Morreu João Amaral
Com 59 anos de idade, João Amaral faleceu na passada sexta-feira. Tendo entrado para o PCP em 1967, João Amaral participou no movimento estudantil na Universidade de Coimbra, foi assessor da Direcção do Sindicato dos Metalúrgicos do Porto e desempenhou, logo a seguir ao 25 de Abril, funções no Ministério do Trabalho e na secretaria de Estado da Estruturação Agrária, nos governos provisórios. Foi, durante 23 anos, deputado à Assembleia da República, da qual foi Vice-Presidente. Actualmente era Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa.
Sobre o falecimento de João Amaral, o Secretariado do Comité Central do PCP emitiu, no dia 10 de Janeiro, o seguinte comunicado:
«O Partido Comunista Português exprime o seu pesar pelo falecimento de João Amaral e transmite à sua família as suas condolências neste momento de dor.
Pela sua acção cívica e política de dezenas de anos no combate pela liberdade e pela construção de um Portugal democrático, pela sua contribuição enquanto militante comunista e enquanto destacado deputado e ex-Vice-Presidente da Assembleia da República e eleito autárquico em Lisboa, a cuja Assembleia Municipal presidia, João Amaral constitui uma figura credora de respeito de todos os democratas.
Associando-se aos sentimentos de tristeza e de consternação pela morte de João Amaral, o PCP assinala a contribuição de João Amaral ao longo de muitos anos para a vida e luta do PCP e para grandes causas democráticas e humanistas.»
Antes, o secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, em declarações a vários órgãos de comunicação social, afirmara:
«Foi com grande tristeza e pesar que soube da morte de João Amaral que deu rosto e voz ao Partido nos mais elevados cargos - era Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa - e que teve uma intensa e destacada intervenção no plano político mas também no plano social e cultural.
Quero enviar a toda a família os meus sentidos pêsames. É isto que quero aqui referir e não aspectos políticos partidários mais recentes.»
Pelo seu lado, o Presidente do Grupo Parlamentar do PCP, Bernardino Soares, proferiu as seguintes declarações: «O desaparecimento de João Amaral é um momento de tristeza e de consideração por uma vida de intensa intervenção cívica e política, enquanto militante comunista, destacado autarca, prestigiado deputado e Vice-Presidente da Assembleia da República, integrando a luta do PCP pela democracia e pelo seu aperfeiçoamento.»
No funeral, que se realizou no domingo - da Basílica da Estrela para o Cemitério do Alto de S. João, com breves paragens simbólicas junto à Assembleia da República e nos Paços do Concelho - participaram o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República, diversos membros do Governo e pessoas de todos os quadrantes políticos e ideológicos que, assim, expressaram o seu apreço e admiração por João Amaral e lhe prestaram uma última homenagem.
O PCP fez-se representar por uma delegação composta pelo secretário-geral do Partido, camarada Carlos Carvalhas, pelos membros da Comissão Política António Abreu, Bernardino Soares e Vítor Dias, por Rui Fernandes do Secretariado do CC e pelos membros do Comité Central e, respectivamente, deputado e eleito na Assembleia Municipal de Lisboa, António Filipe e Martinho Baptista.