Pela classificação da obra de Adriano Correia de Oliveira


A recomendação do PCP ao Governo para que a obra do cantor Adriano Correia de Oliveira seja classificada como de interesse nacional foi aprovada dia 5 pelo Parlamento. O projecto de resolução comunista (tal como um outro do PS igualmente aprovado) acompanhou uma petição com o mesmo fim dinamizada pelo Centro Artístico, Cultural e Desportivo Adriano Correia de Oliveira, criado em 1995 em Avintes, e que reuniu mais de oito mil assinaturas.

A destoar do consenso da maioria dos partidos estiveram o Chega, que votou contra - alegando que a obra artística em causa é «altamente politizada» e «agrada apenas a uma parte da sociedade» -, bem como o CDS, que se absteve, sob o argumento de que «faz mais sentido que sejam os cidadãos a promover esse reconhecimento».

Citando o texto da petição, onde se refere que «Adriano cantou Abril como poucos e deixou um legado como ninguém», o deputado António Filipe recordou-o como «um dos cantores mais significativos da música de intervenção portuguesa e da canção de Coimbra», realçando que o PCP «teve a honra de ter contado com Adriano como um dos seus».

A obra gravada do cantor estende-se por 19 singles e oito álbuns, a que se juntaram postumamente mais dois álbuns, nos quais cantou com a sua voz inigualável poetas portugueses e galegos.

«Adriano deixou um legado que faz com que, passados mais de 40 anos sobre o seu desaparecimento, continue a ser reconhecido como um dos nomes maiores da canção portuguesa da segunda metade do Século XX. Classificar a sua obra é um imperativo cultural de interesse nacional», concluiu António Filipe.

 



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