação do grupo Kouris Media, que apresentou uma queixa contra os trabalhadores grevistas e a respectiva estrutura representativa, apostado em sonegar direitos laborais com a conivência do ministro da Imprensa,.
Finalmente, na Alemanha e na França milhares de jornalistas efectuaram jornadas de paralisação, em luta pela melhoria do estatuto salarial da profissão.
Os alemães pararam por tempo indeterminado a imprensa escrita em sete estados da república e aguardam a adesão dos companheiros de outras redacções em todo o país.
Na base da greve está a proposta patronal de congelamento dos salários, redução dos dias de férias e do respectivo subsídio para 75 por cento do vencimento regular.
Já os trabalhadores da Rádio France, propriedade do Estado, exigem a equiparação com os congéneres da televisão pública, facto que o governo e as administrações recusam.


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