Faltam profissionais de saúde
Mais de 40 por cento dos médicos terão, em 2005, mais de 55 anos, percentagem que aumentará para 90 por cento em 2015. Esta foi uma das principais preocupações levantadas pelo PCP no debate sobre recursos humanos na saúde, realizado no sábado em Lisboa.
Na intervenção de encerramento, o secretário-geral do PCP acusou PS e PSD – que se revezaram no governo do País desde a construção do Serviço Nacional de Saúde – de terem provocado esta situação, ao diminuírem «drasticamente as vagas nas faculdades de medicina», de 805 em 1979 para 190 em 1986. O dirigente comunista lembra que o aumento de vagas previsto para os cursos de medicina não dará sequer para recuperar o atraso da estagnação do presente ano lectivo e muito menos para inverter a tendência negativa.
Carvalhas considera que a resolução deste grave problema exige investimento público e não a abertura de cursos privados de medicina. Por outro interveniente soube-se quem ministrará estes cursos: a Universidade Católica e o Grupo Mello, principal grupo económico com interesses no sector da saúde.
A carência de médicos faz-se já sentir, nomeadamente ao nível de certas especialidades. Dramática é já a situação da medicina familiar, nas zonas periféricas das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto: mais de um milhão de portugueses não tem médico de família, denunciou Carlos Carvalhas.
Mas a carências de profissionais não se fica pelos médicos. Enfermeiros, faltam 20 mil. Esta carência revela-se com particular incidência nos enfermeiros especialistas, nomeadamente nos ramos da saúde materna e obstetrícia. Para além do número, é a qualidade que preocupa. Dos participantes no debate, muitos eram enfermeiros, que mostraram preocupação pelos cursos de enfermagem ministrados em algumas escolas.
Mas a carências de profissionais não se fazem sentir apenas nestas duas áreas .Também os técnicos de diagnóstico e terapêutica fazem falta. Reunindo cerca de 18 profissões – entre anestesistas, analistas, etc. – estes trabalhadores são indispensáveis aos Serviço Nacional de Saúde e os serviços que prestam estão, em muitos casos, a ser administrados por trabalhadores sem qualificação.
Carvalhas lembrou que «existem entre 8 a 10 mil contratados a termo certo nos serviços públicos de saúde» e que proliferam as mais absurdas situações de precariedade. O recurso a desempregados de centros de emprego e convites ao trabalho voluntário durante o tempo necessário a nova renovação de contrato precário são apenas exemplos.
Carlos Carvalhas acusa o Governo de pretender criar uma política de saúde para os detentores de altos rendimentos e outra, caritativa e assistencial, para as pessoas de baixos rendimentos.
A finalizar, o dirigente do PCP – que estava acompanhado na mesa do debate por Bernardino Soares, da Comissão Política, Crisóstomo Diniz, Amílcar Carvalho e Manuel Souto Teixeira – afirmou que as contribuições vindas no debate enriquecerão a interpelação parlamentar que o PCP prepara sobre esta matéria.
Na intervenção de encerramento, o secretário-geral do PCP acusou PS e PSD – que se revezaram no governo do País desde a construção do Serviço Nacional de Saúde – de terem provocado esta situação, ao diminuírem «drasticamente as vagas nas faculdades de medicina», de 805 em 1979 para 190 em 1986. O dirigente comunista lembra que o aumento de vagas previsto para os cursos de medicina não dará sequer para recuperar o atraso da estagnação do presente ano lectivo e muito menos para inverter a tendência negativa.
Carvalhas considera que a resolução deste grave problema exige investimento público e não a abertura de cursos privados de medicina. Por outro interveniente soube-se quem ministrará estes cursos: a Universidade Católica e o Grupo Mello, principal grupo económico com interesses no sector da saúde.
A carência de médicos faz-se já sentir, nomeadamente ao nível de certas especialidades. Dramática é já a situação da medicina familiar, nas zonas periféricas das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto: mais de um milhão de portugueses não tem médico de família, denunciou Carlos Carvalhas.
Mas a carências de profissionais não se fica pelos médicos. Enfermeiros, faltam 20 mil. Esta carência revela-se com particular incidência nos enfermeiros especialistas, nomeadamente nos ramos da saúde materna e obstetrícia. Para além do número, é a qualidade que preocupa. Dos participantes no debate, muitos eram enfermeiros, que mostraram preocupação pelos cursos de enfermagem ministrados em algumas escolas.
Mas a carências de profissionais não se fazem sentir apenas nestas duas áreas .Também os técnicos de diagnóstico e terapêutica fazem falta. Reunindo cerca de 18 profissões – entre anestesistas, analistas, etc. – estes trabalhadores são indispensáveis aos Serviço Nacional de Saúde e os serviços que prestam estão, em muitos casos, a ser administrados por trabalhadores sem qualificação.
Carvalhas lembrou que «existem entre 8 a 10 mil contratados a termo certo nos serviços públicos de saúde» e que proliferam as mais absurdas situações de precariedade. O recurso a desempregados de centros de emprego e convites ao trabalho voluntário durante o tempo necessário a nova renovação de contrato precário são apenas exemplos.
Carlos Carvalhas acusa o Governo de pretender criar uma política de saúde para os detentores de altos rendimentos e outra, caritativa e assistencial, para as pessoas de baixos rendimentos.
A finalizar, o dirigente do PCP – que estava acompanhado na mesa do debate por Bernardino Soares, da Comissão Política, Crisóstomo Diniz, Amílcar Carvalho e Manuel Souto Teixeira – afirmou que as contribuições vindas no debate enriquecerão a interpelação parlamentar que o PCP prepara sobre esta matéria.