Apurar responsabilidades na gestão da Efacec

O Par­la­mento aprovou com os votos fa­vo­rá­veis de todas as ban­cadas à ex­cepção do PS que votou contra, a pro­posta da Ini­ci­a­tiva Li­beral (IL) de cons­ti­tuição de uma co­missão even­tual de inqué­rito par­la­mentar à tu­tela po­lí­tica da gestão do grupo Efacec.

Apro­vada foi também a pro­posta do PCP de adi­ta­mento de vá­rios pontos (igual­mente com os votos contra do PS mas desta feita com a abs­tenção da IL), com o ob­jec­tivo, no­me­a­da­mente, de es­cla­recer o «exer­cício e res­pon­sa­bi­li­dades da gestão do Grupo Efacec pelos ac­ci­o­nistas MGI Ca­pital, SGPS (Josdé de Mello e Têxtil Ma­nuel Gon­çalves) e Win­ter­fell 2Li­mited», a real si­tu­ação fi­nan­ceira do Grupo aquando da in­ter­venção do Es­tado, o papel e as de­ci­sões da Banca e de ou­tros cre­dores, bem como os acordos ce­le­brados entre o Es­tado e o com­prador da Efacec e as con­sequên­cias dessas de­ci­sões.

O adi­ta­mento pro­posto pela ban­cada co­mu­nista alarga assim de forma subs­tan­tiva o ob­jecto do inqué­rito par­la­mentar. Como su­bli­nhou no de­bate o de­pu­tado An­tónio Fi­lipe, a IL - a quem acusou de de­sen­volver um «ataque per­ma­nente ao sector pú­blico em­pre­sa­rial» - «não está mi­ni­ma­mente in­te­res­sada em apurar o que re­al­mente acon­teceu com a mo­bi­li­zação de re­cursos pú­blicos para tapar os bu­racos da gestão pri­vada e de­fender os in­te­resses da banca». Tanto assim é, fun­da­mentou, que os seus de­pu­tados omi­tiram do ob­jecto da pro­posta de inqué­rito «as­pectos es­sen­ciais do Re­la­tório da Au­di­toria do Tri­bunal de Contas», tal como fu­giram ao apu­ra­mento de res­pon­sa­bi­li­dades dos ac­ci­o­nistas pri­vados que co­man­daram o Grupo, bem como as op­ções as­su­midas pela gestão pri­vada e seus im­pactos para a em­presa e os seus tra­ba­lha­dores.

Note-se que o Tri­bunal de Contas con­firmou que na Efacec– foi An­tónio a re­cordar tal cons­ta­tação – o que acon­teceu «foi o fi­nan­ci­a­mento pú­blico dos pre­juízos pri­vados e a en­trega, com pre­juízo para o Es­tado, de uma em­presa es­tra­té­gica e lu­cra­tiva a um fundo de in­ves­ti­mento alemão que não tardou a pro­mover um des­pe­di­mento co­lec­tivo».

Alvo de dura crí­tica foi ainda o que o Go­verno PS fez com a Efacec, com An­tónio Fi­lipe a afirmar que «não foi uma na­ci­o­na­li­zação», foi sim «salvar os ac­ci­o­nistas pri­vados e os in­te­resses da banca, pro­ce­dendo à so­ci­a­li­zação dos pre­juízos e em­pe­nhando cen­tenas de mi­lhões de euros para pre­parar a Efacec para um novo pro­cesso de pri­va­ti­zação».

 



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