Eleitos e perseguidos
A Direcção do SBSI quer expulsar os membros das Listas Unitárias, eleitos pelos trabalhadores para órgãos sindicais, porque não lhe agradou uma notícia publicada no Avante!.
A Direcção do SBSI quer pactuar com os banqueiros sem perturbações
A coligação que está à frente do sindicato, integrando as tendências do PS e do PSD e ex-MRPPs, desencadeou uma ofensiva que começou com a proibição da publicação de um texto das Listas Unitárias no jornal O Bancário e chegou até ao envio de comunicações para os bancos, procurando que trabalhadores eleitos para estruturas sindicais nos bancos e nas regiões percam direitos inerentes à qualidade de representantes dos seus colegas. A Direcção enviou mesmo notas de culpa, com intenção de expulsar sócios do sindicato!
Em nota enviada segunda-feira à comunicação social, as Listas Unitárias recordam que «a UGT e as suas organizações têm tido como princípio a partidarização da vida sindical, a que não é alheia a sua própria génese divisionista». Quanto à corrente unitária no SBSI, «desde sempre pautou a sua intervenção pelos princípios da unidade e da defesa intransigente dos direitos e interesses dos bancários», identificando-se as Listas Unitárias «como portadoras dos princípios sindicais de que a CGTP se reclama, o sindicalismo de classe, de massas, independente, unitário e democrático».
As votações para os secretariados sindicais, de banco e de região, e para as comissões de trabalhadores, bem como a distribuição dos mandatos, comprovam que «muitos milhares de bancários têm confiado nas Listas Unitárias ao longo de décadas».
É considerado «altamente preocupante, pelo seu cariz totalitário e anti-democrático, que, estando as estruturas da UGT organizadas em tendências político-partidárias, venha agora uma santa aliança dessas tendências procurar afastar da actividade sindical a única tendência» que recusa a partidarização e que «valoriza a participação de todos no seu projecto sindical, sejam filiados em qualquer partido, sejam trabalhadores sem partido».
Incómodos
O comportamento da Direcção do SBSI «é absolutamente consentâneo com o que tem sido a sua prática sindical – a total cumplicidade com o patronato na super-exploração dos bancários e no total desrespeito da contratação colectiva». As Listas Unitárias acusam ainda os dirigentes do sindicato de que têm negociado com os banqueiros acordos de empresa que significam a aplicação à banca do Código do Trabalho, ainda antes de estar aprovado, «a pedido do ex-administrador do BCP e hoje ministro do Trabalho, Bagão Félix, e do seu patrão máximo, Jardim Gonçalves».
Nos SAMS (serviços médico-sociais dos bancários), as Listas Unitárias notam uma situação «altamente preocupante», quer do ponto de vista financeiro, quer pelo agravamento das despesas de saúde dos bancários, que «são cada vez mais mal servidos e pagam cada vez mais».
«Neste contexto, as Listas Unitárias são, naturalmente, muito incómodas», refere-se na nota. «Que isso perturbe os banqueiros, é natural, mas que sejam perseguidas pela Direcção do sindicato é muito mais grave».
A corrente unitária reafirma que «os bancários e todos os que trabalham na banca e para a banca podem, como sempre, continuar a contar com as Listas Unitárias que, acima de tudo, honram os compromissos com aqueles que os elegeram e com todos os trabalhadores, e aí fundamentam a legitimidade da sua acção».
Por fim, as Listas Unitárias «continuam a afirmar, como têm feito de há algum tempo a esta parte, que é necessária uma alternativa sindical para defender os direitos, lutar por melhores salários, defender o ACTV, alargar a aplicação da contratação colectiva a todos os que trabalham na banca e para a banca» e, para tal, apelam «à acção, à luta e à unidade de todos os bancários».
Pretextos e razões
«As razões apresentadas pela direcção, para retirar aos elementos das LUs os seus tempos inteiros e o apoio financeiro e logístico indispensável para o exercício das funções para que foram eleitos, não passam de meros pretextos, assentes em subjectividade e abusos de interpretação, como a notícia num jornal partidário e a conotação abusiva das LUs com o mesmo partido», acusa-se na intervenção feita em nome das Listas Unitárias no Conselho Geral do SBSI, convocado para ontem, em Lisboa.
As decisões da direcção – de acordo com declarações do seu presidente, publicadas numa extensa entrevista no jornal do sindicato, insurgindo-se contra «a intenção de criar um sindicato de sector, filiado de raiz na CGTP» – tiveram por pretexto uma notícia, publicada no Avante! de 16 de Outubro, sobre a 10.ª Assembleia da Organização dos Bancários do distrito de Lisboa, que defendeu «uma verdadeira alternativa sindical, só possível num sindicato totalmente identificado com os princípios subjacentes à CGTP».
Já na edição de 14 de Outubro de O Bancário fora proibida a publicação de um artigo no espaço das Listas Unitárias (depois foi proibida, pura e simplesmente, a utilização do referido espaço).
Estes são «actos prepotentes e ilegais, que deveriam envergonhar quaisquer representantes de trabalhadores, dignos desse nome».
Quanto aos processos levantados contra os membros do Conselho Geral identificados com as Listas Unitárias, eles «constituem um acontecimento ímpar na história do nosso Sindicato» e «uma autêntica “caça às bruxas”». A Direcção «não aponta com objectividade um único artigo dos Estatutos que tenha sido infringido pelos sócios acusados», tratando-se assim, «claramente de um processo político», com o objectivo de «retirar da actividade sindical um número significativo de sindicalistas, com provas dadas na defesa intransigente dos direitos e interesses dos trabalhadores e na luta contra o comodismo, o servilismo e o novo-riquismo que caracterizam o poder instalado na Rua de S. José».
As Listas Unitárias, na intervenção anteontem divulgada no seu sítio na Internet (www.go.to/bancarios), acusam a Direcção de pretender «a subversão total das regras e princípios do sindicalismo democrático», abrindo «uma nova etapa no caminho para o poder absoluto, que as tendências sindicais dominantes no SBSI pretendem atingir num futuro próximo e cujas raízes foram lançadas com as últimas alterações dos estatutos». Desta forma, «com os Unitários expulsos do Sindicato e sem mecanismos de participação e fiscalização por parte dos sócios, os actuais dirigentes poderiam finalmente cozinhar as suas negociatas com os patrões e saborear as delícias do moderno turismo sindical».
Em nota enviada segunda-feira à comunicação social, as Listas Unitárias recordam que «a UGT e as suas organizações têm tido como princípio a partidarização da vida sindical, a que não é alheia a sua própria génese divisionista». Quanto à corrente unitária no SBSI, «desde sempre pautou a sua intervenção pelos princípios da unidade e da defesa intransigente dos direitos e interesses dos bancários», identificando-se as Listas Unitárias «como portadoras dos princípios sindicais de que a CGTP se reclama, o sindicalismo de classe, de massas, independente, unitário e democrático».
As votações para os secretariados sindicais, de banco e de região, e para as comissões de trabalhadores, bem como a distribuição dos mandatos, comprovam que «muitos milhares de bancários têm confiado nas Listas Unitárias ao longo de décadas».
É considerado «altamente preocupante, pelo seu cariz totalitário e anti-democrático, que, estando as estruturas da UGT organizadas em tendências político-partidárias, venha agora uma santa aliança dessas tendências procurar afastar da actividade sindical a única tendência» que recusa a partidarização e que «valoriza a participação de todos no seu projecto sindical, sejam filiados em qualquer partido, sejam trabalhadores sem partido».
Incómodos
O comportamento da Direcção do SBSI «é absolutamente consentâneo com o que tem sido a sua prática sindical – a total cumplicidade com o patronato na super-exploração dos bancários e no total desrespeito da contratação colectiva». As Listas Unitárias acusam ainda os dirigentes do sindicato de que têm negociado com os banqueiros acordos de empresa que significam a aplicação à banca do Código do Trabalho, ainda antes de estar aprovado, «a pedido do ex-administrador do BCP e hoje ministro do Trabalho, Bagão Félix, e do seu patrão máximo, Jardim Gonçalves».
Nos SAMS (serviços médico-sociais dos bancários), as Listas Unitárias notam uma situação «altamente preocupante», quer do ponto de vista financeiro, quer pelo agravamento das despesas de saúde dos bancários, que «são cada vez mais mal servidos e pagam cada vez mais».
«Neste contexto, as Listas Unitárias são, naturalmente, muito incómodas», refere-se na nota. «Que isso perturbe os banqueiros, é natural, mas que sejam perseguidas pela Direcção do sindicato é muito mais grave».
A corrente unitária reafirma que «os bancários e todos os que trabalham na banca e para a banca podem, como sempre, continuar a contar com as Listas Unitárias que, acima de tudo, honram os compromissos com aqueles que os elegeram e com todos os trabalhadores, e aí fundamentam a legitimidade da sua acção».
Por fim, as Listas Unitárias «continuam a afirmar, como têm feito de há algum tempo a esta parte, que é necessária uma alternativa sindical para defender os direitos, lutar por melhores salários, defender o ACTV, alargar a aplicação da contratação colectiva a todos os que trabalham na banca e para a banca» e, para tal, apelam «à acção, à luta e à unidade de todos os bancários».
Pretextos e razões
«As razões apresentadas pela direcção, para retirar aos elementos das LUs os seus tempos inteiros e o apoio financeiro e logístico indispensável para o exercício das funções para que foram eleitos, não passam de meros pretextos, assentes em subjectividade e abusos de interpretação, como a notícia num jornal partidário e a conotação abusiva das LUs com o mesmo partido», acusa-se na intervenção feita em nome das Listas Unitárias no Conselho Geral do SBSI, convocado para ontem, em Lisboa.
As decisões da direcção – de acordo com declarações do seu presidente, publicadas numa extensa entrevista no jornal do sindicato, insurgindo-se contra «a intenção de criar um sindicato de sector, filiado de raiz na CGTP» – tiveram por pretexto uma notícia, publicada no Avante! de 16 de Outubro, sobre a 10.ª Assembleia da Organização dos Bancários do distrito de Lisboa, que defendeu «uma verdadeira alternativa sindical, só possível num sindicato totalmente identificado com os princípios subjacentes à CGTP».
Já na edição de 14 de Outubro de O Bancário fora proibida a publicação de um artigo no espaço das Listas Unitárias (depois foi proibida, pura e simplesmente, a utilização do referido espaço).
Estes são «actos prepotentes e ilegais, que deveriam envergonhar quaisquer representantes de trabalhadores, dignos desse nome».
Quanto aos processos levantados contra os membros do Conselho Geral identificados com as Listas Unitárias, eles «constituem um acontecimento ímpar na história do nosso Sindicato» e «uma autêntica “caça às bruxas”». A Direcção «não aponta com objectividade um único artigo dos Estatutos que tenha sido infringido pelos sócios acusados», tratando-se assim, «claramente de um processo político», com o objectivo de «retirar da actividade sindical um número significativo de sindicalistas, com provas dadas na defesa intransigente dos direitos e interesses dos trabalhadores e na luta contra o comodismo, o servilismo e o novo-riquismo que caracterizam o poder instalado na Rua de S. José».
As Listas Unitárias, na intervenção anteontem divulgada no seu sítio na Internet (www.go.to/bancarios), acusam a Direcção de pretender «a subversão total das regras e princípios do sindicalismo democrático», abrindo «uma nova etapa no caminho para o poder absoluto, que as tendências sindicais dominantes no SBSI pretendem atingir num futuro próximo e cujas raízes foram lançadas com as últimas alterações dos estatutos». Desta forma, «com os Unitários expulsos do Sindicato e sem mecanismos de participação e fiscalização por parte dos sócios, os actuais dirigentes poderiam finalmente cozinhar as suas negociatas com os patrões e saborear as delícias do moderno turismo sindical».