Governo volta a penalizar o rendimento dos agricultores

Os cortes nos apoios às pro­du­ções hor­tí­colas em modo de pro­dução in­te­grada e agri­cul­tura bi­o­ló­gica são ina­cei­tá­veis e muito pe­na­li­za­dores do ren­di­mento dos agri­cul­tores, con­si­dera a CNA.

«Os agri­cul­tores já fi­zeram grande parte das des­pesas»

Esta al­te­ração, que não foi dis­cu­tida com o sector, é feita já com muitas destas cul­turas ins­ta­ladas no ter­reno. «Os agri­cul­tores já fi­zeram grande parte das des­pesas ine­rentes à pro­dução e con­tavam com estes apoios para ga­rantir algum ren­di­mento, até para com­pensar o au­mento dos custos de pro­dução, so­bre­tudo com fer­ti­li­zantes», re­fere, em nota de im­prensa, a Con­fe­de­ração Na­ci­onal da Agri­cul­tura (CNA), que con­si­dera «ina­cei­tável» a en­trada em vigor desta Ori­en­tação Téc­nica e re­clama a sua re­vo­gação nos pontos res­pei­tantes à clas­si­fi­cação dos apoios.

Para a CNA, a forma como os apoios agro-am­bi­en­tais são atri­buídos pode e deve ser re­vista, mas num con­texto de dis­cussão alar­gada e com en­trada em vigor atem­pada, para que os agri­cul­tores possam tomar as suas de­ci­sões, também de forma atem­pada e para não serem ainda mais pe­na­li­zados nos seus ren­di­mentos.

A Con­fe­de­ração de­nuncia ainda a falta de diá­logo deste Mi­nis­tério da Agri­cul­tura com o sector, o que «leva à to­mada de de­ci­sões er­radas, com con­sequên­cias na perda real no ren­di­mento de muitos mi­lhares de agri­cul­tores».

 

Pre­venir e com­bater a do­ença da língua azul

Com a apro­xi­mação da Pri­ma­vera e com o au­mento do risco de pro­pa­gação da febre ca­tarral ovina (língua azul), a CNA re­clama ao Go­verno uma es­tra­tégia clara, eficaz e atem­pada de pre­venção e com­bate a esta do­ença que, em 2024, di­zimou mi­lhares de ani­mais em Por­tugal, so­bre­tudo ovinos.

«Os pro­du­tores pe­cuá­rios acu­mu­laram pre­juízos avul­tados e a res­posta do Mi­nis­tério da Agri­cul­tura foi muito tardia e in­su­fi­ci­ente. A me­dida de apoio ao res­ta­be­le­ci­mento do po­ten­cial pro­du­tivo, com vista à re­po­sição de efec­tivos, ao exigir pre­juízos su­pe­ri­ores a 30 por cento, ex­clui um ele­vado nú­mero de pro­du­tores le­sados», es­cla­rece a Con­fe­de­ração, con­si­de­rando esta uma «si­tu­ação inad­mis­sível» na me­dida em que os agri­cul­tores, so­bre­tudo os pe­quenos e mé­dios, «já en­frentam enormes di­fi­cul­dades com os baixos preços pagos à pro­dução e os ele­vados custos com a pro­dução e sa­ni­dade animal».

Me­dida ex­tra­or­di­nária
Uma vez que a atri­buição de apoios para o res­ta­be­le­ci­mento do po­ten­cial pro­du­tivo é in­su­fi­ci­ente, a CNA re­clama uma «me­dida ex­tra­or­di­nária» que com­pense os pro­du­tores pelas enormes perdas de ren­di­mento de­vido à morte de ani­mais adultos e bor­regos, abortos, re­dução da fer­ti­li­dade, di­mi­nuição da pro­dução de leite, res­tri­ções de co­mer­ci­a­li­zação, entre ou­tros.

«A morte de ani­mais pode também im­plicar re­du­ções sig­ni­fi­ca­tivas nas ajudas da Po­lí­tica Agrí­cola Comum (PAC) a que os agri­cul­tores têm di­reito, pelo que o Mi­nis­tério da Agri­cul­tura deve ga­rantir que os pro­du­tores não são pe­na­li­zados por even­tuais in­cum­pri­mentos que de­corram da perda de efec­tivos de­vido à do­ença», re­fere a Con­fe­de­ração.

No plano da pre­venção, acres­centam os agri­cul­tores, «im­porta im­ple­mentar uma cam­panha pú­blica de va­ci­nação, com apoios à compra e ad­mi­nis­tração de va­cinas, bem como ga­rantir a exis­tência dos stocks ne­ces­sá­rios para o efeito».

 



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