Greve de dois dias na Algar por melhores salários e direitos
A greve na empresa de tratamento e valorização de resíduos sólidos no Algarve começou com forte adesão, levando a que parassem vários serviços, como adiantou o SITE Sul, na manhã de segunda-feira.
Há grande descontentamento e mal-estar entre os trabalhadores
Entre os serviços parados, o sindicato da FIEQUIMETAL/CGTP-IN indicou «a UTM de Portimão, a Triagem de Portimão e de Faro e a CVO de São Brás Alportel».
O início da greve foi assinalado com concentrações de trabalhadores, junto às portarias da estação de transferência Faro-Loulé e do aterro sanitário do Barlavento, em Portimão, que se realizaram, «mesmo debaixo de chuva», como se assinalou na nota publicada no sítio da federação na Internet.
A greve na Algar, do Grupo EGF (Mota-Engil), entre as zero horas do dia 20 e as 24h00 do dia 21, e a todo o trabalho suplementar, das zero horas do dia 18 às 24h00 do dia 21, foi decidida em plenários, nos dias 18, 19 e 20 de Dezembro, como forma de protesto contra a posição da administração nas negociações com o sindicato: aumento salarial de dois por cento, não actualização do subsídio de refeição e a falta de propostas concretas e objectivas às outras matérias do Caderno Reivindicativo.
A proposta patronal – como referiu o sindicato, ao anunciar a concretização da luta – criou um grande descontentamento e mal-estar entre os trabalhadores.
O SITE Sul e os trabalhadores exigem aumentos dignos dos salários para todos, actualização do subsídio de refeição, criação do subsídio de insalubridade, periculosidade, penosidade e risco, aumento dos valores de retribuição do trabalho suplementar, negociação da tabela salarial, das carreiras profissionais e das progressões e negociação das restantes matérias do Caderno Reivindicativo 2025.
Plenários no Grupo AdP
Desde que tomou posse, em Abril do ano passado, a administração do Grupo Águas de Portugal mostrou que não quer aumentar os salários dos trabalhadores, nem quer negociar a revisão do Acordo Colectivo de Trabalho.
O STAL e a FIEQUIMETAL recordam, num comunicado, que os novos administradores «só após a marcação da acção de luta de 21 de Novembro se decidiram a dar alguma resposta, ainda que a mesma só tenha servido para “tapar o sol com a peneira” e manter os trabalhadores em silêncio».
A administração cancelou duas reuniões com as estruturas sindicais da CGTP-IN, a 17 de Dezembro e 8 de Janeiro. Enquanto o tempo passa, não há aumentos salariais, nem revisão do ACT, nem propostas para negociação. «A este ritmo, chegamos a 2026 e ainda nada se resolveu», protestam os sindicatos, que exigem o reinício das negociações, cumprindo um calendário de reuniões, para alcançar valorização salarial.
A perspectiva que se coloca – e que vai ser abordada com os trabalhadores em plenários e contactos através das estruturas sindicais – é a continuação da luta neste novo ano.