CDU quer construir um futuro de confiança em Loures

Mais de três centenas de pessoas participaram, sábado, na apresentação pública de Gonçalo Caroço como futuro presidente da Câmara Municipal de Loures (CML), que a CDU quer reconquistar para melhorar as condições de vida das populações.

«Alternativa que o concelho de Loures tanto precisa»


A sessão decorreu no Pavilhão dos Bombeiros Voluntários de Sacavém, onde se viveu um ambiente de grande confiança e amizade. A entrada de Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP, e de Gonçalo Caroço, candidato a presidente da CML, foi notada pelo entusiasmo daquela moldura que aplaudiu e gritou, bem alto, por diversas vezes, «CDU».

Sandra Horta apresentou o momento cultural, protagonizado por Joana Horta. A cantora e actriz interpretou temas como «Silêncio», de Carolina Deslandes, onde se refere a situação dramática vivida na Palestina, e «Venham mais cinco», de José Afonso.

«É hora de fazer crescer a força da CDU», que «constitui a alternativa que o concelho de Loures tanto precisa», afirmou de seguida Sandra Horta, que chamou para dirigir os trabalhos Rute Pinheiro, da Comissão Concelhia de Loures do PCP.

«Empresa a empresa, rua a rua, escola a escola, bairro a bairro, freguesia a freguesia, é preciso levar a CDU a todos, como solução e alternativa, com projecto e com provas dadas», reforçou Rute Pinheiro. Chamou para junto de si Pilar Morais, do Executivo da Comissão Regional de Lisboa da JCP; Estefânia Rebelo, da Direcção Nacional da JCP; João Neves, da Comissão Concelhia de Loures do PCP; Fernanda Paula, da Célula dos Trabalhadores da CML e SIMAR e da Comissão Concelhia de Loures do PCP; Joana Silva, da Comissão Executiva do PEV; Marta Parente, do PEV; Tiago Matias, da ID e vereador da CML; Gonçalo Tomé, da Direcção Regional de Lisboa e do Comité Central do PCP, responsável pela Organização Concelhia de Loures; Gonçalo Caroço, também da Direcção Regional de Lisboa do PCP e vereador da CML; Paulo Raimundo. Na sala, entre muitos outros, esteve também Rui Fernandes, da Comissão Política do Partido.

Posições desumanas
Depois de Marta Parente, que destacou a importância do consumo de produtos locais, interveio Gonçalo Caroço, 50 anos, licenciado em Bioquímica, técnico de engenharia na empresa VALORSUL, em São João da Talha, na área do Ambiente, Segurança e Qualidade. Na sua primeira intervenção pública como candidato da CDU à presidência da CML, começou por condenar o facto de o concelho de Loures abrir «telejornais pelas piores razões, devido a diversas posições do actual presidente da Câmara do PS que evidenciam um discurso que deve ser totalmente rejeitado», com «posições e afirmações segregadoras, injustas e desumanas», tendo até afirmado que as crianças deveriam ser impedidas de tomar as suas refeições nas escolas.

Críticas que se estenderam aos problemas da saúde. «A CDU denunciou e continuará a denunciar a completa passividade do actual executivo quando foram encerradas as urgências pediátricas do Hospital Beatriz Ângelo ou a USF em Loures», referiu o candidato, reprovando a «mesma passividade que permite uma completa sangria de profissionais de saúde», levando a que neste momento «diversos centros de saúde tenham apenas um médico de família para muitos milhares de utentes, como é o caso do Catujal e de Lousa». Entre outras medidas, considerou prioritária a abertura de dois serviços intermédios com meios de diagnóstico, um na zona Oriental e outro na zona Norte, «onde a população se possa dirigir e ser atendida, libertando os hospitais para situações de facto urgentes».

Propostas necessárias
Gonçalo Caroço avançou com outras propostas, de diferentes áreas, como aumentar «urgentemente» o número de vagas nos jardins de infância e creches, por um lado, e construir mais habitação pública, seja directamente pela CML, seja através do IHRU, e mesmo através do sector cooperativo, por outro.

Falou também na questão dos SIMAR. «Temos vindo a assistir, na recolha do lixo e no fornecimento de água, a uma ineficiente resposta, decorrente na falta de investimento. Mas enquanto a prestação desse serviço se degrada, o PS na Câmara nem sequer hesitou em praticar os maiores aumentos de tarifas de água (22 por cento) alguma vez vistos», que possibilitaram aos SIMAR «ter mais 30 milhões de euros disponíveis todos os anos, mas em contrapartida o investimento em 2024 esteve abaixo do ano de 2021, ainda com a CDU», informou o candidato, prevendo que este seja «mais um passo para tornar os SIMAR apetecíveis aos olhos dos privados». «Com a CDU o serviço público de qualidade é uma prioridade. Lançaremos um plano de modernização e maior eficácia dos SIMAR, seja na recolha dos resíduos, seja no abastecimento de água», assegurou.

Melhorar a mobilidade

«Não desistiremos de trazer o Metro até ao nosso concelho, um projecto que está a marcar passo com o PS e com o PSD», acusou Gonçalo Caroço, avançando com «o reforço e melhor articulação do transporte rodoviário com o ferroviário, adequando a oferta às necessidades do território e da população com apoio de áreas de estacionamento que complementem a rede de transportes».

«A promoção do transporte colectivo associado à reivindicação, junto do Governo, do caminho para a gratuitidade do transporte público, que hoje é uma condição essencial na melhoria das condições ambientais do território e da garantia do direito à mobilidade será aqui, como no País, uma das nossas bandeiras», assegurou o candidato.

 

«Trabalho, honestidade e competência» para resolver os problemas do País

O Secretário-Geral do PCP destacou o facto de Gonçalo Caroço, actualmente vereador na CML, ter «um percurso ligado à vida e à intervenção no concelho, como dirigente associativo, integrando os movimentos de utentes da Saúde e dos Transportes Públicos». «Profundamente conhecedor dos problemas, das características e das possibilidades de Loures, o Gonçalo conhece bem o terreno, a realidade e o dia-a-dia dos que vivem, trabalham e estudam neste concelho», destacou, salientando que «é a partir desta realidade, das potencialidades, das respostas que são urgentes dar e da recuperação dos caminhos que foram quebrados», com «as populações no centro dos objectivos», que a CDU «se apresenta com grande confiança como alternativa à gestão que o PS, com a cumplicidade do PSD e do Chega, impôs neste mandato ao concelho de Loures».

Disse ainda que o projecto da CDU «vai muito para lá» do PCP, do PEV e da ID, contando com «gente muito diversa», independentes e até pessoas que apoiam e são de outras forças políticas. «É por aqui que queremos ir mais longe. Mobilizar e envolver todos os que estão disponíveis para abraçar este projecto de construção colectiva, a bem de quem cá vive e trabalha, todos os que com a sua dedicação, entrega, experiência, saber e luta, sejam uma referência de trabalho, honestidade e competência», anunciou Paulo Raimundo.

PS
De seguida, o dirigente comunista teceu fortes críticas àquilo que é a gestão do PS no concelho: «mais apostada na especulação imobiliária, na ostracização e segregação de parte da população do concelho», «completamente silenciosa e subserviente nos constantes ataques que o SNS tem sofrido em Loures» e apostada em «desmantelar os SIMAR para mais à frente poder privatizar o serviço de água e resíduo». Mas este é o mesmo PS que em Lisboa «é cúmplice de todas e cada uma das opções de [Carlos] Moedas, uma cumplicidade que se expressou na viabilização, sem nenhuma exigência, de todos os orçamentos da CM», em Setúbal «nem sequer pestanejou no voto contra o orçamento da CM» e «viabilizou o Orçamento do Estado (OE) para este ano, ilibando Chega e IL da responsabilidade de responderem por um OE com o qual estão de acordo, e amarrando-se a opções políticas que aprofundam ainda mais aquelas que foram as suas próprias opções políticas, nomeadamente enquanto teve maioria absoluta».

Governo
Sobre o Governo PSD/CDS, Paulo Raimundo disse que «mais parece uma comissão de gestão dos interesses dos grupos económicos e das multinacionais», estando «apostado em, o mais depressa possível, transformar cada problema em novos favores ao grande capital». Como exemplo referiu o «assalto» aos fundos da Segurança Social e a intenção de «obrigar as novas gerações a trabalhar até não poderem mais, quando aquilo que se impõe é que 40 anos de trabalho/descontos permitam, sem penalizações e cortes, o mais merecido acesso à reforma». Também não foi esquecida a transferência, com o acordo do PS, do Chega e da IL, de 365 milhões de euros em IRC para os grupos económicos.

 



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