Uma posição lamentável
Em nota divulgada na sexta-feira à comunicação social, o PCP considera «lamentável e condenável» que o Primeiro-Ministro português se tenha associado a uma declaração conjunta de vários primeiros-ministros europeus, visando isolar as posições assumidas pela França e Alemanha e pressionar o Conselho de Segurança «para que venha a agir como mera caixa de ressonância da fúria belicista da Administração Bush».
O PCP sublinha ainda que, embora por razões tácticas, a referida declaração conjunta «aparente remeter» o curso das decisões para a ONU e o seu Conselho de Segurança, a verdade é que o «conteúdo da declaração tem de ser visto como uma prévia absolvição de uma provável acção unilateral dos Estados Unidos e como uma promessa de cumplicidade dos signatários com a agressão militar que a Administração norte-americana prepara».
O PCP volta a afirmar a sua firme oposição ao envolvimento de Portugal numa escalada de agressão que, visando assegurar o total controlo norte-americano da produção de petróleo no Médio Oriente, só pode conduzir a mais sofrimentos para o martirizado povo iraquiano e a agravar em extremo os factores de tensão e conflito na situação internacional.
Entretanto, de acordo, ainda, com uma nota recente do Gabinete de Imprensa do PCP, «é possível impedir que a guerra comece», impondo-se para isso que todos os que estão contra ela exprimam, «por todos os meios ao seu alcance» e «de forma permanente», o seu protesto, indignação e repúdio» perante essa eminência.
O PCP terminava, apelando «a todas as camadas da população e a todas as sensibilidades democratas e humanistas» para uma ampla participação na Manifestação «Juntos podemos impedir a guerra» que se realiza em Lisboa, tal como em muitas outras capitais europeias, no próximo dia 15 de Fevereiro, no Largo Camões.
Esclarecimento
Em carta dirigida ao director do jornal «Público», António Rodrigues, do Gabinete de Imprensa do PCP, solicita a publicação de um esclarecimento do Partido (que a seguir se transcreve), suscitado pelo teor da notícia inserta na edição do «Público» de quinta-feira passada, com o título «Movimentos sociais irritados com PCP e Bloco de Esquerda».
«Na edição de 30/1 do «Público», uma notícia veicula alegadas queixas e acusações contra o PCP e contra supostas declarações do seu secretário-geral relativamente à manifestação pela paz de próximo dia 15 e que teriam sido formuladas por porta-vozes anónimos de «movimentos sociais» que não são identificados.
Embora a cobardia desse anonimato já devesse dizer tudo, importa no entanto esclarecer que :
1. O que o secretário-geral do PCP afirmou em 25/1 (conforme discurso distribuído à comunicação social e que pode ser consultado no sitio do PCP) foi que «É por isso que o nosso Partido, juntamente com outras forças políticas e sociais, convoca uma grande manifestação em Lisboa contra a guerra, no dia 15 de Fevereiro, data em que também haverá manifestações noutras capitais europeias».
2. Esta afirmação é inteiramente verdadeira pois o PCP é uma das 51 organizações promotoras da referida manifestação, como consta aliás do cartaz editado para a referida manifestação.
3. Acessoriamente, acrescente-se ainda que o PCP, diferentemente de outras entidades, disponibiliza no seu sítio da Internet (www.pcp.pt/imagens/home/fotos/cartaz20030215.html) a lista completa das organizações que convocam a referida manifestação.»