Portugal com futuro exige o reforço dos votos na CDU
Uma delegação da CDU, encabeçada pelo Secretário-Geral do Partido, entregou, no dia 2, no Palácio da Justiça da capital, a lista da Coligação PCP-PEV ao círculo eleitoral de Lisboa.
«É preciso consagrar na vida de todos os dias o que a Constituição consagra»
«Aqui estão candidato ligados à vida, ao mundo do trabalho, a vários sectores, para responder» aos problemas do País, sublinhou Paulo Raimundo, em declarações à imprensa.
O dirigente comunista fez questão de destacar que a CDU procedeu, nesse dia, à entrega de listas nos tribunais como forma de assinalar os 49 anos da Constituição da República Portuguesa, aprovada pela Assembleia Constituinte a 2 de Abril de 1976.
«É preciso consagrar na vida de todos os dias o que a Constituição consagra: o direito ao trabalho, ao salário, às pensões, a uma vida digna, à habitação, ao SNS e aos direitos das crianças», afirmou.
Sobre a composição das listas, Paulo Raimundo deu importância à participação das mulheres, que representam a maioria dos primeiros candidatos aos 22 círculos eleitorais (ver caixa).
Apesar do pouco tempo entre a convocação das eleições e a data para a entrega das candidaturas, a Coligação PCP-PEV, afirmou, cumpriu o objectivo de aumentar o número de mulheres e de jovens nas suas listas.
«O povo tem nas suas mãos a decisão sobre o seu futuro. Não é indiferente para a vida de cada um se a CDU tem mais ou menos força, mais ou menos votos, mais ou menos deputados. É a história que demonstra isso», realçou.
Também nos demais círculos eleitorais (distritos, regiões e emigração) as delegações da CDU entregaram, junto dos tribunais, as listas de candidatos às legislativas.
«Operação de propaganda»
À margem da entrega das listas, o Secretário-Geral criticou o que classificou como «grande operação de propaganda» levada a cabo pelo Governo no âmbito da reunião do Conselho de Ministros, no Porto, nesse dia.
«Numa penada, o Executivo fez uma acção de rua, com mobilização de militantes do PSD, apresentou o seu candidato às autárquicas e recolheu apoios», apontou, sobre a realização do briefing da reunião ministerial em pleno Mercado do Bolhão.
Candidatos ligados ao povo e à vida
A CDU apresentou, nas suas listas, 322 candidatos, dos quais 165 são mulheres (51,2 por cento) e 157 são homens (48,8 por cento). Dos primeiros candidatos, 12 são mulheres e 10 são homens. Em nenhuma das listas aos diferentes círculos a percentagem de mulheres é menor do que 46,2 por cento.
Nos 322 candidatos estão comunistas, ecologistas e independentes.
Em termos etários, 25,5 por cento dos candidatos têm menos de 40 anos, 34,8 têm entre 40 e 50 anos, 23 têm entre 50 e 60 anos, e 17,4 têm mais de 60 anos. 33 candidatos têm menos de 30 anos, o que corresponde a 10,2 por cento dos nomes nas listas.
Entre os candidatos, existem 104 operários e empregados, 106 quadros técnicos, 95 intelectuais e profissionais liberais, 12 estudantes, seis agricultores, pescadores ou MPME e três reformados ou aposentados. 145 candidatos são membros de organizações representativas de trabalhadores, 83 são dirigentes do movimento associativo, nove participam no movimento de utentes e 75 são eleitos em órgãos autárquicos.