A bandeira da coragem e da dignidade!
Um pouco por todo o Mundo, e também em Portugal, milhares de pessoas saíram à rua no dia 30 de Março, dia da Terra da Palestina, em solidariedade com este povo que é vítima de genocídio e dos mais hediondos crimes de guerra perpetrados por Israel.
O Dia da Terra da Palestina tem um grande simbolismo e significado. Corria o ano de 1976. Israel já tinha por várias vezes incumprido as resoluções da ONU, ocupado ilegalmente território palestiniano e levado a cabo massacres. Perante a expropriação de terras na Galileia, no norte de Israel, os trabalhadores e a população palestiniana aí residentes decidiram e levaram a cabo uma greve geral e protestos massivos. A natureza dos protestos era pacífica, contudo a repressão de Israel foi brutal. Foram assassinados às mãos das forças israelitas seis palestinianos, cidadãos de Israel, cerca de 100 foram feridos e centenas presos.
A repressão e os crimes não derrotaram a luta do povo palestiniano. Aquele dia ficou gravado como um dos mais simbólicos da sua luta, representando a sua união, coragem e a dignidade. A sua luta continua até aos dias de hoje, apesar de todos os crimes e violações dos seus direitos, das resoluções da ONU e dos acordos rasgados por Israel, do apoio e cumplicidade das potências imperialistas e da repressão, que continua até aos dias de hoje e se intensifica, designadamente na Europa.
Passado meio século, com o cenário dantesco na Palestina, tem um significado particularmente grave que na Europa os governos assobiem para o lado perante uma catástrofe de dimensões históricas iminente na Palestina, que responsáveis da União Europeia continuem a dar mão ao fascista Netanyahu, que governos como o português se recusem a reconhecer o Estado da Palestina e que na passada sexta-feira cidadãos portugueses tenham sido identificados pela GNR, intimidados e sido alvo de tentativas de impedimento de empunharem a bandeira palestiniana em Castelo de Vide, numa das etapas da volta em bicicleta ao Alentejo. Resistiram e a bandeira da coragem e da dignidade ondulou. Ontem como hoje, a luta continua!